quinta-feira, 31 de maio de 2012

JANARY NUNES

Rodolfo Juarez
Por mais que se esforcem todos para homenagear aquele que foi o primeiro governador do Amapá, poucos compreenderão a importância que teve Janary Gentil Nunes na implantação do que é hoje o Estado do Amapá.
Os limites geográficos são os mesmos, o clima é o mesmo, os recortes físicos no território são os mesmos. A fauna e a flora estão relativamente pouco modificadas daquele tempo, mas as características estão mantidas e não dá para dizer que houve depredação do ecossistema e muito menos a quebra do equilíbrio natural.
Janary veio governar o Amapá com a incumbência de ocupar a área, afinal de contas, a área sempre fora motivo de cobiça de outros povos, principalmente os franceses, que ainda remoíam a derrota no Tribunal de Haia e não se conformavam com o recuo do que consideravam as suas fronteiras.
Janary Nunes foi objetivo nessa parte do plano e, como primeira providência, propôs a capital do Território Federal do Amapá ao invés de ficar de frente para o oceano, em Amapá, ficaria de frente para o Amazonas, em Macapá.
Mais tarde a história local, que pouco fala sobre esse episódio, registraria o acerto da medida, pois rapidamente, Macapá saiu dos seus mil habitantes, em 1944, para 30 mil em 1950.
Janary transmitia confiança e se fazia claro quando o assunto era acreditar que poderia modificar as condições sanitárias e sociais dessa área brasileira. Ao mesmo tempo em que se instalava, estabelecia os pilares da estrutura que daria as condições para que as pessoas se sentissem segura. Foram construídas, ao mesmo tempo, escolas, hospitais, portos, aeroportos, usinas de força e luz, estação de tratamento de água, adquiridas unidades de transporte, aberas as primeiras estradas, construídas casas para funcionários e à medida que as necessidades iam aparecendo eram analisadas e resolvidas.
 Macapá e as pequenas vilas passaram a ser tratadas como cidades, colocando como prioridade as necessidades dos habitantes. Além do que Janary era incansável no dia a dia e se agia, naturalmente, como um comandante em chefe, um líder disponível.
Janary Gentil Nunes nasceu em Alenquer, sede do Município de Alenquer, no Estado do Pará, no dia 1º de junho de 1912. Veio pela primeira vez ao Amapá em 1940, quando ainda era primeiro-tenente do Exército.
Na época comandava o Pelotão Independente do Oiapoque, na fronteira do Brasil com a Guiana Francesa, atualmente Colônia Militar de Clevelândia do Norte, onde permaneceu até o final de 1941.
O Amapá, antes de ser Território Federal pertencia ao Estado do Pará. Foi desmembrado politicamente das terras paraenses por meio do Decreto-Lei nº 5.812, de 13 de setembro de 1943, quando Getúlio Vargas era o presidente do Brasil.
Em 27 de dezembro de 1943, o presidente Getúlio Vargas nomeou para ser o primeiro governador do Território Federal do Amapá, o capitão do Exército, Janary gentil Nunes, então com 31 anos de idade, onde exerceria o cargo por 12 anos. A implantação efetiva da Administração Territorial aconteceu em 25 de janeiro de 1944.
O capitão Janary Nunes foi nomeado governador do Território Federal do Amapá para administrar e conduzir o desenvolvimento da fronteira com o objetivo de promover a segurança nacional, realizar o controle político, o controle social com adoção de medidas tutelares que garantissem a ocupação da grande área vazia.
O Amapá de então possuía aglomerados urbanos e forma de vilas e lugarejos. Tinha pouco mais de 25 mil habitantes e em Macapá moravam, aproximadamente, mil pessoas.
As primeiras obras executadas por Janary Nunes foram: casas para funcionários, Escola Barão do Rio Branco, Escola Industrial de Macapá, Escola Doméstica, Escola Normal, Escola de Iniciação Agrícola, Escola Técnica de Comércio e Hospital Geral de Macapá. O HGM foi a primeira unidade de saúde de Macapá. A doença mais comum da época era a malária.
Em 5 de fevereiro de 1956, Janary Nunes deixa o Amapá para presidir a Petrobrás, por designação do Presidente Juscelino Kubitschek. Teve a oportunidade para indicar o seu sucessor, o médico Amilcar Pereira.
Foi deputado federal por dois mandatos, 1963-1967 e 1968-1971. Nas eleições de 1971 foi derrotado pelo professor Antônio Cordeiro Pontes para a vaga de deputado federal.
Janary Gentil Nunes faleceu aos 72 anos de idade, no Rio de Janeiro, no dia 15 de outubro de 1984.

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