quarta-feira, 6 de março de 2013

Consequências da década perdida

Rodolfo Juarez
A administração pública no Estado do Amapá, por não ter percebido as mudanças que ocorriam no Brasil está pagando caro, nesse momento, pelo que foi feito nos últimos 10 anos, ou o que foi mal feito neste período.
O fato é que o Estado não se preparou, nem política e nem administrativamente, para as exigências de agora, quando o processo de gestão nacional passa exigir as providências que não foram tomadas e as informações que não foram dadas.
Na política foi desenvolvido um processo completamente desatualizado, onde os políticos imaginaram que estruturar o Estado seria estruturar as sua próprias finanças e por isso cada qual saiu para as conquistas, seja pela sua própria qualidade de vida, usufruindo de casas suntuosas, carros de luxo, ou isso e mais, rede de rádio ou televisão, afastando os empresários do setor ou estes se aliando aos políticos ou ficando à sombra deles para poder sobreviver.
Na administração se exercitou um processo em que o entendimento seria feito por favorecimento, prejudicando a construção do processo duradouro, onde estivessem a responsabilidade social e a responsabilidade administrativa, as duas bem ajustadas, para suportar as exigências e os riscos do processo administrativo em construção.
Os gestores, em regra, não observaram os princípios constitucionais da administração pública que, certamente, se constituía no caminho que precisava ser explorado, compreendido e seguido por todos eles.
O princípio da legalidade, detalhada em diversas formas e durante todo o tempo, não foi recepcionada por todos; o da impessoalidade precisou receber contenções e redução de área para ser visto pelos gestores, mesmo considerando até hoje, que muitos ainda não descobriram que precisam segui-lo.
O principio da moralidade, provavelmente tenha sido o mais ignorado pelos gestores que acreditaram que poderiam continuar fazendo o que quisessem fazer, certos de que seriam encobertos pelo manto da impunidade ou do esquecimento, devido a estrutura que fora montada para deixar aquele princípio engradado e fora de uso. Enganaram-se
O princípio da publicidade, confundido ou não praticado, precisou ser amplamente detalhado para que, a pouco mais de 3 anos fosse mostrado definitivamente e ainda com vacácio de anos para ser considerado obrigatório através da transparência, rejeitada ao máximo pela maioria dos gestores.
E o princípio da eficiência. Até agora parece que é o mais esquecido ou aquele que não é lembrado por ninguém. A regra do “se dar bem” o ou do “direito adquirido” mesmo que esse direito tenha ocorrido por vias transversas, é o que predominou. No momento em que se precisa mostrar eficiência, vêm os reclamos.
Há muito que os especialistas mostram para as autoridades que o Custo Brasil é exageradamente alto; que a máquina pública precisa sair mais em conta para o povo brasileiro, que precisa investir em infraestrutura para poder colocar-se no patamar que luta para conquistar os espaços no novo lugar que pretende na concorrência mundial.
E o Brasil, não é o governo brasileiro. O Brasil, como uma república federativa é constituído pelos seus entes federativos, como a União, os estados e os municípios. Então para que haja a construção de uma máquina pública nacional mais em conta para o povo é preciso que todas as máquinas públicas de cada ente se ajuste conforme essa eficiência
Onde isso ainda não aconteceu e não houve preparação para tal, as dificuldades são imensas e os resultados são os problemas que enfrentam setores considerados estáveis, auto-sustentáveis, pelas características e pela equipe qualificada. Até nestes setores o ajuste para atender a exigência atual não foi, sequer, considerado.
O resultado são os problemas exemplares ocorridos por aqui, como na CEA e, agora, na Eletronorte.  

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