quarta-feira, 13 de junho de 2012

MEMÓRIAS DE UM PASSADO RECENTE E UM PRESENTE INDECENTE

Rodolfo Juarez
A greve dos professores que trabalham na rede estadual de ensino do Estado do Amapá já ultrapassou os 50 dias e está entrando para a história recente do Amapá como aquela em que menos houve preocupação com o interesse geral e mais se voltou para os interesses particulares da relação de trabalho entre o patrão, o Governo do Estado, e o empregado, os professores.
O governo já vinha patinando no setor desde meados de 2011, quanto teve que substituir a secretária da área, por ter sido tornado público uma situação até agora não explicadas e que, por ocasião da saída dos responsáveis, houve promessa de que tudo seria dado a conhecer da população.
Depois foi chamado para assumir o cargo de secretário de Estado, José Maria, ex-prefeito de Serra do Navio e que não circulava costumeiramente, entre os professores. O secretário chegou a receber um calço do faz-tudo, Sebastião Magalhães, dando a entender que o então ex-secretário de Estado da Administração, seria aquele que assumiria a titularidade da Secretaria de Educação.
Não aconteceu assim.
O governador foi buscar um funcionário da Universidade Federal do Amapá que exercia, naquela época, o cargo de Vice-Reitor e que, também não estava circulando entre os professores.
Veio com a promessa de resolver os problemas que já pareciam com viés de impertinência devido aos burburinhos que estavam sendo ouvidos nos corredores da própria Secretaria de Educação, mas com repercussão nos corredores das principais escolas do Estado.
Enquanto isso os professores, no período, havia normalizado a situação do comando do Sindicato da categoria que vinha com soluções paliativas desde quando o ex-presidente Aildo fora afastado da função de presidente.
Uma posse cheia de festas com a confiança de que haveria um entendimento rápido, considerando que não havia, aparentemente, qualquer discordância entre o governador Camilo e o presidente Aroldo.
Bastaram os primeiros encontros, logo no começo do ano letivo, para que ficassem claras as dificuldades que um (o patrão) e outro (os empregados) teriam que enfrentar logo em seguida.
No acordo de maio de 2011 os professores entenderam que o Governo havia assumido um compromisso de atender 20 itens da pauta. Tudo indica que essa não foi a compreensão do governador que atendeu apenas um e engavetou os outros 19.
No começo do ano o Ministério da Educação havia anunciado o Piso Nacional dos Professores para o ano de 2012 no nível de R$ 1.451,00 e a garantia de que, o ente federado, Estado ou Município, que não tivesse capacidade orçamentária comprovada para pagar o piso, a União, através do Ministério da Educação, complementaria. Para que houvesse essa complementação, bastaria o Estado ou o Município, mostrar a sua incapacidade para efetivar o pagamento dos professores não deixando nenhum deles abaixo do Piso.
No primeiro encontro o primeiro desencontro de dados.
Daí para a frente os ânimos só se acirraram e veio o estado de greve e a greve, deixando mais de 200 mil alunos sem aula durante 45 dias.
Começaram os desencontros de informação. O governo foi à Justiça buscando a declaração judicial de que a greve dos professores era ilegal.
Veio o primeiro revés. Em primeiro grau o juízo decretou que a greve era legal. O Governo recorreu e, no segundo grau, alcançou o seu intento, a declaração de que a greve era legal.
A corda esticou mais, a falta de diálogo aumentou e, até agora, 53 dias depois, estão, patrão e empregados, em uma disputa sem fim, enquanto os alunos e os pais de alunos esperam que o bom senso favoreça e não deixe os alunos serem mais prejudicados que já foram.


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