quarta-feira, 23 de maio de 2012

OPERAÇÃO ECLÉSIA

Rodolfo Juarez
Ontem a população acordou com a notícia de que mais uma operação policial estava nas ruas, desta feita rondando os prédios administrativos do Poder Legislativo, tendo como alvo a Assembléia Legislativa.
Como derivação, escritórios de prestadores de assessorias, de agências de viagens, cooperativas de transportes e até, residências de deputados que comandam a Assembléia Legislativa do Estado do Amapá, estavam na lista de “visitas”.
A operação Eclésia estava nas ruas. Planejada pela Ministério Público Estadual, autorizada pelo Poder Judiciário local e executada com a participação da Polícia Judiciário do Governo do Estado do Amapá, sob o comando de delegados e apoio de agentes.
Computadores e documentos foram retirados das repartições, sem dispensar os movimentos que justificassem a pirotecnia, que são próprias dessas operações, por mais simples que sejam e que deixam sequelas irreparáveis quando, sem as precauções que deveriam fazer parte do plano, juntam tudo em um mesmo paneiro, apontando o dedo como se todos tivessem praticado o crime, se é que existe crime.
As notícias logo se espalharam e os mais afoitos fizeram as suas próprias interpretações e avançaram detalhando os acontecimentos, dos quais ninguém tinha certeza.
Em seguida, já pela parte da tarde (a operação começou às seis da manhã), foi possível pontuar, depois das explicações fornecidas pelo Ministério Público local, as principais justificativas que levaram a que a operação fosse deflagrada e os objetos da operação, segundo a opinião dos seus principais planejadores e executores, realizada com sucesso e eficiência.
Instado para falar sobre a operação, o deputado Moisés Souza, presidente da Assembléia Legislativa, afirmou que se tratava de represália às investigações que os deputados estão fazendo em duas comissões parlamentares de inquérito, uma chamada CPI da Amprev e outra, CPI da Saúde, além de retaliações por causa dos processos crimes aberto contra um membro do Ministério Público, depois que foi aceita, mesmo parcialmente, a representação feita por deputados contra membro do MP.
Enquanto as buscas e apreensões continuavam, os deputados, reunindo-se ordinariamente, no Plenário do prédio onde funcionam os gabinetes dos deputados e a Presidência do Órgão, votaram e aprovaram uma nova Comissão Parlamentar de Inquérito, desta feita, par apurar vícios administrativos no Ministério Público Estadual.
Do lado de fora a população vê a relação entre os dois importantes órgãos do Estado se deteriorar cada vez mais, ocupando os seus membros em questões que só justificam por desconfiança, um no outro, de que, os dois, estão com vícios na execução administrativa de suas obrigações.
Agora, depois de tudo o que foi dito e desdito, tanto o Ministério Público como a Assembléia Legislativa, têm obrigação, de explicar, detalhadamente para os contribuintes, o que verdadeiramente está acontecendo.
Para que esses dois órgãos funcionem, conforme mandam as regras postas nas constituições - estadual e federal -, são desembolsados no Orçamento Fiscal do Estado do Amapá, mais de R$ 22,4 milhões, a cada mês deste ano de 2012, ou seja, R$ 270 milhões durante o ano.
Um dinheiro que não é para ser gasto em meio a confrontos, a medição de força, mas em ações que transmitam à população confiança no desempenho de cada um e eficácia no alcance dos resultados.

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