O
GRANDE CACURI
Rodolfo
Juarez
O tempo passa,
os governos passam, todos eles, e não se percebe qualquer mudança efetiva no
comportamento dos dirigentes do Estado do Amapá.
Já faz algum
tempo que o segundo ano do mandato de um governador no Amapá é o mais
complicado de todos tanto para o governador como para a sua equipe. Foi assim
com João Capiberibe, com Waldez Góes e, agora, está assim com o governador
Camilo.
Qualquer
problema se agiganta, as decisões ficam difíceis, as relações com os poderes se
deterioram e os aproveitadores aparecem. Dá a impressão que eles estão na
espreita, esperando a melhor hora para atacar.
E são ataques
perigosos, que mostram a disposição com que esses seres, os aproveitadores,
avançam sobre o que consideram os seus alvos no Estado, não tendo qualquer
consideração ou sentimento público do que representa os resultados para esse
Estado que tem encontrado muitas dificuldades para se autogerir, desde o
primeiro governo depois da conquista da autonomia política.
Parece que a
administração ainda não encontrou o caminho ou que esse caminho está
interrompido por um procedimento que vem errando todo esse tempo e que pode
estar na estrutura de poder o próprio Governo.
Já perceberam
que todos os problemas do Estado migram para a Secretaria de Planejamento,
Orçamento e Tesouro?
E que tudo o que
lá chega dá a impressão que chega a um labirinto, cheio caminhos poucos
conhecidos ou que são dominados por uma espécie de feitores, armados até aos
dentes, para evitar que os seus segredos sejam desvendados?
Parece “coisa
feita”!
Toda vez que o
nó precisa ser desengatado sempre é preciso ação externa e com viés de
imprudência, como se ali todos estivessem errados ou se ali fosse o grande
“cacuri” do Governo, onde quem entra não acerta sair.
As explicações
são dadas, mas nunca e sempre são aceitas.
Há prevalência
dos segredos ou do desconhecido, onde habita uma raça diferente, disposta a
dizer “não” mesmo que a resposta seja “sim”.
Uma reavaliação
da Estrutura do Governo do Estado do Amapá é necessária, afinal de contas não
dá para assimilar tantos problemas e tantas dificuldades. Tudo sai demais caro
para o contribuinte.
Recurso escasso
faz falta mesmo que os erros sejam inesperados, indisfarçáveis e pequenos.
Um fator também
tem atormentado os governadores nos dois primeiros anos de mandato – a eleição
para a o cargo de Prefeito de Macapá.
Capi para eleger
o João Henrique quando ele era ainda o João 40; Waldez para eleger o Bala e,
agora, ao que tudo indica, vai começar a luta do Camilo para eleger Cristina.
Apenas o Capi teve sucesso na eleição, mas, e a Cidade? E o Município?
Essa mistura dos
planos administrativos com os planos políticos necessita de temperos
diferentes, especiais, onde a realidade precisa entrar na composição e a
atenção pela gestão do Estado não pode ser desviada para lugar algum, senão
acontece a volta dos aproveitadores que vão querer, por exemplo, pedir a
preferência para confundir diretor de escola com cabo eleitoral de
pré-candidato a vereador.
Juízo é o que
todos precisam nesse momento de extrema dificuldade e de tomada de decisão,
mas, também, não pode haver desprezo pela população e muito menos medida
deliberada para enganar em informações falsas ou que nada representam.
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