domingo, 6 de maio de 2012

VÍTIMAS DA GREVE DOS PROFESSORES


Rodolfo Juarez

Independentemente de quem tenha ou não razão no episódio de desentendimento entre professores e o secretário de educação e entre o sindicato e o governo, a ausência dos professores das salas de aula já estão apresentando problemas extras que terão dificuldades para serem resolvidos.

Primeiro é o caso dos 200 dias letivos. Uma imposição legal e que, comprovadamente, é o limite mínimo para que se alcancem os resultados para se poder fazer as exigências de aprendizado e de comportamento educacional dos alunos que, desde o inicio do ano estão esperando que o Governo cumpra a sua parte oferecendo-lhes condições para que tenham os seus direitos garantidos.

E os direito garantidos para os alunos são professores preparados e motivados e condições escolares adequadas e favoráveis o processo de ensino-aprendizagem.

Por enquanto o que se ouve são frases feitas, como se tivesse negociando peixe em um grande mercado e que, daqui a pouco, quando na iminência de apodrecer, os donos dos peixes baixariam o preço e os venderiam antes que o produto estivesse completamente perdido.

Ora, se está trabalhando com educação de jovens que querem interpretar o que está acontecendo e o que se observa são intransigências daqueles que deveriam entrar propondo conciliação, pelo menos em respeito ao objeto fim de tudo – a educação daqueles mais carentes, como também, daqueles que acreditaram que o Estado poderia lhe proporcionar a educação formal, em âmbito e tempo adequados.

Nesse momento a comparação entre os alunos do sistema privado de educação e os alunos do sistema público de educação está extremamente prejudicada e empurrando aqueles que acreditam que o sistema público pode cumprir o seu papel, para o rumo do sistema privado, na maioria das vezes sem poder adimplir as prestações, caras demais, mas com o projeto de sacrificar seus planos familiares particulares, em nome de um futuro, que bem poderia ser atendido pela escola pública.

Todos sabem que o futuro dos jovens depende do aprendizado que adquirirem na fase própria da vida de cada um.

Os pais dos alunos das escolas públicas, que colocaram os seus filhos nestas escolas públicas e que estão cursando o último ano do ensino médio, sabem que seus filhos estão muito prejudicados e que a concorrência que enfrentarão no vestibular deste ano, ganha dimensões que ficam além das expectativas de superação desses alunos.

Que maldade!

Que falta de sensibilidade!

O secretário de educação poderia, perfeitamente, já ter encaminhado uma discussão para que os prejuízos, principalmente para os alunos que vão fazer o vestibular deste ano, tivesse um plano emergência e que, certamente, poderia ser um fator que poderia ficar fora da pendências apresentadas pelo sindicato e pelo governo.

Respeitar esses jovens seria o mínimo que o painel de insensatez do empregado e do empregador poderia apresentar.

Basta lembrar que para esses alunos alongar o período escolar não atende os seus interesses. Não completam o seu aprendizado.

Eles têm pressa!

O vestibular não espera. E eles precisam além do diploma, do conhecimento mínimo para enfrentar as provas do concurso.

O secretário de educação precisa pensar nisso. O presidente do sindicato também precisa pensar nisso. Eles, os alunos, não podem ser as suas vítimas inocentes.  

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