A greve dos
professores que trabalham na rede estadual de ensino do Estado do Amapá já
ultrapassou os 50 dias e está entrando para a história recente do Amapá como
aquela em que menos houve preocupação com o interesse geral e mais se voltou
para os interesses particulares da relação de trabalho entre o patrão, o
Governo do Estado, e o empregado, os professores.
O governo já
vinha patinando no setor desde meados de 2011, quanto teve que substituir a
secretária da área, por ter sido tornado público uma situação até agora não
explicadas e que, por ocasião da saída dos responsáveis, houve promessa de que
tudo seria dado a conhecer da população.
Depois foi
chamado para assumir o cargo de secretário de Estado, José Maria, ex-prefeito
de Serra do Navio e que não circulava costumeiramente, entre os professores. O
secretário chegou a receber um calço do faz-tudo, Sebastião Magalhães, dando a
entender que o então ex-secretário de Estado da Administração, seria aquele que
assumiria a titularidade da Secretaria de Educação.
Não aconteceu
assim.
O governador foi
buscar um funcionário da Universidade Federal do Amapá que exercia, naquela
época, o cargo de Vice-Reitor e que, também não estava circulando entre os
professores.
Veio com a
promessa de resolver os problemas que já pareciam com viés de impertinência
devido aos burburinhos que estavam sendo ouvidos nos corredores da própria
Secretaria de Educação, mas com repercussão nos corredores das principais
escolas do Estado.
Enquanto isso os
professores, no período, havia normalizado a situação do comando do Sindicato
da categoria que vinha com soluções paliativas desde quando o ex-presidente
Aildo fora afastado da função de presidente.
Uma posse cheia
de festas com a confiança de que haveria um entendimento rápido, considerando
que não havia, aparentemente, qualquer discordância entre o governador Camilo e
o presidente Aroldo.
Bastaram os
primeiros encontros, logo no começo do ano letivo, para que ficassem claras as
dificuldades que um (o patrão) e outro (os empregados) teriam que enfrentar
logo em seguida.
No acordo de
maio de 2011 os professores entenderam que o Governo havia assumido um
compromisso de atender 20 itens da pauta. Tudo indica que essa não foi a
compreensão do governador que atendeu apenas um e engavetou os outros 19.
No começo do ano
o Ministério da Educação havia anunciado o Piso Nacional dos Professores para o
ano de 2012 no nível de R$ 1.451,00 e a garantia de que, o ente federado,
Estado ou Município, que não tivesse capacidade orçamentária comprovada para
pagar o piso, a União, através do Ministério da Educação, complementaria. Para
que houvesse essa complementação, bastaria o Estado ou o Município, mostrar a sua
incapacidade para efetivar o pagamento dos professores não deixando nenhum
deles abaixo do Piso.
No primeiro
encontro o primeiro desencontro de dados.
Daí para a
frente os ânimos só se acirraram e veio o estado de greve e a greve, deixando
mais de 200 mil alunos sem aula durante 45 dias.
Começaram os
desencontros de informação. O governo foi à Justiça buscando a declaração
judicial de que a greve dos professores era ilegal.
Veio o primeiro
revés. Em primeiro grau o juízo decretou que a greve era legal. O Governo
recorreu e, no segundo grau, alcançou o seu intento, a declaração de que a
greve era legal.
A corda esticou
mais, a falta de diálogo aumentou e, até agora, 53 dias depois, estão, patrão e
empregados, em uma disputa sem fim, enquanto os alunos e os pais de alunos esperam
que o bom senso favoreça e não deixe os alunos serem mais prejudicados que já
foram.
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