Os gestores
públicos e até alguns parlamentares insistem em entender errado o significado
dos programas sociais que resultaram do excedente de arrecadação e que são
propostos por todos os níveis de Governo.
Como a pobreza,
a miséria e o analfabetismo são qualificativos sociais não aceitos pela imensa
maioria da população, fica facilitado para aqueles gestores justificarem, na
maioria das vezes, o seu falso comportamento no enfrentamento dessas questões,
sempre pela face mais facilitada – a da ajuda financeira.
Preferem deixar
longe o adágio, que é popular, e que está baseado na tese de que “é melhor dar
o caniço para pescar do que o peixe”. Não, aqueles gestores sempre optam por “dar
o peixe” e, se possível, já devidamente cozido ou assado.
E por que isso?
Porque, sabem
eles, estão lidando com uma parte (grande parte) da população que tem
dificuldades para compreender o que realmente está acontecendo. Para essa
parcela da população, o Brasil não melhorou, não evoluiu e muito menos dispõe
de oportunidades que podem ser aproveitadas por essa mesma parcela da
população.
Os problemas
mais presentes, além da falta de condições para o sustento básico, que os leva
ao cenário da miséria, são: a falta de moradia, de atendimento médico, de
segurança, de educação e assistência social.
O que eles sabem
é que estão sempre sendo apontados, pelos membros da mesma sociedade a qual
pertencem, com miseráveis e pessoas que terão muitas dificuldades para produzir
e mesmo se colocar de pé perante eles mesmo.
Aproveitam essa
condição e essa análise simplista para transformar o que seria um programa de
recuperação social, em um programa de manutenção das pessoas como estão, tendo
as mesma dificuldades que já têm e aumentando a dependência daqueles agentes
públicos que fazem questão de propor, mesmo que solto no ar, uma troca: a “ajuda”
pelo voto.
Um programa, por
exemplo, como o “Programa Renda Para Viver Melhor” passa por transformação
subjetiva e vira “Programa Para Eleger Melhor”, isto é, deixa de ser um
programa de apoio social temporário para virar um programa de apoio eleitoral
permanente, ou pelo menos, pelo tempo que for possível.
Mas não é só
aqui no Amapá que isso acontece. Brasil a fora se repete esse agressivo
comportamento contra os mais carentes, ou os de carência total. Esses programas
são tão disputados que viram motivo de propaganda dos Governos e exportam
modelos para outras áreas sociais.
Uma dessas áreas
que está copiando o modelo do Programa Renda Para Eleger Melhor é o da casa
própria. Já se percebe, em profusão, a tentativa que os agentes públicos fazem
para relembrar e lembrar o que fizeram e o que estão fazendo, tudo isso com uma
coloração eleitoral nítida, aonde as disputas chegam ao ponto de negar, nas
peças publicitárias, êxitos de uns e destacar fracassos de outros.
Uma pena que
isso aconteça!
Mas os
marqueteiros não vêm limites nas vontades dos gestores e produzem peças que tangem
a irresponsabilidade, tanto que colocam pessoas humildes para fazer declarações
que jamais fariam em outras circunstâncias ou se tivessem falando em nome de,
pelo menos, parte daqueles que estão na faixa mais pobre da população.
Até mesmo os
aumentos obrigatórios, definidos em lei, são motivos para reuniões e para
declarações de pessoas, que deveriam servir de alerta para os administradores e
fazê-los definir outros programas de apoio social, do que usar a ingenuidade de
pessoas humildes para fazê-las declarar o que entendem que será bom para a
administração ou para o administrador.
A própria ilusão
de que melhorou precisava ser explicada aos mais carentes, ao invés de divulgar
a declaração de que “melhorou muuuuuuuuuuuuuuito”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário