A cada dia se
confirma a crise de liderança por qual passa o Estado do Amapá.
Já faz algum
tempo que os escolhidos pela população não conseguem quebrar a barreira da
mesmice e avançar para as frentes de lideranças que estão desocupadas e com
vagas sobrando.
O palanque dos líderes está desocupado, com as
principais cadeiras ou lugares, livres e prontos para receber essas pessoas que
estão fazendo falta, pois seriam eles que estariam em condições de orientar
aqueles que têm se mostrando incapazes de assumir as responsabilidades próprias
dos líderes.
João Capiberibe
e Waldez Góes, cada um a seu tempo, mas, por pouco, não ao mesmo tempo, tiveram
todas as chances de alcançar uma das vagas que estão naquele palanque. Não
conseguiram e agora, tateiam, buscando forma e função, sem levar em
consideração as mudanças que foram operadas nos meios estruturais e sociais.
Os que foram
para o parlamento federal, como deputado federal ou senador, não conseguiram
notoriedade ou visibilidade para garantir o que representantes de outros
estados da Amazônia conseguiram. Mesmo Roraima, com pouco mais da metade da
população do Amapá, ganhou espaço na República.
Pode ser o
efeito anulatório do senador Sarney que não conseguiu desvencilhar-se do
Maranhão e representar, de verdade o Amapá, e depois de 24 anos, não foi o
líder do povo, muito embora tenha sido líder de todos aqueles que foram
candidatos a líderes.
Até agora a
dúvida persiste: Sarney foi ou não foi bom para o Amapá?
Alguns defendem
que Sarney foi um achado. Outros não hesitam em dizer que foi um tempo perdido.
Nem mesmo os tempos em que ficou como presidente do Congresso Nacional, poder
derivado da Presidência do Senado, serviu para que problemas daqui fossem
resolvidos ou as soluções encontradas tivessem eficácia.
Mesmo assim, até
os que se proclamam adversários aqui, vão a Brasília não deixam de ir conversar
com Sarney. As fotos se repetem e são distribuídas para quem quiser.
Ele, o senador
Sarney, nem mais aqui vem. Seu interesse pelo Estado dá a impressão que cessou
completamente. E não tem que o substitua.
Um estado novo
como o Estado do Amapá, precisa de lideranças que ultrapassem os estreitos
limites da política partidária.
A situação é tão
grave que alguns, sem qualquer condição ou preparo, se arvoram a pousar de
futuro líder. Nesse caso estão alguns deputados da legislatura estadual que
passou e até dessa legislatura; alguns vereadores, até deputados federais e
senadores, mas esses candidatos a líder ficam só na vontade. Quando é exigido
um pouquinho só, lá está ele desprezado por ele mesmo, dentro da sua carapaça
como um caramujo no verão.
Mas não dá para
desistir.
Nenhum povo
avança se não tiver um líder e o Amapá precisa de alguém que possa falar em nome
das mais de 700 mil almas que habitam por aqui.
Resta apenas
torcer para que essa rotina seja quebrada, que os lugares no palanque dos
líderes sejam ocupados.
No dia que pelo
menos um se propuser avançar para esse lugar, com condições de suprir as exigências
da função, vai ter, certamente, o apoio do povo e, ai, a partir desse dia, os
comportamentos mudarão por aqui e os órgãos do Estado vão se comportar como
órgãos; a população do Estado vai sentir as suas esperanças renascendo; e os
vizinhos da Amazônia vão reconhecer uma pessoa do Amapá como alguém que não
precisa voltar para a carapaça.
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