domingo, 24 de junho de 2012

SÃO JOÃO: TEMPOS TÃO BONS QUANTO...

Rodolfo Juarez
Hoje é dia de São João!
Não faz tempo e esta data era uma das datas mais esperadas pela população de Macapá e Santana, como de resto de todos os aglomerados urbanos. Dia que, sempre completava tudo o que se fazia na véspera.
Isso que dizer que a véspera, dia 23, era tão importante como o próprio dia 24, quando, para ele, era reservado a melhor banda de forro ou o melhor forrozeiro para fazer a festa do arraial.
Nessa festa não poderia faltar a fogueira, chamada fogueira de São João, as comidas e as bebidas típicas e a quadrilha, com o seu marcador e com sua estória, sempre bem contada e entendida por todos.
A música era dita “musica de São João”, afinal de contas não havia espaço para outros tipos de ritmos.
Quem tinha um pouquinho de dinheiro comprava, aqui mesmo, os foguetinhos e os estalinhos para os menores de 2 anos.
Lembram?
Bastava jogar no chão que havia o estalo, sem qualquer risco para a criança e as pessoas que estavam perto delas. Já os foguetinhos, além de serem mais caros também era usado pela criançada acima dos 8 anos e algumas irrequietas crianças de menor idade do que os 8 anos, mas que superava-se nas peraltices. Eles não podiam estar perto da fogueira. O risco era pegar um tição...
Ah! As roupas?
Todos tinham que estar devidamente vestidos para participar da festa. Não era só aqueles que iriam participar da quadrilha, mas todos deviriam estar vestidos a caráter, com seus vestidos de chita, preferencialmente quadriculados e, os homens, com as calças remendadas, ou como se estivessem remendadas, e camisas coloridas, também de chita.
Os clubes, todos eles, realizavam o baile dos namorados nessa época e o traje era, obrigatoriamente, caipira.
Então imaginem o cenário com o salão de festas todo enfeitado com bandeirinhas de papel de seda, de todas as cores, e as mesas, todas elas com motivos, os mais criativos, da chamada “época de São João”.
As escolas, principalmente as mais tradicionais, também não relaxavam, e as turmas mais que estavam completando ou a quarta série do ginásio ou o terceiro ano do colegial, faziam as suas promoções para “angariar fundos” para a festa da colação de grau.
Quantos pares não se formavam nesta época. E quantos desses pares, não viraram marido e mulher.
Sabe que o vestido tipicamente caipira traz certa sensualidade?
Só pode ser!
Parecia, em minha opinião, que as mocinhas ficavam mais bonitas, mais faceiras e, até, muito menos inibidas.
Do lado de fora do salão, mas no ambiente do clube ou da escola, lá estavam todas as comidas e bebidas da época. Canjica, mingau de milho, tacacá, mungunzá, suco de cana, sucos de fruta, milho verde assado, milho verde cozido, pipoca, tapioquinha, cada um em embalagem, as mais criativas.
E a música?
Ah! A música tocada por uma banda. A mesma que tocava o jovem guarda, Beatles, música lenta nacional e internacional, principalmente internacional, tinha se preparado um mês antes para tocar o São João.
Grandes festas, tempos tão bons como os de hoje!

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