Estou convencido
que os momentos de alegria são construídos parte por parte e quanto menor for a
parte, mas detalhes nelas são colocadas e mais estruturado fica o momento
especial, o momento da alegria.
Mas a alegria
tem a ver com prazer, satisfação, acontecimento, exultação, jovialidade,
júbilo, ledice, regozijo, aleluia, entrega e confiança nos que estão próximos,
nas iniciativas que toma e no que faz.
Percebe-se que
essas qualidades são verdadeiros predicados daquelas pessoas que se sentem
completada e que garantem cooperação e repartição de esforços e entrega em
todas as iniciativas que toma.
Esse ambiente só
pode ser concebido com naturalidade. Não há como ser produto de atividades
obrigatórias ou de ações elaboradas sem que se tenha capacidade de ver o que se
terá ao final, principalmente quando se pretende um final que tenha a marca da
alegria e da responsabilidade.
As pessoas que
conseguem chegar a esse estágio estão confiantes, sabem o que querem e já têm a
certeza que não vão falhar. Pelo menos é o que se percebia todas as vezes que
procurava entender a dedicação e a forma como estava planejado o momento da
alegria e os passos que estavam sendo tomado para a sua construção.
Olhos
brilhantes, claros e transmitindo expectativa e convidando todos para repartir
a alegria que iria acontecer daqui a pouco, no simples encontro, na festa de
aniversário, na platéia de um show, em uma visita a um museu, a um ponto
turístico, em um almoço com os descendentes ou ascendentes diretos ou
indiretos.
Tudo com todos
os detalhes!
Não precisava
perguntar nada, as situações e coisas quando não se auto- explicavam estavam
tão evidentes que as dúvidas, se é que existiam, perdiam a importância quando
suscitadas por aqueles menos avisados ou pelos mais curiosos.
Para a recepção,
o encontro, o show ou o simples almoço ou lanche estavam reservados os momentos
de alegria. Garanto que era difícil encontrar a tristeza quando se estava sob o
comando e a orientação dela.
Filhos, irmãos,
pai, tios, tias, sobrinhos, amigos, colegas, auxiliares e eu ficávamos atraídos
pelo magnetismo que sempre transmitiu e pela segurança que passava a cada um.
Mesmo
considerando-se frágil posso garantir que era uma verdadeira fortaleza. Sempre
contou com um leque de iniciativas e todas independente das dificuldades, tidas
como factíveis, senão pelos que duvidavam, mas por ela mesma, que conseguia
provar a sua capacidade de entender e fazer o momento.
Companheira de
estar ao lado a qualquer hora e em qualquer situação, sempre priorizando a
família e deixando as questões individuais para serem analisadas em momentos
próprios, mas sempre de acordo com os fatores que poderiam trazer tranquilidade
para todos.
Mãe exemplar,
irmã, tia, sobrinha, filha, prima e amiga como poucas.
Deus lhe
permitiu pouco tempo de avó, mas, mesmo nesse pouco tempo, aplicou-se de
maneira diferente, construindo uma relação não só nova, mas absolutamente
diferente, onde, mais uma vez, o amor e a dedicação foram colocados no centro
de tudo.
Hoje, dia 2 de
junho, a Josi estaria completando 53 anos, mas ela foi chamada antes, há seis
anos, pode ter ido para preparar o grande encontro, com outros momentos de
alegria, tendo o amor como referência, o companheirismo como modelo e o
respeito como indispensável à construção daqueles momentos que sempre teve
prazer em oportunizar a todos que considerava e amava.
Saudades dela e
dos momentos que ela construía.
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