segunda-feira, 29 de novembro de 2021

Futebol: a cochilada que valeu o título da América

Rodolfo Juarez

O futebol brasileiro teve testado o seu ápice no sábado, 28/11. Palmeiras e Flamengo disputavam o título da Libertadores da América, que para os vencedores é o de Rei da América.

Desde quando o Flamengo, Palmeiras e Atlético Mineiro resolveram mudar o patamar dos seus times de futebol profissional, que vêm jogando e ganhando títulos, um atrás do outro. Tomara que essa maré dure mais tempo, para que apareçam outros com a mesma qualidade e vontade desses que estão sempre disputando as partidas finais.

O certo é que sempre aquele que faz a melhor partida é quem ganha o título. No tipo de decisão que foi protagonizada pelo Palmeira e pelo Flamengo as emoções vêm a flor da pele, desafiando a estruturo do torcedor no momento de enfrenar uma falha, especialmente como aquela do zagueiro flamenguista que resultou no segundo gol do Palmeiras.

Apesar de estar em minoria no estádio Centenário, em Montevidéu, no Uruguai, onde foi disputada a final da Copa Libertadores da América de 2021, na proporção de 1 para 8, no momento do segundo gol do Palmeiras, parecia que a proporção estava invertida, tanta euforia demonstrada que abafou, como sempre acontece, a maioria dos flamenguistas que estavam no estádio.

O placar igual no tempo normal (1 x1) foi modificado na prorrogação e com a falha do zagueiro rubro-negro que deixou o atacante palmeirense cara-a-cara com o goleiro do Flamengo que não conseguiu desviar, para fora, a bola chutada pelo palmeirense.

Vão chamar agora para o atacante do Palmeiras que desempatou a partida na prorrogação de herói do Palmeiras. Sempre há exageros, mas diga-se que o marcador do gol, Deyverson, tem um ímpeto fora do normal que, para alguns beira à doidice o que, convenhamos, é uma tremenda injustiça com um jogador insinuante, valente e que não tem medo de cara feia.

Tanto o gol de Rafael Veiga, no começo do jogo, como o gol do Gabriel Barbosa, no meio do segundo tempo, não será lembrado como o de Deyverson, na prorrogação e que deu números finais e históricos ao jogo.

Uma partida de futebol que atraiu a atenção de toda a América do Sul e muita gente espalhada pelo mundo, e que fez conhecer quem atuou melhor e, por conseguinte, foi o campeão da competição. Foi um bom jogo, acima das expectativas dos torcedores e dos analistas, e dentro da qualidade esperada por todos os que acompanham o futebol.

O certo é que não daria para as duas torcidas saírem satisfeitas, ainda mais quando a decisão é parelha como foi a de sábado, 27 de novembro de 2021, data que entra porá a história do futebol, mas, especialmente, para a história do Palmeiras, que ganha a competição duas vezes em um só ano, mas também pelo Flamengo que não vai esquecer a cochilada do seu zagueiro por muito tempo. 

quinta-feira, 25 de novembro de 2021

A saúde pública e a saúde privada no Estado do Amapá

Rodolfo Juarez

Há muito que temos graves problemas gerenciais da saúde pública no Estado do Amapá. Dá a impressão que ser secretário de saúde, antes de ser uma honra é um castigo, punido com visitas constantes dos órgãos de fiscalização e de polícia aos escaninhos da secretaria e residência de dirigentes e servidores.

Não há qualquer dúvida que esse resultado é o que está travando o avanço dos atendimentos médicos e da própria medicina no Amapá.

Os profissionais investem em seus negócios particulares, na participação dos plantões e deixam de se atualizar profissionalmente na especialidade que escolheram para medicar. Diferentes, e muito, daqueles que se tornaram referências médicas do tipo de Alberto Lima, José Roberto, Antônio Teles, Papaleo Paes que são lembrados todos os dias e todas as horas, por ex-pacientes devido à sua dedicação ao conhecimento, respeito aos pacientes e responsabilidade com a ética.

Um profissional médico que tira acima de 20 plantões no mês, se bem analisado o tempo, ou ele toma banho ou dorme nas poucas horas que tem de folga durante uma jornada de 24 horas.

O resultado disso é a forma como os médicos tratam os pacientes.

Já tem profissional em Macapá que está marcando agenda que sabe importante no tempo, para abril de 2022.

O que é isso? Muitos pacientes para atender ou a falta de profissional da mesma especialidade, o suficiente para nem examinar se o paciente tem condições de sobreviver até à data da consulta.

Esse cenário da saúde pública no Amapá, empurra para a rede particular os pacientes que poderiam - e tem o direito -, de ser atendido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), então o paciente se vê diante das propostas absurdas dos hospitais e clínicas particulares que, na maioria das vezes, indica os mesmos profissionais já contactados na rede pública de saúde.

O valor da vida, que vem antes da liberdade, não assume a sua posição na tabela de prioridades do direito do indivíduo. O valor da vida passa a ser medido em reais e muitos reais.

Além disso a retaguarda pública da oferta no atendimento de saúde é negligenciada, tornando a vida (ou a morte) um número que vai compor uma tabela estatística, como a desenvolvida pelo acompanhamento feito, no caso da Covid-19, por uma grande rede de televisão, onde o fato morte foi usado para demonstrar a sua malquerença política.

Enquanto os grandes centros já desenvolveram a consulta à distância, no que chamam de telemedicina, por aqui, dá a impressão que uma providência que venham viabilizar a telemedicina, é severamente rechaçada pelos médicos que se acostumaram a cobrar valores que exorbitam a condição socio-financeira do paciente.

A saúde pública precisa ser praticada com os cuidados devidos, para que a saúde privada volte a encontrar a realidade e se torne acessível, pelo menos aos endinheirados, isso mesmo, endinheirados, a forma que está fazendo a alegria do caixa dos hospitais, das clinicas e dos médicos, mas que tende a cessar devido à fuga dos endinheirados para outros estados da Federação.

A consciência dos profissionais médicos precisa prevalecer e seguir o juramento hipocrático feito por ocasião da formatura e reafirmado por todos os médicos presente. 

domingo, 21 de novembro de 2021

Macapá não aguentou a primeira chuva

Rodolfo Juarez

Que coisa? Logo na pré-estreia do período chuvoso em Macapá o pacote veio completo, além da chuva, relâmpagos aos montes e trovões que assustaram os pets e as crianças.

Minha neta de dois anos e quatro meses ficou pedindo proteção dos pais e com medo. Mas não foi só ela. O ambiente alcançado pela vista humana era mesmo de arrepiar. Os ventos, que não foram tão fortes, vinha por rajadas e preocupava todo mundo que teve que sair para evitar estragos maiores. Até o que já estava pronto para o Natal de Jesus, daqui a um mês, houve avarias.

Os relâmpagos iluminavam o céu precedendo os estrondos do trovão. Todos os sentidos foram chamados para prestar atenção, principalmente o auditivo e a visão. Aqueles pelos estrondos e estes pelo histórico de risco que carregam, podendo ser fatal se atingir uma pessoa.

Logo depois de passadas as duas horas de duração da produção de relâmpagos e trovões, ou um pouco antes, pela iminente ocupação de residências e lojas pelas águas da chuva que se acumulava nas ruas devido o não funcionamento das galerias e dos próprios canais de drenagem, ditos prontos para o período de inverno que se aproxima.

Está certo quem considera que o episódio da intensidade da chuva foi extemporâneo, mas de desculpas a população está cheia como muitas ruas de toda a cidade, independentemente de ser no centro ou nos bairros mais afastados.

Devido a importância que a chuva tem para as administrações municipais (e estadual) já deveria ter sido instalado um sistema que pudesse informar aos dirigentes municipais e à defesa civil, com a antecedência necessária, para que os administradores, através de um sinal de alerta, pudessem informar aqueles que sabem que estão em área crítica.

Esse método já funciona em diversas capitais brasileiras e centram seus objetivos nos deslizamentos de terra. Aqui os deslizamentos são raros, mas a importância é para informar que os serviços públicos realizados nas vias urbanas, principalmente aqueles que estão por baixo da terra, ou são mal feitos ou feitos de maneira a não atender às necessidades.

Esse é o caso da Avenida Cora de Carvalho. Historicamente ocupada pelas águas de chuva, não precisando nem mesmo ser torrencial, bastando que tenha tempo de duração de mais de uma hora.

Os prefeitos tentam explicar para a população atingida, a que sempre sai com prejuízos significativos, o que não sabem ou do que nunca fizeram questão de tratar.

Essa situação era para estar no cadastro municipal, mas não está. Há uma insistência dos administradores ignorarem as técnicas, que são caras, e imaginam que os paliativos que fazem são suficientes.

Macapá caminha para ter muitos problemas no inverno amazônico do próximo ano. Não há mais tempo para recuperar ou consertar o que não funcionou no sábado e qualquer intervenção, neste sentido, significa aumentar o problema.

Os gestores precisam compreender que a cidade está precisando de infraestrutura, principalmente esgoto e drenagem, mais do que qualquer outra obra ou serviço com cores, placas. sinais luminosos e sentido de propaganda da administração.

Macapá precisa ser levada a sério. A sua infraestrutura é precária e, quando o prefeito é um médico, precisa ter uma equipe experiente na Secretaria de Obras para tomar as decisões que nem sempre são aquelas esperadas pelo prefeito. Sabe que a obra ou serviço vai ficar enterrado e acredita que, por isso, a população não vai reconhecer e, como sequência, deixar de no prefeito votar nas próximas eleições.

Enquanto isso, a cidade fica assim, como antes, apenas com mais gente morando nela e dela exigindo qualidade de vida. 

sexta-feira, 19 de novembro de 2021

Black Friday 2021

Rodolfo Juarez

Nesse momento as grandes, médias, pequenas e micro empresas, principalmente a do setor comércio, mas também as de indústria e serviço, estão atentas aos negócios que poderão ser realizados neste período devido à moda que, há 10 anos, está no gosto do consumidor brasileiro: a Black Friday.

Os fornecedores e principalmente os comerciantes estão atentos ao momento que coincide, ou por isso foi incentivado, com o pagamento total ou da segunda parcela do 13.º salário.

As vitrines estão ocupadas por cartazes informando os descontos, alguns exagerados, como os de 70%; outros nem tanto e muito mais real, aqueles que chegam a 30%.

Nesse tempo há a vontade dos comerciantes e da própria indústria em esgotar estoques e, mesmo as mercadorias que “dormem” nas prateleiras ou nos depósitos, entram na lista de prioridades para negócio, cabendo ao cliente exercer a sabedoria e realizar o melhor negócio.

Uma concorrência que se firmou vem dos negócios fechados pelo modo virtual e, nesse tipo de negócio os amapaenses estão em desvantagem: o frete é um impeditivo que limita, significativamente, o fechamento dos negócios, a não ser por aqueles que gostam de exclusividade e avançam na compra, pouco importando o preço.

Assim como tem aqueles que preferem as novidades vista em fotografia postadas nos sites e a demora entre o pagamento e o recebimento da mercadoria, também estão querendo aproveitar a black friday preferindo pegar, apalpar no que vão comprar antes de pagar. São aqueles que preferem as lojas físicas.

Escolher, pagar e sair com o produto na sacola ou ir para casa esperar a entrega do que comprou, dá a impressão que é muito mais seguro do que escolher, pagar e depender o transporte cujas datas de entrega, em regra, não são obedecidas.

Mas, para o comércio e para aqueles que reservam tempo para ir às compras, seja nas lojas físicas, seja nos sites alcançados via internet, o período é uma festa. As lojas virtuais, cada vez vendem mais, mas ainda não se observou a queda nas vendas nas lojas físicas, mas espera-se que sejam fechados negócios no Brasil, apenas nas lojas virtuais, que devem superar os R$ 3 bilhões.

Com o dinheiro curto, os descontos se tornam importantes demais para os consumidores, mesmo sabendo que, exatamente devido o dinheiro curto, são poucos aqueles que se valerão das oportunidades da black friday para antecipar as compras de Natal.

Os que antecipam essas compras de Natal o fazem rotineiramente, sem considerar as ofertas de novembro, muito embora, juntar a “fome” com a “vontade de comer” sempre pode ser praticado com sucesso.

O que não pode acontecer é a black friday se tornar um sorvedouro das economias com as compras do final do ano. É imperioso lembrar que logo no início do ano tem obrigações financeiras inadiáveis, seja com a escola dos filhos, seja com os tributos dos veículos e a necessidade de participar do processo que pode domar a inflação que não só assusta aqueles que são responsáveis por famílias, mas, também, aqueles que sabem que terão dificuldades para aumentar os seus ganhos.

Assim, a oportunidade não é para quem tem pouco dinheiro e muito compromisso; mas sim, para quem tem dinheiro suficiente, bom controle financeiro e conhecimento do que pode ser o futuro próximo. 

quarta-feira, 17 de novembro de 2021

Os deputados federais do Amapá estão indecisos

Rodolfo Juarez

Há uma lerdeza pública geral dos partidos políticos no Estado do Amapá, com as raras exceções para confirmar a regra.

Essa moleza não é comum, mas pode ser interpretada como uma indefinição dos políticos sobre como vão atuar na campanha para renovar os mandatos.

Onde mais se observa esse ronceirismo é entre os deputados federais, os que vão experimentar uma nova forma de conquistar os mandatos. Desta vez terão que contar com um partido capaz de eleger candidatos e não mais buscar os “bois de pinha” nas legendas que sempre alimentaram as ambições de filiados a outros partidos.

Não tendo coligação e ainda correndo o risco de ficar sem a fatia dos recursos do Fundo Partidário os partidos precisam se estruturar, organizar e praticar a democracia, acabando com os donos e enterrando as pretensões no nascedouro. Não havendo coligação, os passos serão dados conforme a capacidade eleitoral do partido e do candidato.

Os oito deputados federais que o eleitor amapaense escolheu para mandar para Brasília ainda estão “tontos” e sem encontrar uma saída segura para garantir a sua permanência como representante do povo amapaense no Câmara Federal.

Aliás, são poucos os eleitores que lembram de pronto ou não tão de pronto assim, dos nomes dos seus representantes em Brasília. Qualquer pergunta nesse sentido sempre causa embaraço, muito mais para os que são representantes do que aqueles que tinham a esperança de serem representados.

Os que foram eleitos em 2018 para representar os interesses dos amapaenses em Brasília são, pela ordem da votação obtida: Camilo Capiberibe (PSB), Acácio Favacho (PROS); Vinícius Gurgel, eleito pelo PR que desde 2019 voltou a se chamar Partido Liberal, sigla PL; Aline Gurgel eleita pelo PRB e que desde 2019 passou a se chamar Republicano, sem sigla; Marcivânia Flexa (PC do B) Luiz Carlos (PSDB) que preferiu assumir um cargo no primeiro escalão do Governo do Estado e abriu vaga para Pedro da Lua, do DEM; André Abdon (PP) e Leda Sadala eleita disputando pelo AVANTE, antigo PT do B.

Os 8 deputados federais eleitos obtiveram 36,13% do total de votos válidos dados a deputado federal. Os outros 63,87% foram dados aos candidatos não eleitos.

Nas eleições do dia 2 de outubro de 2022, sem a possibilidade de coligação entre partidos para a disputa das eleições para deputado federal, que permanece como eleição proporcional e com linha de corte de 10% sobre o quociente eleitoral apurado, as novidades podem estar afetando os desembaraços dos atuais deputados que, além de manter os seus nomes na convenção, ainda votam, alguns mais de uma vez, para definir os candidatos do partido.

A0roxima-se assim, uma eleição muito mais difícil para os cândidos por pequenos partidos, aqueles que não alcançam 10% do quociente eleitoral e que são eliminados da disputa.

O eleitor, pelo menos aquele que se interessa pela política, está confuso. Os demais ainda não pararam para entender como será o processo e esperam, pacientemente, para serem informados durante as reuniões dos candidatos com os eleitores durante a campanha eleitoral de 2022.

 

sexta-feira, 12 de novembro de 2021

Eleições na OAB/AP

Rodolfo Juarez

Às vésperas de completar 68 anos, fundada que foi em 9 de dezembro de 1953, a Seccional do Amapá da Ordem dos Advogados do Brasil se prepara para a realização de mais um pleito eleitoral a ser realizado no dia 19 de novembro de 2021, no período contínuo das 9:00 às 17:00 horas.

Serão eleitos os membros de seu Conselho Seccional e de sua Diretoria, do Conselho Federal, da Diretoria da Caixa de Assistência dos Advogados e da Diretoria da Subseção de Santana.

O Edital de Convocação foi publicado no Diário Eletrônico da Ordem dos Advogados do Brasil no dia 1.º de outubro de 2021 e convoca, para votação obrigatória nas eleições para o triênio 2022/2024, todas as advogadas e todos os advogados inscritos na Seccional do Estado do Amapá, adimplentes com o pagamento das anuidades.

Ainda o mesmo edital adianta que as chapas serão compostas de 30 (trinta) conselheiros seccionais, incluídos os 5 (cinco) titulares da Diretoria, 30 (trinta) conselheiros suplentes, 3 (três) conselheiros federais e 3(três) conselheiros federais suplentes. A chapa ainda precisa apresentar 5 (cinco) membros para compor a Diretoria da Caixa de Assistência dos Advogados do Estado do Amapá e 5 (cinco) suplentes e, ainda a chapa da Diretoria da Subseção de Santana composta por 5 (cinco) diretores e 5 (cinco) suplentes.

São 86 (oitenta e seis) os integrantes de uma única chapa, um número exagerado que elimina os grupos menores que se vêm na obrigação de aderir aos grandes grupos sob pena de ficar de fora, como candidato, da eleição. E tem mais, a chapa que não estiver completa, não pode ser registrada.

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), além de ser a entidade representativa da classe dos Advogados brasileiros, é historicamente uma das mais ativas defensoras da ordem jurídica e guardiãs da Democracia. A Ordem dos Advogados e seus integrantes sempre estiveram na proa das batalhas pelos valores e direitos da sociedade de forma incontestável. A OAB foi e é instituição que auxilia na construção e consolidação dos valores sociais brasileiros.

Entretanto, no momento de distribuir o poder interno, não encontra, uma diretriz que permita construir um exemplo que possar influir no modo como a política partidária se desenvolve no Brasil, ao contrário, há uma aproximação dos conchavos e das promessas, criando dificuldades para que a OAB, mesmo em um Estado como o Amapá, possa atuar como exemplo, inclusive no processo eleitoral partidário.

O pleito objeto desta convocação já esteve em discussão na Justiça, não sei se para marcar presença ou porque não há possibilidade de alcançar fatias do poder sem ter que pleitear, como pleiteou, a votação dos inadimplentes, contrariando uma obrigação valida que, para alguns casos específicos, seja válida uma análise cuidadosa, social, respeitosa e democrática.

 

terça-feira, 9 de novembro de 2021

Os perigos da navegação fluvial na Amazônia.

Rodolfo Juarez

Mais um acidente que entra para a estatística dos acidentes fluviais na região Amazônica que, lamentavelmente, não consegue despertar nas autoridades locais, regionais e nacionais o sentimento de que é de suas responsabilidades conter essa onda, considerando as características de cada um dos acidentes e os horários em que acontecem.

Os “rigorosos inquéritos” que são abertos pela Marinha do Brasil, além de darem resposta tardia para a sociedade, não refletem qualquer mudança nos elementos constitutivos da navegação fluvial como porto de embarque e desembarque de carga e passageiros, definição de faixas de navegação, de sistema de comunicação e, principalmente horários de alto risco.

A maioria dos acidentes ocorre pela parte noturna, principalmente entre uma e 5 horas da manhã.

A prática indica que nesses horários o comandante da embarcação chama um auxiliar para comandar enquanto descansa. Essa é uma regra, infelizmente, nesse horário acontecem os acidentes, com embarcações tendo choques frontais ou laterais.

Os frontais por negligência ou irresponsabilidade absoluta de um dos comandantes de, pelo menos, uma das embarcações, e os laterais por impossibilidade de manobra devido ao tamanho das embarcações, principalmente aquelas que estão carregadas de contêineres e as chamadas “cabeças” de caminhões.

Ou se define um horário para a navegação ou os acidentes continuam acontecendo e, lamentavelmente, gente que nada tem a ver com isso, a não ser a decisão de usar esse meio de transporte, morrendo no meio do caminho de forma cruel: ou esmagado na ocasião do choque, ou afogado quando a embarcação em que estava afunda, ou dela é cuspido.

Lamentavelmente, no sábado, dia 06, antes das duas horas da madrugada, uma embarcação que pertence a uma empresa amapaense, a Nortelog, se viu envolvida em um acidente fluvial com resultado morte.

Uma balsa de passageiros, pertencente a uma empresa paraense, e uma balsa de carga, pertencente a uma empresa amapaense, na Baia do Marapatá, próximo à Ponta Negra, se chocaram, com a balsa de carga atingindo a lateral da balsa de passageiros onde, a maioria dormia.

O pânico é suficiente para que cada um dos passageiros nunca mais esqueça daquele momento e da dor, o suficiente para maldizer um sistema de transporte que é eficiente, usado pela população mais pobre da região, que não tem mais nenhuma alternativa para se deslocar de uma cidade para outra.

Os demorados inquéritos das autoridades responsáveis pela navegação na Amazônia, acabam por desiludir completamente os usuários que, sem ter alternativa, nem melhoria na comunicação ou sinalização, passados pouco tempo, lá estão na mesma embarcação, com os mesmos riscos e com as mesmas ambições.

Vejo governadores, em reuniões para beber sucos regionais, “tratando da Amazônia” como se não houvesse a navegação fluvial.

Senhores governadores, as pessoas na Amazônia viajam e a única alternativa que têm é a viajem fluvial, nas embarcações de passageiros que, de vez em quando, estão sendo abalroadas pelas embarcações de cargas, sempre maiores, mais pesadas e em comboio.

Ora, no episódio de sábado quando uma pessoa morreu e outros estão hospitalizados, o proprietário da embarcação de carga é um alto dirigente do Amapá, o vice-governador do Estado.

O que esperar o futuro?

O mesmo que os familiares dos mortos do Novo Amapá esperam até agora?

Ou os do Cidade de Óbidos VI?

Ou de outros que trazem tristes recordações do acidente, do resultado dos inquéritos, ou da inação dos governantes para., pelo menos diminuir o risco da viagem fluvial.

Saibam todos que há, nisso tudo, negligência, de muitos, mas especialmente, das autoridades. 

sexta-feira, 5 de novembro de 2021

A roda gira do mesmo jeito

Rodolfo Juarez

Noutros tempos o Amapá, durante o período de Território Federal, os meses de novembro e dezembro estavam reservados para: o de novembro, conclusão dos serviços que haviam sido executados pela administração, e o de dezembro, para os pagamentos correspondentes àqueles serviços para, em seguida, ser elaborado o relatório anual das unidades administrativas, com a obrigação de ser apresentados àqueles que governavam o Território.

A avaliação do trabalho era feita e o “arejamento” da administração era procedido com as trocas de comandos, especialmente naqueles setores que não tinham conseguidos os resultados planejados.

Essa era a regra, entretanto, nem sempre executada à risca devido às avaliações em que se embrenhavam questões políticas e de confiança.

Depois, no começo de outubro de 1988, com a nova Constituição Federal, veio a ordem para que o Território Federal do Amapá fosse transformado em Estado do Amapá, ganhando o resto do ano de 1988 e os anos de 1989 e 1990 para sua preparação e, no primeiro dia de 1991 empossar os eleitos: assembléia constituinte com 24 deputados estaduais, o governador e o vice-governador do Estado, três senadores e oito deputados federais.

O ano de transição de território federal para estado foi de ocupações especiais, muito embora, já houvesse um trabalho de preparação para essa nova condição institucional, com construções de ambientes para abrigar as novas necessidades administrativas.

A tão desejada e mal explicada transformação do Amapá de território para estado trouxe a Justiça Estadual, o Ministério Público, o Tribunal de Contas. O Tribunal de Justiça compondo com a Assembleia Legislativa e o Executivo, os três poderes do Estado. O Ministério Público Estadual e o Tribunal de Contas do Estado como órgão auxiliares dos que faziam o Poder do Estado.

Desde 1991 até agora, foram 8 mandatos, exercidos por 7 governadores, sendo que o atual governador ainda tem um pouco menos de 14 meses no comando do Estado.

A regra de avaliação foi entregue ao eleitor para que observasse o desempenho da gestão onde houvesse e fosse obrigação de avaliar, ou seja, no Poder Executivo e no Poder Legislativo, uma vez que não tem qualquer influência a avaliação do eleitor no Poder Judiciário e nos órgãos auxiliares do Estado, o MP e o TCE.

As avaliações técnicas, durante estes 31 anos, não têm sido feitas com o rigor necessário e, por isso, chegam até não serem feitas, deixando tudo para o final do mandato quando não tem mais qualquer influência, no resultado, as avaliações feitas.

Pode ser por isso que todo final de ano, a população olhe para trás e veja a quantidade de obras inacabadas, a quantidade de promessas feitas não cumpridas e, quando se trata da qualidade de vida, vêm os nossos índices ocuparem posições na rabeira da lista nacional e, ainda, recebem as notícias de que as dívidas públicas cresceram no período e a capacidade de investimento do Estado minguaram.

A roda gira do mesmo jeito por todos esses 31 anos.    

 

segunda-feira, 1 de novembro de 2021

Petição de miséria

Rodolfo Juarez

O trânsito de Macapá ganhou mais um binário viário, o das avenidas Padre Júlio Maria Lombaerd e Cora de Carvalho, que se junta aos outros três bem delineados na cidade: o formado pelas ruas Candido Mendes e São José; o formado pelas ruas Hildemar Maria e Santos Dumont e o formado pelas ruas Leopoldo Machado e Hildemar Maia.

A principal diferença entre os quatro binários instalados na cidade está na sinalização. Neste momento, o da colocação em prática o plano do Fundação João Pinheiro, entregue à Prefeitura Municipal de Macapá em 1974, em relação ao binário Cora/ Padre Júlio, onde a sinalização está bem chamativa para o condutor.

A sinalização do binário caçula não está exagerada, tinha que ser assim mesmo, bem ilustrada, atendendo ao que orienta o Código Nacional de Trânsito e, certamente, contribuindo para a minimização dos acidentes na Capital.

Os outros três estão passando por “petição de miséria”: mal sinalizados, inclusive onde tem a ciclofaixa; mal iluminado, como de resto toda a cidade; sem calçadas para pedestre, como se por ali não passem pessoa a pé; sem abrigo para usuários de transporte coletivo ou individual, como se a chuva ou o sol não fosse implacáveis; e mesmo, a oferta de transporte coletivo, que está em um dilema depois da severidade da pandemia: os ônibus são poucos porque falta passageiros, e falta passageiros por que os ônibus são poucos.

Isso é para dizer que não bastam essas intervenções pontuais no trânsito de Macapá que resolve. O trânsito na Capital se manterá com muitos problemas e exigindo atenção de técnicos do município, principalmente os lotados na CTMac, para estudar e entender o que se passa com o trânsito em Macapá.

A presença de “educadores” e fiscalizadores do trânsito são eventuais, como no caso da implantação e funcionamento do binário das avenidas Padre Júlio/Cora de Carvalho. Não basta só isso, esses “educadores” e fiscalizadores precisam estar convenientemente treinados para assumirem essas funções que representam tranquilidade para os condutores dos veículos de 2, 4 e mais rodas.

Outra questão a registrar é a cessação da efetivação da proposta para fazer os ônibus urbanos, de transporte coletivo, voltarem a trafegar pela Rua Cândido Mendes. Seria uma insensatez e uma grande irresponsabilidade se colocasse veículos não leves para trafegar na Rua Cândido Mendes, que já está sobrecarregada apenas com os veículos de passeio, taxis, úberes, motos e similares.

Mais uma vez está disparado o alerta para que, antes de tomar qualquer decisão que leve os ônibus para a Cândido Mendes, é necessário fazer uma inspeção na estrutura da ponte sobre o Canal da Mendonça Junior, como, de resto, em toda a tubulação de água e esgoto que está lançada sob a estrutura, o pavimento e a capa asfáltica da via.

As inspeções vão necessitar de informações técnicas desde o começo do ano de 1969