Nenhum
lembretezinho, nenhuma faixa, nenhuma providência foi tomada para que ficasse
marcado o aniversário de seis anos da inauguração do Lugar Bonito, uma espécie
de orgulho da população do Amapá, que, infelizmente, é desconsiderado pelas
autoridades de mandato que teriam obrigação de interpretar o que a população
quer.
Nenhuma
lembrança, nenhuma referência sobre o “lugar bonito” que mudou o modo de pensar
do morador de Macapá e de todo o Estado sobre a própria cidade, tão maltratada,
mas que tem a compensação da natureza que despeja um permanente vento sobre as
pessoas que viram e aplaudiram a decisão de construir a praça e o resultado
final que veio com a conclusão da execução do projeto.
Nenhuma citação
mesmo. Nada, sobre o fechamento de um ciclo de 6 anos do “lugar bonito” da
parte dos gestores dos interesses públicos, mesmo assim o povo, seu fiel
usuário, estava lá, representado por uma leque de todas as classes sociais,
fazendo do lugar o espaço mais democrático da cidade e onde todos se encontram.
Basta prestar a
atenção que dá para perceber os freqüentadores, fazendo as mais diversas
atividades, desde aqueles com seus iPads, smartphone, tomando água de coco,
calçando tênis importado e chegando com seus carros último tipo, até aqueles
com suas batas-fritas, correndo descalços e vindo de buzão dos bairros mais
afastados da orla, todos se respeitando e alguns lamentando as condições a que
deixaram o lugar bonito chegar.
O capim brabo
tomou conta do lugar onde havia grama e está alto e deixando coceiras nas
pernas desprotegidas das crianças que, no dia do aniversário do “lugar bonito”
seguravam as linhas tesas que tinham na outra ponta um pita, um papagaio, uma
rabiola, ou uma cangula, chamados assim pelos donos conforme a origem do
próprio dono, mostrando que naquele local todos do povo se encontram.
Domingo, dia do
aniversário, parecia que o local estava mais alegre. Seis horas da tarde as
ondas do rio já começavam a molhar a mureta, dando um toque a mais no grande “bolo”
de concreto que cerca toda a orla e serve de banco para aqueles que gostam de
sentir o ar no rosto pelo seu movimento – o vento.
Não há de faltar
oportunidade, senhor “Lugar Bonito” para que pessoas responsáveis resolvam interpretar
as necessidades daqueles que gostam de ti – a população.
Eles não sabem o
erro que estão cometendo, pois, mesmo assim, com os tubos de ferro
enferrujados, com as calçadas maltratadas, com a grama desaparecendo, com a
terra exposta, mesmo assim, aqueles que gostam, gostam e, apesar desses
diplomados nas eleições não gostarem de ti, esse povo humilde gosta.
No dia 10 de
junho, certamente, comemorações aconteceram por ai, nos sítios, nas casas de
luxo, aquelas com piscina de espelhos, os casarões que ocupam 3, 4 ou 5
terrenos e que foram construídos de forma misteriosa, com dinheiro que ninguém
sabe de onde veio mas, conquistado em espaços de tempo sempre igual ao espaço
de mandatos.
Hoje tem muito
mais vendedores de batata frita de que em qualquer outro tempo, mas também tem
muito mais gente de que em qualquer outro tempo.
Acho que muita
gente ainda lembra-se da festa de inauguração.
Foram tantos
fogos, mas tantos fogos, tanta música, mas tanta música, tanta propaganda, mas
tanta propaganda, que acho que até hoje tu, “lugar bonito” ainda não
esquecestes.
Não te iludas a
festa não era para ti. Era para eles!
Já percebestes
agora?
Mas é assim
mesmo. Um dia, logo depois de uma eleição, haverá de ser diplomado um cara que
entenda o povo e leve em consideração o que o povo gosta. Nesse dia, então,
serás recuperado, ganharás a majestade e atrairás mais gente humilde, mais
pessoas que gostam ti, e, quem sabe, entre esses não estará um, pelo menos um,
com diploma conquistado numa das eleições.
Alguns desses
que tem o diploma agora, até que merece uma segunda chance, mas a imensa
maioria, não merece mais nenhuma chance e deles, não demora, tu, “lugar bonito”,
se livrarás para sempre.
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