domingo, 17 de junho de 2012

EDUCAÇÃO - PRATELEIRA DE SONHOS

Rodolfo Juarez
Mesmo contando com apenas 10 dias úteis para a retomada do ano letivo de 2012, cabe agora aos professores e aos alunos assumirem as responsabilidades pelo resultado de um ano escolar mal conduzido, mas que precisa ser aproveitado no que for possível durante o período que resta.
A idéia que leva algumas pessoas a pensar que a educação é como qualquer outra atividade de funcionário público, só porque para ser esse funcionário precisa fazer concurso e ser chamado para assumir um cargo, está completamente equivocada, pois todas as semelhanças terminam ali.
O professor é o funcionário que vai cuidar de educar e ensinar pessoas que tem um direito descrito na constituição, mas principalmente, tem necessidade de aprender para poder viável a sua prateleira de sonhos.
Nossa região ainda é uma região que precisa muito mais do que um funcionário público, precisa de um funcionário público dedicado para poder fazer com que o professor apareça.
É claro que a questão da sobrevivência é importante; ganhar bem é importante; mas também, nesse caso, também é importante compreender que o professor é muito mais que um simples funcionário público, mesmo aqueles que ganham além do limite constitucional, mesmo aqueles que não precisam trabalhar. Esses não precisam dessa dedicação, não porque têm dinheiro, mas porque não são professores.
Essa é uma descoberta que só faz quem leciona, que tem a responsabilidade de 8 ou 10 turmas, sempre quase ou mais do que 400 alunos, de todas as origens e com todos os problemas próprios da idade e que, se o professor não resolve, reconhece.
Professor não tem padrão!
Há momentos em que o aluno precisa muito mais dos conselhos de que dos ensinamentos. Há momentos que ele não quer resolver um problema de Matemática ou de Física, o que o aluno quer é simplesmente uma orientação.
E o professor precisa entender isso!
Então, ser professor é ser apenas um funcionário público que tem compromisso apenas com a repartição em que trabalha?
Está claro que não.
Então, por que essa teimosia de manter-se afastado dos seus alunos, motivo que apresenta a necessidade da profissão e que mais tarde poderá estar substituindo aquele que lhe deu aula, se valendo das mesmas experiência que teve quando era aluno.
Ora, se você é comprometido como professor, você é muito mais que um funcionário. Alguém vai lhe reconhecer nos encontros nos salões dos supermercados, no trânsito, na praça, nas lojas e nos mais inusitados lugares que jamais fora imaginado.
O professor carrega para o seu dia-a-dia questões suscitadas na sala de aula, no corredor, na sala dos professores e mesmo nas ações disciplinares que são necessárias quando o professor tem a confiança do educando e o educando no professor.
E não é difícil perceber isso!
Basta lembrar algum tempo atrás, que não precisa ser muito, para que você se veja na pessoa daquele aluno ou daquela aluna, que nesse momento está precisando muito de você, sempre como funcionário do Estado ou como um agente social da comunidade.
Então, porque a greve dos professores tem que ser igual a grave das outras categorias?
Claro que esse cenário não pode ser desenhado apenas por uma dos lados, precisa que os dois, empregado e empregador, tenham a mesma visão: a visão da responsabilidade, do respeito, do sentimento de compromisso e, principalmente, do agente que influi na vitória ou na derrota de um grupo de pessoas que foi avisada que ia aprender na Escola.

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