O sistema de
coleta, transporte e destino final do lixo é de contínuo estudo e aprimoramento
na sua execução em qualquer lugar do mundo.
Antes, é
verdade, precisa haver conscientização, educação e participação da sociedade
que, quando acondiciona de forma apropriada lixo, facilita tudo, dando maior
velocidade na coleta, garantia no transporte e, certamente, traz facilidades
para descarregar no destino final.
Então tudo
começa na casa do morador.
Certo?
Errado.
Tudo começa com
um procedimento definido para a educação daqueles que geram o lixo e para que
esses geradores de resíduos sejam motivados a agir contributivamente, eles
precisam entender o que vai acontecer em seguida e acreditar que está colaborando
com o sistema.
Não temos
notícias de que por aqui, já aconteceu alguma tentativa organizada de orientar
os moradores e incentivá-los a agir. O que se tem visto são as crianças,
acompanhando recomendações vindas pelas redes sociais, rádio e televisão,
mostrar o caminho certo para os país, em uma inversão de atitudes que logo são
ignoradas e por uma razão muito simples – os pais são os modelos dos filhos.
Ainda hoje é
muito comum ver os condutores de veículos, adultos certamente, não tendo
qualquer zelo, jogar pela janela do carro os resíduos que está produzindo
naquele momento e que acha que não deve ficar dentro do carro, mas certamente,
imagina que jogando na rua, alguém vai coletar, pois sabe, antecipadamente, que
está agindo de forma errada.
O impacto maior
é para as crianças. Elas não admitem isso... Até perceberem que os pais pouco
ligam e, como são os seus “heróis”, logo passam a dar pouca importância para o
assunto e as ruas vão sendo o depósito daqueles que não entenderam a
necessidade de não declarar a sua ignorância no assunto.
As famílias
desistiram de fazer a coleta seletiva.
E sabem por que?
Porque de nada
adianta fazer separação do lixo na casa onde mora, pois, no momento em que
acontece a coleta, também naquele momento é desfeito todo o trabalho de
separação que eventualmente fora feito em casa.
Mais um motivo
para pouco ligar e esquecer.
E a coleta?
Essa é outra
atividade tão importante quanto mal feita. Nem mesmo os garis exercem as suas
profissões devidamente protegidos, com as luvas e os uniformes que os defenda
das agressões dos resíduos. São poucos os que têm essas chances.
Os carros de
coleta, sempre sujos, ganham o apelido – antagonicamente sugestivo – de “carro
da Avon”. Alguns deles deixando cair os volumes, quando não o churume, muito
mais perigosos que o próprio resíduo.
E lá vão eles,
os resíduos, os homens e os veículos, até o destino final, local onde devem
descarregar. E quando chegam no local determinado, despejam o lixo e para cima
dele vêm os carapirás – outro ramo da miséria.
Lá no destino
final, as condições são, em regra, totalmente fora daquelas recomendadas pelas
autoridades sanitárias. Mesmo assim o resíduo é disputado, separado,
apropriado, sob os olhares da administração que, insensível, ainda considera
que é uma alternativa de vida que aquelas pessoas têm.
Triste
condescendência!
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