sexta-feira, 4 de maio de 2012

O GRANDE CACURI


O GRANDE CACURI

Rodolfo Juarez

O tempo passa, os governos passam, todos eles, e não se percebe qualquer mudança efetiva no comportamento dos dirigentes do Estado do Amapá.

Já faz algum tempo que o segundo ano do mandato de um governador no Amapá é o mais complicado de todos tanto para o governador como para a sua equipe. Foi assim com João Capiberibe, com Waldez Góes e, agora, está assim com o governador Camilo.

Qualquer problema se agiganta, as decisões ficam difíceis, as relações com os poderes se deterioram e os aproveitadores aparecem. Dá a impressão que eles estão na espreita, esperando a melhor hora para atacar.

E são ataques perigosos, que mostram a disposição com que esses seres, os aproveitadores, avançam sobre o que consideram os seus alvos no Estado, não tendo qualquer consideração ou sentimento público do que representa os resultados para esse Estado que tem encontrado muitas dificuldades para se autogerir, desde o primeiro governo depois da conquista da autonomia política.

Parece que a administração ainda não encontrou o caminho ou que esse caminho está interrompido por um procedimento que vem errando todo esse tempo e que pode estar na estrutura de poder o próprio Governo.

Já perceberam que todos os problemas do Estado migram para a Secretaria de Planejamento, Orçamento e Tesouro?

E que tudo o que lá chega dá a impressão que chega a um labirinto, cheio caminhos poucos conhecidos ou que são dominados por uma espécie de feitores, armados até aos dentes, para evitar que os seus segredos sejam desvendados?

Parece “coisa feita”!

Toda vez que o nó precisa ser desengatado sempre é preciso ação externa e com viés de imprudência, como se ali todos estivessem errados ou se ali fosse o grande “cacuri” do Governo, onde quem entra não acerta sair.

As explicações são dadas, mas nunca e sempre são aceitas.

Há prevalência dos segredos ou do desconhecido, onde habita uma raça diferente, disposta a dizer “não” mesmo que a resposta seja “sim”.

Uma reavaliação da Estrutura do Governo do Estado do Amapá é necessária, afinal de contas não dá para assimilar tantos problemas e tantas dificuldades. Tudo sai demais caro para o contribuinte.

Recurso escasso faz falta mesmo que os erros sejam inesperados, indisfarçáveis e pequenos.

Um fator também tem atormentado os governadores nos dois primeiros anos de mandato – a eleição para a o cargo de Prefeito de Macapá.

Capi para eleger o João Henrique quando ele era ainda o João 40; Waldez para eleger o Bala e, agora, ao que tudo indica, vai começar a luta do Camilo para eleger Cristina. Apenas o Capi teve sucesso na eleição, mas, e a Cidade? E o Município?

Essa mistura dos planos administrativos com os planos políticos necessita de temperos diferentes, especiais, onde a realidade precisa entrar na composição e a atenção pela gestão do Estado não pode ser desviada para lugar algum, senão acontece a volta dos aproveitadores que vão querer, por exemplo, pedir a preferência para confundir diretor de escola com cabo eleitoral de pré-candidato a vereador.

Juízo é o que todos precisam nesse momento de extrema dificuldade e de tomada de decisão, mas, também, não pode haver desprezo pela população e muito menos medida deliberada para enganar em informações falsas ou que nada representam.

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