quarta-feira, 6 de março de 2013

Mudanças na Secretaria de Infraestrutura do Governo do Estado

Rodolfo Juarez
O Governo do Estado do Amapá tem enfrentado muitas dificuldades para cumprir os prazos que anuncia para a conclusão de obras de infraestrutura nos limites amapaenses.
Os exemplos são muitos e há visível inquietação por parte do governo e da população quando o assunto é esse.
Tem sido um setor que demorou muito a se adaptar às novas exigências técnicas para a execução de obas, cada vez mais complexas e cada vez maiores, isso como resultado dos recursos disponíveis e das necessidades da população.
Não houve, no setor, a necessária preparação de equipes para executar a permanente transição exigida pelas novas tecnologias e pela dimensão das obras.
As equipes não foram reforçadas e os próprios gestores, que estiveram no comando do setor nos últimos dez anos, não tomaram as providências, preferindo se aproximar do chefe do executivo ou da equipe que o cerca, para diluir as dificuldades que enfrentavam, fosse pela falta de conhecimento ou pela falta de confiança para inovar no trabalho.
O resultado é que os gestores, alheios às necessidades do setor, acumularam erros que estão sendo refletidos no acompanhamento das obras.
Um dos problemas mais grave no momento, entre os profissionais que estão lotados nos setores responsáveis pela execução de obras, está na independência técnica, minimizada perante a preponderância política.
É claro que a prevalência na politização das questões técnicas é pretendida por inexperientes profissionais, que temem ser substituídos, todas as vezes que precisam medir os conhecimentos de assunto, o que é freqüente no setor e indispensável para a tomada de decisão.
O erro, apesar de conhecido, se repete frequentemente – os que chefiam são eventuais, passageiros; e os que detêm o conhecimento, são efetivos, ficam por lá.
Além de ser um dos mais importantes, o setor da infraestrutura de qualquer ente da Federação é o responsável pelas obras.
Como é o responsável aquele que tem o comando do setor, estão os projetos, a definição das empresas construtoras, o acompanhamento e a finalização das obras, estão sob a sua direta responsabilidade.
Faz algum tempo que as datas de conclusão colocadas nas placas das obras não são confirmadas, o que traz como consequência não só o alongamento do prazo, mas aumento de custos que serão suportados até o limite que a empresas pode suportar e, depois, assumidos pelo dono da obra – o Governo do Estado.
A saída do secretário Joel Banha está sendo amadurecida há muito tempo. Há um consenso de que ele precisa sair e assumir uma vaga na Assembléia Legislativa o que só é possível com o sacrifício extremo da representação do partido do Governo (PSB) naquela casa de leis.
O fato é que o engenheiro Joel Banha não vai ser lembrado como um secretário que realizou o que podia ter sido realizado. Ficando com ele mesmo uma questão para resolver: “onde eu errei.”
A Secretaria de Infraestrutura é a cabeça de um sistema – o da infraestrutura do Estado -, onde as oportunidades de realizações são muitas, incontáveis mesmo, mas que além da confiança do governador, o secretário precisa estar disposto a enfrentar todas as questões e ser um gestor que aproxime os seus comandados, pois deve entender que precisa de todos, desde o mais experiente engenheiro ou arquiteto, àqueles que apóiam os serviços realizados pelos profissionais.
A Secretaria de Infraestrutura do Governo há bastante tempo, precisa de um bom gestor, que confirme a confiança do governador, ganhe a confiança dos técnicos da unidade, respeito das empresas construtoras e a admiração da população.

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