quinta-feira, 28 de junho de 2012

Nas águas do desentendimento

Rodolfo Juarez
Significativa parcela da população está se mostrando muito preocupada com os últimos acontecimentos que culminaram com denúncias de malfeitos por órgãos do Estado do Amapá e com a importância que foi dada por alguns setores que se mantiveram na condição de observadores dos fatos que estão sendo registrados no Estado.
A gravidade das denúncias feitas pelo Ministério Público Estadual ao Poder Judiciário, com pedido, inclusive de prisão cautelar para dois deputados e altos funcionários da Assembléia Legislativa e Banco do Brasil, que embora negada, deixa um efeito devastador para a gestão pública administrar.
De outro lado, os deputados embalam uma Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar malfeitos, desta feita no MP do Amapá e que depois de instalada, foi cessada por ordem judicial, que serviu para conter a onda de denúncias que poderiam gerar com os pedidos e as negativas de documentos e as intimações de pessoas para depor na CPI.
Nesse tempo já se encontravam instaladas e funcionando duas Comissões Parlamentares de Inquérito para investigar possíveis malfeitos ocorridos na Amprev, órgão previdenciário do Estado, e na Secretaria de Estado da Saúde.
Conselheiros do Tribunal de Contas vivem um inferno astral depois que foram afastados das suas funções por ordem do Ministro do Superior Tribunal de Justiça que preside investigações decorrentes da operação policial realizada no dia 10 de setembro de 2010.
São muitos os problemas para um Estado que precisa, enquanto isso acontece, se desenvolver, com definições de políticas públicas que possam ultrapassar os limites de um mandato e se constituir em diretriz para as relações institucionais respeitáveis, a partir dos representantes máximos dos poderes executivos estadual e municipais.
Todas as vezes que os problemas internos aparecem, principalmente no Governo do Estado, os responsáveis pela solução desses problemas têm muitas dificuldades, perdem a paciência e os esforços derivam para áreas estranhas ou menos comprometidas, para sugerir à população que a questão está sendo resolvida.
A greve dos professores da rede estadual de ensino já pode ser considerada o maior problema do atual Governo do Estado. Afinal de contas os professores da rede estadual estão em greve há mais de dois meses e não voltarão mais para a sala de aula neste primeiro semestre e se mostram como se estivessem carregando a bandeira da insatisfação e da vontade de não voltar em agosto.
Pode-se dizer que o Estado do Amapá está em crise.
Os dois principais dirigentes da Assembléia Legislativa estão afastados de suas funções e não podem, sequer, chegar ao Gabinete da Presidência da AL ou às salas de onde é feita a Administração do Órgão e, junto com eles, outros onze funcionários do alto escalão da AL estão sem poder ir buscar os seus marca textos nas respectivas mesas onde trabalhavam.
Pelo menos cinco dos sete conselheiros do Tribunal de Constas do Estado estão afastados e, também, não podem chegar aos gabinetes onde trabalhavam para buscar as suas anotações.
Os professores, mas de 10 mil, declaram-se em greve e não comparecem para dar aula, deixando a maioria dos 240 mil estudantes da rede estadual de ensino sem aula, tanto na Capital como no Interior.
Já se fala que os gestores perderam o comando do Estado e que, se deixar correr um pouco mais, pode ficar à deriva nas águas do desentendimento. 

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