sábado, 26 de maio de 2012

ACRISE

Rodolfo Juarez
Este é o último domingo de maio, o quinto mês do ano 2012, e até agora, próximo do meio do ano, os órgãos que estão com a incumbência de gerenciar os interesses do Estado têm encontrado grandes dificuldades para fazê-lo
O problema é que, enquanto essas dificuldades se mantêm e algumas até aumentam de significado, o tempo vai passando e a população ficando na expectativa da execução do plano mínimo elaborado para o exercício de 2012.
O atual momento é o mais crítico já experimentado por, pelo menos 4 dos 5 órgão incumbidos de comandar as locomotivas do desenvolvimento local.
Não há uma explicação lógica para o que está acontecendo, pois se percebe que todos estão empenhados em fazer o melhor que podem, considerando a capacidade de cada um e as condições que dispõe.
Olhando por essa vertente, se observa que a questão não era a falta de recursos alegada, durante muito tempo, pelos diferentes Poderes do Estado, inclusive o Poder Executivo que sempre insistiu em defender condições financeiras mais favoráveis para desenvolver os projetos que o Estado precisa.
O Governo atual, que tem como governador Camilo Capiberibe, com o maior orçamento estadual de todos os tempos, tem ainda a sua disposição uma significativa parcela do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), dispõe também, dos recursos do empréstimo do BNDES e de significativa parcela das emendas parlamentares feitas ao Orçamento da União, pelos oito deputados e os três senadores que representam o povo e o Estado em Brasília, respectivamente.
O Governo também tomou a decisão política (ou estratégica) de não gastar dinheiro em ações que seriam de responsabilidade originária da Prefeitura do Município de Macapá, o que levantou vários posicionamentos, alguns contra, outros a favor, sob a alegação de que cada unidade federativa no Estado cuidaria de suas atribuições, não sendo incentivadas ao que se convencionara chamar de parceria.
Os argumentos de que quase 60% da população do Estado mora em Macapá e que também 60% dos eleitores votam em Macapá, na foram suficientes para convencer que uma eventual ação conjunta poderia oferecer as condições que a população espera até agora.
Mas o grande problema desse primeiro semestre de 2012 foi a forma como as relação entre os órgãos foram se deteriorando até chegar próximo do rompimento, só não acontecendo por que eles não dispõe de força suficientes para interromper as relações sem ter que abdicar de sua significação na própria composição do Estado.
O que se viu foram ações primárias no Governo do Estado, no Ministério Público e na Assembléia Legislativa que funcionaram como elemento inflamável que poderia explodir a qualquer momento como aconteceu no dia 22 de maio, com a deflagração pela Polícia Judiciária do Estado, da Operação Eclésia, atendendo ordem do Judiciário local, motivado por representação do Ministério Público Estadual.
A reação dos deputados foi imediata, consideraram exacerbada a ação que levou documentos e computadores das repartições da Assembléia e de casas dos seus dois principais dirigentes – o presidente e o primeiro secretário - e votaram, no mesmo dia da Ação, a criação de mais uma Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar possíveis vícios ocorridos no MP/AP ou através de alguns dos seus promotores e procuradores.
A situação ficou tensa e, pior, imediatamente pessoas estranhas aos meios afetados – Governo, Ministério Público e Assembleia Legislativa -, passaram a pretender tirar vantagem. Aliás, esses oportunistas são os únicos que têm conseguido “se dar bem” aproveitando a fragilidade de um ou outro Poder do Estado.
Com os ânimos acirrados será difícil encontrar uma saída, mas precisa ser levado em consideração que as soluções mais duradouras para questões de interesse geral vêm sempre depois o acirramento das crises.
Então, aguardemos as melhoras.

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