segunda-feira, 21 de maio de 2012

PARQUE DO FORTE

Rodolfo Juarez
No dia 10 de junho de 2006, às 17 horas, era inaugurada uma das mais importantes obras realizadas em todo o Estado do Amapá – O Parque do Forte.
O governo do Estado distribuiu um convite que tinha o seguinte texto motivador para a presença no grande evento: “Vamos dar as mãos numa grande corrente e abraçar o nosso maior patrimônio histórico cultural: a Fortaleza de São José e participara da inauguração do Parque do Forte. Construído no entorno da Fortaleza, despontando como o maior espaço de lazer da cidade, o Parque do Forte, às margens do Rio Amazonas, no meio do mundo, é o novo cartão postal do Amapá. O Governo do Estado conta com a sua presença para a festa de inauguração. Na programação, shows com artistas locais e nacionais e outras atrações culturais. Venha dar um abraço na Fortaleza. A festa só começa quando você chegar”.
E foi assim. O povo foi para a grande festa anunciada.
Os tapumes foram derrubados e as passagens para o parque foram ocupadas por uma multidão que, aos poucos, foi enchendo cada ponto do Parque que chamava atenção pela sua beleza plástica e pela sua dimensão.
Ficara, verdadeiramente, muito bonito o resultado de tudo aquilo que havia atravessa mais de seis anos em construção e que, naquele dia 10 de junho, tinha marcado a vida de todos os que moram em Macapá, perto ou longe da orla.
Daí para frente o Parque do Forte passou a ser lugar para os visitantes do próprio estado, de outros estados brasileiros e estados estrangeiros. Lugar onde se encontrava prazer em andar, passear com crianças e um espaço para as grandes concentrações, inclusive do Réveillon.
A inauguração no dia 10 de junho foi um passaporte para o então governador.
Era 10 de junho o começo da contagem dos prazos para as convenções para as eleições regionais, quando os eleitores escolheriam o governador do Estado, um senador, oito deputados federais e 24 deputados estaduais. Se estenderiam até o dia 30 de junho.
A data era também simbólica, pois, naquele dia (10 de junho), estavam abertos os período das convenções partidárias para escolha dos candidatos aos cargos eletivos e o governador de então, tinha completo e indisfarçável interesses e podia ser candidato à reeleição.  
O candidato à reeleição para governar o Amapá foi reeleito no primeiro turno, com forte influência da obra do Parque do Forte, que, também, elegeu o candidato ao Senado.
Seis anos depois, a completar no dia 10 de junho de 2012, o Parque do Forte precisa de urgentes reparos. Vários pontos estão com suas estruturas de sustentação abaladas, os parques estão completamente destruídos, tanto pela ação do tempo, como pela ação de vândalos.
As recentes águas-grandes, próprias do Rio Amazonas, foram agentes ativos da destruição de pontos que podem comprometer, em curto prazo, a condição lúdica daquele ambiente que, pelos seus meandros e pelos seus contornos, confirmam o que havia sido preconizado – é um dos mais importantes núcleos para a cultura do Estado.
Mas está abandonado.
Completamente abandonado.
Não dá para deixar entregue à própria sorte. Ou para deixar para quando o governo tiver dinheiro para fazer o que precisa ser feito ou quando tiver eleição para governador ou senador.
O local é importante e o tempo entre a inauguração e os dias atuais pode explicar o “por que” da necessidade de agir imediatamente e recuperar aquele patrimônio.
Estão em jogo o avanço dos problemas estruturais do local e o grande patrimônio imaterial. que representa.

Zelar pelo Parque do Forte é uma obrigação de todos, inclusive dos gestores públicos.

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