O amor é um
presente que Deus nos dá, mas também nos tira, sem aviso, sem qualquer
indicativo. São tantos os sem amores que estão por ai, carregando suas
dificuldades e sentindo falta da parceira ou do parceiro que lhe completava e
que, muitas vezes não tinha o reconhecimento.
Mas agora não
tem jeito!
O tempo é outro
e precisa ser entendido assim, muito embora o coração não permita que tudo seja
modificado, tudo seja mudado, pois é ele que manda para o cérebro as
lembranças, as recordações, que alimentam o corpo e alma e, de certa forma,
procura compensar a falta que sente e que faz.
O que não muda é
a relação, o entendimento, a cumplicidade que é explicada pela ausência e pela
falta, exatamente naqueles momentos mais delicados, que coloca a sensibilidade
em evidência e deixa, até, uma dose de sofrimento escorrer, ora através do
comportamento, outra vez pelos fios de lágrima pelo rosto, como se fosse o
desabafo da falta que o coração sente e que a mente registra.
As ruas por onde
juntos andaram, as cidades por onde juntos estiveram, os locais que visitaram,
constituem registros que mais parecem estampas em 3D a fustigar o coração e a
desafiar o sentimento, que parece crescer e se avolumar construindo um castelo
de sonhos, tão colorido, mas tão colorido que não sobra espaço para lembrar-se
dos desentendimentos que, podem ter havido.
Tudo bate muito
forte. Mas tudo parece muito claro!
As coisas que
foram importantes reacendem na memória como se estivesse sob o clarão de
potentes refletores, tal a nitidez com a qual são apresentados os detalhes, os
contornos e, principalmente as cores dos olhos, dos cabelos, da pele, do rosto,
da roupa, do sapato, da sandália, do carro, do avião, de cada um dos momentos
que se manifestam de uma só vez desafiando a lembrança quando pretende ordenar
o que aconteceu conforme qualquer referência cronológica.
E os jeitos
especiais, inclusive os mais simples, quando chama pelo carinhoso diminutivo ou
pelo que vem na cabeça no momento e que pode ter a atenção do amor da pessoa
amada.
E as
fotografias, materiais que estão descolorindo nos álbuns, ou aquelas virtuais
que estão salvas na memória do computador.
Bem essas
fotografias ninguém confia mais em deixar apenas na memória do computador.
Prefere protegê-las em ambientes muito mais seguros e equipamentos que
favorecem o destaque deste ou daquele momento, desta ou daquela ocasião.
Tudo isso é a
prova de que o amor subsiste a quase tudo e que dá a esperança de ele ser revivido
a cada concentração e cada vez que nos dispomos a confirmar a intensidade do
amor e que representa para a pessoa amada.
E o cheiro.
Parece mágico.
Quem ama ou amou
conhece o cheiro do amor.
Está misturado
com o cheiro da pessoa amada, mas tem sua intensidade bem definida que tanto um
quanto outro amante pode perfeitamente, identificar o seu contorno, a sua
presença e a sua significação.
Tem momentos que
apenas o sonho parece não bastar e, nessa ocasião, é preciso lembrar quais eram
os artifícios que os dois usavam para despertar o sentimento, às vezes
recolhidos por um problema em solução, às vezes apenas ganhando força para
dominar o ambiente quando de sua manifestação.
O amor é muito
bom. Amar é um sonho!
O amor está
acima de tudo e pode vencer o cansaço, a distância e superar a velocidade da
luz ou do som, ficando acima de todas as velocidades, inclusive do pensamento.
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