sábado, 23 de março de 2013

Ambiente de crise no investimento público local

Rodolfo Juarez
Os órgãos responsáveis pelo desenvolvimento e construção da infraestrutura do Estado têm encontrado muitas dificuldades para cumprirem os cronogramas que propõem, sendo que o mesmo está acontecendo com os cronogramas que fazem parte dos contratos e convênios que firmam com financiadores ou investidores.
É compreensível que os motivos que acabam por impedir o cumprimento daqueles cronogramas, voluntariamente apresentados, não são óbices previamente conhecidos, pois seria inadmissível a preconstrução de dificuldades daqueles agentes públicos, sabendo que prejudicaria o resultado geral, com influência na eficácia administrativa e na interpretação política.
O que não é bem compreendido pela população é que, mesmo com todos esses dados, o Governo ainda não organizou um encontro geral, com a presença de todos os agentes do setor, para identificar os pontos críticos que, provavelmente estejam contribuindo para os resultados alcançados.
Enquanto isso a lista de obras com atrasos e serviços completamente parados aumenta a cada mês, sugerindo que os problemas não estão sob controle e que as perspectivas não são boas, nem no curto e nem no médio prazo.
Uma sequência indesejável para qualquer circunstância, colidindo com uma necessidade social inquestionável, em um cenário onde todas as necessidades primárias apresentadas foram atendidas.
O crescimento da receita pública que levou o orçamento do Estado a superar os 4 bilhões de reais em 2013, as transferências dos recursos do Programa de Aceleração do Crescimento – PAC1 e PAC2, as autorizações de empréstimos junto ao BNDES superando 2 bilhões de reais, as emendas parlamentes, dos parlamentares do Estado, ao Orçamento da União, são muito significativos e já poderiam estar oferecendo retorno real à população amapaense.
Há problemas até mesmo para liberar os recursos do empréstimo para equilibrar o balanço patrimonial da CEA, que precisa mudar a sua referência de gestão, federalizando a sua administração, encontra dificuldades para que seja efetivada, aumentando o tempo e o tamanho da dívida.
As obras da CAESA, boa parte financiada pelo Programa de Aceleração do Crescimento, avança muito devagar, não correspondendo às necessidades conhecidas e a proposta dos projetos que estão em execução. A maioria dos problemas é resultante de parâmetros não considerados e que, de certa forma, surpreende a equipe responsável pela execução.
Os atrasos de obras em edificações com diversas destinações, inclusive para os setores de educação e saúde, se somam àquelas de infraestrutura urbana, como os canais de drenagem tradicionalmente executadas pelo Governo do Estado e que são muito importantes para todos os moradores das cidades, sedes municipais e da capital, Macapá.
As obras rodoviárias, inclusive as obras de arte, como pontes nas rodovias estaduais e federais, que o governo assume a responsabilidade de construir e manter, que estão interditadas, sacrificando o progresso das regiões e a vida presente dos moradores, não obstante se tratar de situações recorrentes e que teriam possibilidades de serem superadas em um ambiente de normalidade administrativa.
Um grande encontro entre os profissionais que atuam na área de infraestrutura como engenheiros, arquitetos, administradores, geólogos, economistas, advogados, gestores, sob a coordenação oficial, poderia identificar o que está acontecendo e propor as medidas que poderiam ser tomadas para que fosse encerrado o estágio atual e iniciada uma nova etapa da história dos investimentos públicos no Amapá.

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