sábado, 16 de março de 2013

Pacto Federativo e os interesses...

Rodolfo Juarez
Outra vez está se falando em pacto federativo e mais uma vez, todos os que falam estão colocando, em primeiro lugar, os seus interesses políticos e pouco se importando com o que a população pensa do assunto.
Recentemente se passou a discutir algo que não teria sentido se fosse obedecido o que está estabelecido na principal regra da própria Federação – a Constituição Federal -, quando trata da questão do subsolo e o que nele tem.
Está claro que, nesse aspecto, as riquezas são de todos os brasileiros, não importando se nasceu ou mora no estado A, B, ou C. A distribuição dos resultados deve para todos, não importando onde esteja a porta de saída da riqueza que, necessariamente vira receita nacional e não de um dos seus entes.
No caso do petróleo, as argumentações dos governadores, deputados federais e dirigentes classistas, entre outros, antes de serem republicanas, são fortemente de viés político, pretendendo produzir votos dos eleitores dos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo.
Não dá para compreender os prejuízos que alegam, agora e projetam para o futuro, com queda da receita pública, influenciando nos seus orçamentos, devido às modificações nos contratos, dos quais os estados referidos, nem aderentes são.
Só a título de exemplo, o governador do Estado do Rio de Janeiro que, de acordo com a sua medida, perderia um bilhão de reais no orçamento de 73 bilhões, deste ano, equivaleria a uma queda de receita de 1,37%, o que estaria dentro das margens de segurança de qualquer orçamento.
Por outro lado os preparativos para os eventos esportivos que acontecerão em 2013, 2014 e 2016, não estão sendo feitos com recursos do Estado, a maior parte dos gastos está sendo coberta com recursos da União, ou seja, de todos os brasileiros, o que passa dos 15 bilhões de reais, uma compensação e tanto dos brasileiros que não estão morando no Rio, no Espírito Santo e em São Paulo.
A pressão feita sobre o Governo Federal, principalmente se valendo dos meios de comunicação nacional que têm suas centrais de noticias no Rio de Janeiro, fez com que houvesse um chamamento para os governadores estivesse fazendo pano de fundo para que a presidente pudesse responder às maucriações do governador fluminense.
Até ai se trata de uma ação política, quando a presidente, se valendo de uma questão de predomínio nas decisões com relação aos favores financeiros para os pobres estados e os estados pobres, os chama para marcarem presença e com a desculpa de que estão reavaliando o pacto federativo que sustenta a Federação.
O pacto federativo não se resolve ou se restaura a partir da exploração do petróleo, nem tampouco, nas correntes desiguais que jorram dos poços da emoção dos prejudicados, o pacto federativo precisa ser analisado em conjunto, a partir de uma decisão política, onde todos os interessados se manifestem, mas não só pelos políticos.
Como poderia ser avaliada a questão da energia fornecida, gerada em outros estados, e que é utilizada pelos fluminenses, capixabas ou paulistas, no desenvolvimento de suas indústrias, do comércio e dos serviços?
Não adianta falar em federação se não está presente o espírito federativo. Como também ficam prejudicadas todas as manifestações, algumas até legítimas, mas que são abaladas pelo procedimento eleitoral, onde a autoridade está pensando em renovar o mandato, vencer a próxima eleição ou eleger o seu sucessor.
As desigualdades regionais, as desigualdades estaduais, continuam acentuadas por causa da falta desse espírito de brasilidade, onde os fracos precisam ser vergar aos fortes até para expressar as suas opiniões.
O Amapá é uma vítima, neste cenário, daqueles que conseguem falar alto e serem ouvidos, mas também porque, sente falta de quem esteja disposto e com autoridade, para falar alto e reclamar da redução sistemática das riquezas do Amapá, permitindo que os nossos minerais vá fazer a estrutura das obras brasileiras e adornar os anéis dos ricos do sudeste maravilha, sem receber nada como compensação. 

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