Hoje é dia de
São João!
Não faz tempo e
esta data era uma das datas mais esperadas pela população de Macapá e Santana,
como de resto de todos os aglomerados urbanos. Dia que, sempre completava tudo
o que se fazia na véspera.
Isso que dizer
que a véspera, dia 23, era tão importante como o próprio dia 24, quando, para
ele, era reservado a melhor banda de forro ou o melhor forrozeiro para fazer a
festa do arraial.
Nessa festa não
poderia faltar a fogueira, chamada fogueira de São João, as comidas e as
bebidas típicas e a quadrilha, com o seu marcador e com sua estória, sempre bem
contada e entendida por todos.
A música era
dita “musica de São João”, afinal de contas não havia espaço para outros tipos
de ritmos.
Quem tinha um
pouquinho de dinheiro comprava, aqui mesmo, os foguetinhos e os estalinhos para
os menores de 2 anos.
Lembram?
Bastava jogar no
chão que havia o estalo, sem qualquer risco para a criança e as pessoas que
estavam perto delas. Já os foguetinhos, além de serem mais caros também era
usado pela criançada acima dos 8 anos e algumas irrequietas crianças de menor
idade do que os 8 anos, mas que superava-se nas peraltices. Eles não podiam
estar perto da fogueira. O risco era pegar um tição...
Ah! As roupas?
Todos tinham que
estar devidamente vestidos para participar da festa. Não era só aqueles que
iriam participar da quadrilha, mas todos deviriam estar vestidos a caráter, com
seus vestidos de chita, preferencialmente quadriculados e, os homens, com as
calças remendadas, ou como se estivessem remendadas, e camisas coloridas,
também de chita.
Os clubes, todos
eles, realizavam o baile dos namorados nessa época e o traje era,
obrigatoriamente, caipira.
Então imaginem o
cenário com o salão de festas todo enfeitado com bandeirinhas de papel de seda,
de todas as cores, e as mesas, todas elas com motivos, os mais criativos, da
chamada “época de São João”.
As escolas,
principalmente as mais tradicionais, também não relaxavam, e as turmas mais que
estavam completando ou a quarta série do ginásio ou o terceiro ano do colegial,
faziam as suas promoções para “angariar fundos” para a festa da colação de
grau.
Quantos pares
não se formavam nesta época. E quantos desses pares, não viraram marido e
mulher.
Sabe que o
vestido tipicamente caipira traz certa sensualidade?
Só pode ser!
Parecia, em
minha opinião, que as mocinhas ficavam mais bonitas, mais faceiras e, até,
muito menos inibidas.
Do lado de fora
do salão, mas no ambiente do clube ou da escola, lá estavam todas as comidas e
bebidas da época. Canjica, mingau de milho, tacacá, mungunzá, suco de cana,
sucos de fruta, milho verde assado, milho verde cozido, pipoca, tapioquinha,
cada um em embalagem, as mais criativas.
E a música?
Ah! A música
tocada por uma banda. A mesma que tocava o jovem guarda, Beatles, música lenta
nacional e internacional, principalmente internacional, tinha se preparado um
mês antes para tocar o São João.
Grandes festas,
tempos tão bons como os de hoje!
Nenhum comentário:
Postar um comentário