Ontem a
população acordou com a notícia de que mais uma operação policial estava nas
ruas, desta feita rondando os prédios administrativos do Poder Legislativo,
tendo como alvo a Assembléia Legislativa.
Como derivação,
escritórios de prestadores de assessorias, de agências de viagens, cooperativas
de transportes e até, residências de deputados que comandam a Assembléia
Legislativa do Estado do Amapá, estavam na lista de “visitas”.
A operação
Eclésia estava nas ruas. Planejada pela Ministério Público Estadual, autorizada
pelo Poder Judiciário local e executada com a participação da Polícia
Judiciário do Governo do Estado do Amapá, sob o comando de delegados e apoio de
agentes.
Computadores e
documentos foram retirados das repartições, sem dispensar os movimentos que
justificassem a pirotecnia, que são próprias dessas operações, por mais simples
que sejam e que deixam sequelas irreparáveis quando, sem as precauções que
deveriam fazer parte do plano, juntam tudo em um mesmo paneiro, apontando o
dedo como se todos tivessem praticado o crime, se é que existe crime.
As notícias logo
se espalharam e os mais afoitos fizeram as suas próprias interpretações e
avançaram detalhando os acontecimentos, dos quais ninguém tinha certeza.
Em seguida, já
pela parte da tarde (a operação começou às seis da manhã), foi possível
pontuar, depois das explicações fornecidas pelo Ministério Público local, as
principais justificativas que levaram a que a operação fosse deflagrada e os
objetos da operação, segundo a opinião dos seus principais planejadores e
executores, realizada com sucesso e eficiência.
Instado para
falar sobre a operação, o deputado Moisés Souza, presidente da Assembléia
Legislativa, afirmou que se tratava de represália às investigações que os
deputados estão fazendo em duas comissões parlamentares de inquérito, uma
chamada CPI da Amprev e outra, CPI da Saúde, além de retaliações por causa dos
processos crimes aberto contra um membro do Ministério Público, depois que foi
aceita, mesmo parcialmente, a representação feita por deputados contra membro
do MP.
Enquanto as
buscas e apreensões continuavam, os deputados, reunindo-se ordinariamente, no
Plenário do prédio onde funcionam os gabinetes dos deputados e a Presidência do
Órgão, votaram e aprovaram uma nova Comissão Parlamentar de Inquérito, desta
feita, par apurar vícios administrativos no Ministério Público Estadual.
Do lado de fora
a população vê a relação entre os dois importantes órgãos do Estado se
deteriorar cada vez mais, ocupando os seus membros em questões que só
justificam por desconfiança, um no outro, de que, os dois, estão com vícios na
execução administrativa de suas obrigações.
Agora, depois de
tudo o que foi dito e desdito, tanto o Ministério Público como a Assembléia
Legislativa, têm obrigação, de explicar, detalhadamente para os contribuintes,
o que verdadeiramente está acontecendo.
Para que esses
dois órgãos funcionem, conforme mandam as regras postas nas constituições -
estadual e federal -, são desembolsados no Orçamento Fiscal do Estado do Amapá,
mais de R$ 22,4 milhões, a cada mês deste ano de 2012, ou seja, R$ 270 milhões
durante o ano.
Um dinheiro que
não é para ser gasto em meio a confrontos, a medição de força, mas em ações que
transmitam à população confiança no desempenho de cada um e eficácia no alcance
dos resultados.
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