terça-feira, 19 de junho de 2012

MORTES VIOLENTAS NO AMAPÁ

Rodolfo Juarez
Os esforços que o sistema de segurança do Governo do Estado do Amapá tem feito com o objetivo de garantir tranquilidade para a população todos reconhecem, mas também todos são testemunhas que não estão dando os resultados esperados que constam das propostas de planejamento.
Dá a impressão que os problemas migram de um tipo para o outro.
Não faz muito tempo que dava a impressão que se os acidentes de trânsito fossem contidos, haveria uma grande queda no percentual de mortes violentas; que se fossem tirados de circulação as armas de fogo, também os assassinatos seriam evitados e, também os níveis de violência seriam empurrados para baixo.
As teses foram postas em prática, se isoladas apresentaram os resultados calculados, mas quando se analisa o todo, se observa que os totais não diminuíram, dando a impressão que os números do total se movimentaram entre as parcelas.
Agora os acidentes de trânsito, com vítima fatal, são contabilizados no item motocicleta; os assassinatos têm o seu índice mantido tendo como arma as chamadas armas brancas.
Nota-se por outro lado, que os policiamentos preventivos ganharam mais força no conceito da segurança pública do Amapá, com a utilização de todos os modos de combate a violência por meios preventivos.
Se não deu certo, não foi por falta de tentativas.
São apresentados à sociedade estratégias para diversos tipos de policiamento a pé, de bicicleta, de moto, de carro, específico, especial, entre outros. Algumas delas são resguardadas, mas nunca abandonada completamente.
O que se constata é que os níveis de morte violenta no Estado continuam altos, fora dos aceitos pelos sistemas de avaliação internacional e acima das médias registradas nas estatísticas nacionais.
Trata-se de um nó que o sistema de segurança está encarregado de desatar.
Mas, ao que parece, o problema não está apenas com a polícia. Muito do resultado ruim que vem sendo obtido pode ser debitado à educação. Seja ela no trânsito, seja na escola formal, seja na família e seja na falta de critério para liberação de algumas festividades que são potenciais facilitadores das condições de morte violenta.
Ninguém tem dúvida de que não combina bebida e direção. Mas as forças repressivas e preventivas ainda se limitam ao condutor de carro. Poucos são os flagrantes de motos e até, de bicicletas, entretanto não são poucos as ocorrências com resultado morte, em que estão envolvidos motociclistas e ciclistas.
Um dos itens com significativa importância no balanço das mortes violentas no Estado do Amapá é o relacionado com as mortes decorrentes de acidentes com motos. E para isso é preciso reconhecer que há contribuições indiscutíveis e que são protegidas por uma série de justificativas, mas tem relação direta com dois pontos: o primeiro, a liberação do mototaxi em Macapá e o segundo, a facilidade para adquirir uma moto, mesmo para quem não tem carteira.
Se há uma proposta para defender a vida, esta precisa saber em que posição está colocada no ranking, em concorrência com a importância do mototaxi e do comércio de motos, a qualidade das vias públicas e as vias de acesso privado. Essa combinação, se bem feita, a vida pode ser preservada.
Os frios números são apenas um indicador, mas, certamente, um dos indicadores principais para todos aqueles que se dedicam ao estudo dos motivos das mortes violentas no Estado do Amapá.

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