O Governo do
Estado do Amapá tem enfrentado muitas dificuldades para cumprir os prazos que
anuncia para a conclusão de obras de infraestrutura nos limites amapaenses.
Os exemplos são
muitos e há visível inquietação por parte do governo e da população quando o
assunto é esse.
Tem sido um
setor que demorou muito a se adaptar às novas exigências técnicas para a
execução de obas, cada vez mais complexas e cada vez maiores, isso como
resultado dos recursos disponíveis e das necessidades da população.
Não houve, no
setor, a necessária preparação de equipes para executar a permanente transição
exigida pelas novas tecnologias e pela dimensão das obras.
As equipes não
foram reforçadas e os próprios gestores, que estiveram no comando do setor nos
últimos dez anos, não tomaram as providências, preferindo se aproximar do chefe
do executivo ou da equipe que o cerca, para diluir as dificuldades que
enfrentavam, fosse pela falta de conhecimento ou pela falta de confiança para
inovar no trabalho.
O resultado é
que os gestores, alheios às necessidades do setor, acumularam erros que estão
sendo refletidos no acompanhamento das obras.
Um dos problemas
mais grave no momento, entre os profissionais que estão lotados nos setores
responsáveis pela execução de obras, está na independência técnica, minimizada
perante a preponderância política.
É claro que a
prevalência na politização das questões técnicas é pretendida por inexperientes
profissionais, que temem ser substituídos, todas as vezes que precisam medir os
conhecimentos de assunto, o que é freqüente no setor e indispensável para a
tomada de decisão.
O erro, apesar
de conhecido, se repete frequentemente – os que chefiam são eventuais,
passageiros; e os que detêm o conhecimento, são efetivos, ficam por lá.
Além de ser um
dos mais importantes, o setor da infraestrutura de qualquer ente da Federação é
o responsável pelas obras.
Como é o
responsável aquele que tem o comando do setor, estão os projetos, a definição
das empresas construtoras, o acompanhamento e a finalização das obras, estão
sob a sua direta responsabilidade.
Faz algum tempo
que as datas de conclusão colocadas nas placas das obras não são confirmadas, o
que traz como consequência não só o alongamento do prazo, mas aumento de custos
que serão suportados até o limite que a empresas pode suportar e, depois,
assumidos pelo dono da obra – o Governo do Estado.
A saída do
secretário Joel Banha está sendo amadurecida há muito tempo. Há um consenso de
que ele precisa sair e assumir uma vaga na Assembléia Legislativa o que só é
possível com o sacrifício extremo da representação do partido do Governo (PSB)
naquela casa de leis.
O fato é que o
engenheiro Joel Banha não vai ser lembrado como um secretário que realizou o
que podia ter sido realizado. Ficando com ele mesmo uma questão para resolver:
“onde eu errei.”
A Secretaria de
Infraestrutura é a cabeça de um sistema – o da infraestrutura do Estado -, onde
as oportunidades de realizações são muitas, incontáveis mesmo, mas que além da
confiança do governador, o secretário precisa estar disposto a enfrentar todas
as questões e ser um gestor que aproxime os seus comandados, pois deve entender
que precisa de todos, desde o mais experiente engenheiro ou arquiteto, àqueles
que apóiam os serviços realizados pelos profissionais.
A Secretaria de
Infraestrutura do Governo há bastante tempo, precisa de um bom gestor, que
confirme a confiança do governador, ganhe a confiança dos técnicos da unidade,
respeito das empresas construtoras e a admiração da população.
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