domingo, 10 de junho de 2012

COMO UM PAQUIDERME

Rodolfo Juarez
Até mesmo os profissionais que estão pelo lado de dentro do Governo do Estado estão preocupados com o fraco desempenho das unidades governamentais e com o tamanho das dificuldades que estão encontrando para restaurar o que encontraram como sistema administrativo.
Mesmo depois de um ano e meio as muitas questões, continuam sem respostas e foram tantos os erros cometidos que mesmo com boa vontade vai ser difícil para os órgãos de fiscalização e controle, como o Tribunal de Contas do Estado, evitarem chamar à responsabilidade alguns profissionais que, ou por conivência ou por falta de opção, tiveram que se responsabilizar por decisões que não estavam tecnicamente corretas e que terão que explicar.
Enquanto isso os ex-secretários estão por ai, gozando o produto dos seus feitos ou rindo daqueles que lhes deram oportunidade de ficar, tanto tempo, enganando a muitos estranhos e alguns conhecidos.
Os problemas que são apontados como importantes - alguns deles detectado em operações policiais -, também não são fáceis de serem resolvidos sem o sacrifício profissional de algumas pessoas que, inocentemente ou irresponsavelmente, contribuíram para que as questões sejam alvo de investigações detalhadas e agora.
O grave, entretanto, é saber que algumas daquelas autoridades que teriam a responsabilidade de fazer essa fiscalização, condicionavam outros procedimentos à solução de problemas alheios aos interesses do Estado e de acordo com os interesses individuais, não se importando com as pessoas que lhes davam apoio técnico.
Houve, em função disso, o desmantelamento da organização de apoio, quando as pessoas treinadas e experientes que deveriam exercer as atividades complementares ou de finalização, foram tiradas do circuito para que não compartilhassem das informações contidas nos processos.
Agora, falar em plano é exigir demais, alega um dos experientes técnicos que trabalha na Secretaria de Transporte.
Sabe que a situação é muito difícil e não descarta a possibilidade de uma intervenção no processo, como uma alternativa para mudar o rumo das decisões, hoje absolutamente concentrada com aqueles que teriam que fazer a atividade política e administrativa do setor.
Mas não é só na Secretaria de Estado dos Transportes que estão faltando diretrizes internas, práticas, que devem ser desempenhadas pelos funcionários. O mesmo acontece na Secretaria de Estado da Infraestrutura, que apesar do esforço que ali é feito, se sente aquela unidade travada, movimentando-se como se um gigante paquiderme fosse.
Essa situação pode ser a principal responsável pelo falta de entendimento entre os professores e o secretario de educação do Estado; entre os médicos e o secretário de Estado da Saúde.
O governador chegou a anunciar que a Fundação Getúlio Vargas estaria fazendo o levantamento para a construção de uma proposta de estrutura para administração estadual. Não resta dúvida que, além de ser necessária é urgente, para que se estabeleça nova ordem na gestão estadual.
Jamais entenderia que alguém quisesse, por decisão voluntária, desarranjar a estrutura do Estado, criando fossos, em função dos quais se romperiam todos os pontos de apoio da gestão e da administração.
A leveza de uma administração é o fator preponderante para que sejam alcançados os princípios gerais e constitucionais estabelecidos pelo legislador nacional, especialmente na que se refere ao resultado, onde necessita predominar a eficiência dos procedimentos e a eficácia dos feitos.
Do jeito que se vê o movimento lento exige a paciência que ninguém tem e a irresponsabilidade que nenhum técnico quer se comprometer.

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