terça-feira, 26 de junho de 2012

COMO CARAMUJO NO VERÃO

Rodolfo Juarez
A cada dia se confirma a crise de liderança por qual passa o Estado do Amapá.
Já faz algum tempo que os escolhidos pela população não conseguem quebrar a barreira da mesmice e avançar para as frentes de lideranças que estão desocupadas e com vagas sobrando.
 O palanque dos líderes está desocupado, com as principais cadeiras ou lugares, livres e prontos para receber essas pessoas que estão fazendo falta, pois seriam eles que estariam em condições de orientar aqueles que têm se mostrando incapazes de assumir as responsabilidades próprias dos líderes.
João Capiberibe e Waldez Góes, cada um a seu tempo, mas, por pouco, não ao mesmo tempo, tiveram todas as chances de alcançar uma das vagas que estão naquele palanque. Não conseguiram e agora, tateiam, buscando forma e função, sem levar em consideração as mudanças que foram operadas nos meios estruturais e sociais.
Os que foram para o parlamento federal, como deputado federal ou senador, não conseguiram notoriedade ou visibilidade para garantir o que representantes de outros estados da Amazônia conseguiram. Mesmo Roraima, com pouco mais da metade da população do Amapá, ganhou espaço na República.
Pode ser o efeito anulatório do senador Sarney que não conseguiu desvencilhar-se do Maranhão e representar, de verdade o Amapá, e depois de 24 anos, não foi o líder do povo, muito embora tenha sido líder de todos aqueles que foram candidatos a líderes.
Até agora a dúvida persiste: Sarney foi ou não foi bom para o Amapá?
Alguns defendem que Sarney foi um achado. Outros não hesitam em dizer que foi um tempo perdido. Nem mesmo os tempos em que ficou como presidente do Congresso Nacional, poder derivado da Presidência do Senado, serviu para que problemas daqui fossem resolvidos ou as soluções encontradas tivessem eficácia.
Mesmo assim, até os que se proclamam adversários aqui, vão a Brasília não deixam de ir conversar com Sarney. As fotos se repetem e são distribuídas para quem quiser.
Ele, o senador Sarney, nem mais aqui vem. Seu interesse pelo Estado dá a impressão que cessou completamente. E não tem que o substitua.
Um estado novo como o Estado do Amapá, precisa de lideranças que ultrapassem os estreitos limites da política partidária.
A situação é tão grave que alguns, sem qualquer condição ou preparo, se arvoram a pousar de futuro líder. Nesse caso estão alguns deputados da legislatura estadual que passou e até dessa legislatura; alguns vereadores, até deputados federais e senadores, mas esses candidatos a líder ficam só na vontade. Quando é exigido um pouquinho só, lá está ele desprezado por ele mesmo, dentro da sua carapaça como um caramujo no verão.
Mas não dá para desistir.
Nenhum povo avança se não tiver um líder e o Amapá precisa de alguém que possa falar em nome das mais de 700 mil almas que habitam por aqui.
Resta apenas torcer para que essa rotina seja quebrada, que os lugares no palanque dos líderes sejam ocupados.
No dia que pelo menos um se propuser avançar para esse lugar, com condições de suprir as exigências da função, vai ter, certamente, o apoio do povo e, ai, a partir desse dia, os comportamentos mudarão por aqui e os órgãos do Estado vão se comportar como órgãos; a população do Estado vai sentir as suas esperanças renascendo; e os vizinhos da Amazônia vão reconhecer uma pessoa do Amapá como alguém que não precisa voltar para a carapaça.


Nenhum comentário:

Postar um comentário