No dia 10 de
junho de 2006, às 17 horas, era inaugurada uma das mais importantes obras
realizadas em todo o Estado do Amapá – O Parque do Forte.
O governo do
Estado distribuiu um convite que tinha o seguinte texto motivador para a
presença no grande evento: “Vamos dar as mãos numa grande corrente e abraçar o
nosso maior patrimônio histórico cultural: a Fortaleza de São José e
participara da inauguração do Parque do Forte. Construído no entorno da
Fortaleza, despontando como o maior espaço de lazer da cidade, o Parque do
Forte, às margens do Rio Amazonas, no meio do mundo, é o novo cartão postal do
Amapá. O Governo do Estado conta com a sua presença para a festa de
inauguração. Na programação, shows com artistas locais e nacionais e outras
atrações culturais. Venha dar um abraço na Fortaleza. A festa só começa quando
você chegar”.
E foi assim. O
povo foi para a grande festa anunciada.
Os tapumes foram
derrubados e as passagens para o parque foram ocupadas por uma multidão que,
aos poucos, foi enchendo cada ponto do Parque que chamava atenção pela sua beleza
plástica e pela sua dimensão.
Ficara,
verdadeiramente, muito bonito o resultado de tudo aquilo que havia atravessa
mais de seis anos em construção e que, naquele dia 10 de junho, tinha marcado a
vida de todos os que moram em Macapá, perto ou longe da orla.
Daí para frente
o Parque do Forte passou a ser lugar para os visitantes do próprio estado, de
outros estados brasileiros e estados estrangeiros. Lugar onde se encontrava
prazer em andar, passear com crianças e um espaço para as grandes
concentrações, inclusive do Réveillon.
A inauguração no
dia 10 de junho foi um passaporte para o então governador.
Era 10 de junho
o começo da contagem dos prazos para as convenções para as eleições regionais,
quando os eleitores escolheriam o governador do Estado, um senador, oito
deputados federais e 24 deputados estaduais. Se estenderiam até o dia 30 de
junho.
A data era
também simbólica, pois, naquele dia (10 de junho), estavam abertos os período
das convenções partidárias para escolha dos candidatos aos cargos eletivos e o
governador de então, tinha completo e indisfarçável interesses e podia ser
candidato à reeleição.
O candidato à
reeleição para governar o Amapá foi reeleito no primeiro turno, com forte
influência da obra do Parque do Forte, que, também, elegeu o candidato ao
Senado.
Seis anos
depois, a completar no dia 10 de junho de 2012, o Parque do Forte precisa de urgentes
reparos. Vários pontos estão com suas estruturas de sustentação abaladas, os
parques estão completamente destruídos, tanto pela ação do tempo, como pela
ação de vândalos.
As recentes
águas-grandes, próprias do Rio Amazonas, foram agentes ativos da destruição de
pontos que podem comprometer, em curto prazo, a condição lúdica daquele
ambiente que, pelos seus meandros e pelos seus contornos, confirmam o que havia
sido preconizado – é um dos mais importantes núcleos para a cultura do Estado.
Mas está
abandonado.
Completamente
abandonado.
Não dá para
deixar entregue à própria sorte. Ou para deixar para quando o governo tiver
dinheiro para fazer o que precisa ser feito ou quando tiver eleição para
governador ou senador.
O local é
importante e o tempo entre a inauguração e os dias atuais pode explicar o “por
que” da necessidade de agir imediatamente e recuperar aquele patrimônio.
Estão em jogo o
avanço dos problemas estruturais do local e o grande patrimônio imaterial. que
representa.
Zelar pelo
Parque do Forte é uma obrigação de todos, inclusive dos gestores públicos.
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