Estive semana
passada fazendo um passeio pelos caminhos marcados pela exposição “Antônio
Munhoz em Memórias e Nuances” que vai até o dia 20 de maio, na Galeria Antônio
Munhoz Lopes, no Departamento Regional do SESC Amapá.
Uma viagem
inesquecível por tudo o que representa este oitentão, referencia cultural,
intelectual e de conhecimento das coisas daqui e do mundo, que tem sido pequeno
para as incursões do mestre que dedicou toda a sua vida aos estudos a à
incrível sede de conhecimento.
Não adianta
querer seguir o raciocínio do Professor que, desde as suas origens e por toda a
sua vida, construiu uma obra quase perfeita – a compreensão do mundo moderno a
partir do tato e do contato.
A exposição é um
passeio que recupera espaços que já tinham sido arquivados na memória, nas
prateleiras superiores, de difícil acesso e já guardada com proteção de
fechaduras seguras e invioláveis, a não ser pela ação de esforços animados
pelas lembranças do mestre.
Pois foi assim.
Fiquei absolutamente embevecido pelas lembranças e com a sensação de que havia
mudado para aquele tempo, começado na década de 60 e que largaram até agora os
espaços para poder caber, organizadamente, nos escaninhos do cérebro reservado
para as boas lembranças.
Tive a sensação
de que os registros da exposição me puxavam pela mão e me colocavam dentro do próprio
registro, com um sentimento especial, difícil de explicar e agradável par
ficar, saboreando o prato principal elaborado com a presteza dos grandes
mestres, onde se serviam os vinhos da cultura, os alimentos do saber e as
sobremesas da satisfação de reconhecer o crescimento que tomava conta dos
arredores do conhecimento.
Tive horas de
rir sem saber do que, de chorar inexplicavelmente e de sentir os ventos e os
tempos do tempo do registro.
O professor
Munhoz nunca se conformou em ser apenas professor. Sempre quis ser - e
conseguiu - um grande educador. Acho até que ele nem percebia a influência
especial que exercia sobre cada um dos seus alunos, não só durante as aulas,
mas, principalmente quando tinha oportunidade de mostra-se como orientador,
discutindo pontos importantes da vida e tentando fazer-nos entender a
importância de sempre estar em busca do conhecimento, estando ele no lugar que
estivesse.
Garantia sempre
– vale a pena busca esse conhecimento e trazê-lo não apenas registrado na
memória, mas também, em documentos e fotografias que facilitavam a repartição
com aqueles que precisavam preencher os espaços da memória de uma forma mais que
especial.
Quadros,
escritos, fotografias e registros, elementos da exposição que formam um belo
conjunto moldado pelo oleiro da literatura, das obras de arte, das entranhas do
saber, sempre atento para que tudo o que conquistava pudesse ficar à disposição
daqueles que, a partir daquelas conquistas, poderiam compreender o quanto é
importante cuidar bem da literatura e das artes, além de tudo que dá
consistência ao saber.
Antônio Munhoz
adotou o Amapá para ser a sua referência natural e o mundo para ser o seu sítio
de pesquisa e onde teve oportunidade de revelar verdadeiros segredos que são
próprios dos conquistadores.
Não é a toa que
o Professor Munhoz é reconhecido como Cidadão do Mundo, mas que sempre disse
que quer ser mesmo é Cidadão do Amapá, local para o qual vive e arquiva toda a
sua obra e agora mostra um pouquinho para todos, nesta exposição que é um
passeio cultural em um circuito que leva o seu próprio nome.
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