sexta-feira, 11 de maio de 2012

CHEGA DE DESEDUCAR

Rodolfo Juarez

Mais uma semana que passou sem levar a intransigência daqueles que não estão comprometidos com o desenvolvimento do Estado e preferem deixar que o tempo construa a escada para a ignorância ou para a dependência permanente dos que serão empurrados para a pobreza miserável, pela falta de condições de integrar a parte que já lhe está reservada há bastante tempo, mas que se afasta cada vez mais devido a teimosia de pessoas que ainda não conseguiram resolver, com respeito à população, a questão da educação no Amapá.

É uma discussão sem fim que já não se sabe onde está o pé nem onde está a cabeça, tal a mistura de propósitos construída ou pela insistência dos dirigentes sindicais ou pela intransigência dos negociadores do governo do estado.

A situação está insustentável, desrespeitosa e mal conduzida, tanto pelo lado do sindicato dos professores como pelo lado do Governo.

Não é possível que a educação no Estado do Amapá seja tratada nos limites do salário que o governo pode pagar e o que o professor gostaria de receber. Como também não se admite que a educação dos alunos matriculados nas escolas estaduais, possa ficar do jeito que está, sem alcançar os elementares objetivos que constam de qualquer proposta programática para o ano de 2012.

É bom lembrar que em 2011 o resultado escolar dos alunos matriculados na rede estadual de ensino foi muito prejudicado e nem mesmo o anunciado prolongamento do período para que fosse cumprido o calendário escolar, foi executado em conformidade com as necessidades dos alunos.

Fazer uma reflexão baseado no que aconteceu no ano passado pode apontar como poderiam ser medidos os prejuízos que os alunos tiveram e se fosse possível assim proceder, certamente que deixaria assustado tantos os professores como os gestores do processo escolar.

Nada justifica a condição a que foi levada o relação entre os empregados (os professores) e os patrões (os gestores do Governo do Estado). Ficar batendo boca ou batendo lata não modifica em nada. O que pode modificar a qualidade da discussão é a disposição para ouvir, tanto de um lado como de outro.

Parece que nenhum dos dirigentes dos dois lados está preocupado com a educação, estão ao que parece preocupados com a sua própria condição ocasional – um como governador do Estado e outro como presidente do Sindicato.

Está instalado o impasse e nenhum dos lados dá sinal de que está disposto a recuar para discutir o assunto, colocando em primeiro lugar a educação, afinal o motivo central do Governo e do Sindicato.

Os alunos, em pleno mês de maio, estão em casa, os professores, na sua maioria, também. Os alunos lamentando não poder estar aproveitar o tempo que têm.

Um caso demais sério para não ser considerado por quem tenha um mínimo de discernimento e que, de verdade, pretenda dar a importância que tem a educação dessas crianças e desses adolescentes que estão querendo apenas estudar.

Os governantes e os professores dão a impressão que perderam a noção da responsabilidade que têm com as crianças e com a juventude; deixam de lado os objetivos que traçaram para ensinar e até a forma de recompensar os professores saem de foco, com a desculpa de que o Estado não tem dinheiro e que por isso não dá para pagar os professores.

Se o governo pagar e fiscalizar, o custo direto, em real, será muito menor. Agora não pode o próprio Governo querer que cabos eleitorais deste ou daquele partido político, como recompensa por terem organizado as reuniões em 2010 e com a incumbência de organizarem as reuniões para candidatos a vereador em 2012, assumam direção de escola ou outra qualquer função na secretaria para fazer daquela unidade local de palanque político para ações e campanha.

Se os professores têm mesmo o direito que estão alegando ter, que convençam os patrões e corram para as salas de aula deixando a rua da frente do palácio do governo livre para cumprir com a sua função urbana.

Chega de deseducar.

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