quinta-feira, 16 de maio de 2024

A saúde é direito de todos e dever do estado

Rodolfo Juarez

Desde o dia 25 de abril estou fora de Macapá em busca de condições para recuperar minha saúde uma vez que, em Macapá, não existe condições para que seja  tomada quaisquer das providências para transplante de rim.

O Estado do Amapá e o Estado de Roraima foram os dois estados brasileiros que, no ano passado, 2023, não realizaram um único transplante e, ressalte-se, todos os custos são financiados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Para se ter ideia da situação, entendo que todos os exames poderiam ser feitos em Macapá e o encaminhamento para uma das Unidades da Federação para fazer o procedimento do transplante do rim.

Como a Carta Magna, no art. 196, ordena que “a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”, acaba o Estado tendo que atender, mesmo de forma precária, às necessidades daqueles que precisam se submeter ao transplante de rim em Tratamento Fora de Domicílio.

Diante disso, muitas pessoas buscam alternativas que proporcionam mais estabilidade à rotina e mais qualidade de vida, e enxergam no transplante de rim uma solução. No entanto, é importante ressaltar que este procedimento não pode ser realizado em todas as situações, sendo necessário uma avaliação criteriosa junto a equipe responsável pelo tratamento do paciente.

O transplante de rim é considerado uma opção mais completa e efetiva para tratar pacientes portadores de doença renal crônica (DRC) em estágio avançado. O indivíduo recebe o novo rim mediante a doação de um órgão saudável, que será transplantado a fim de substituir o seu que não desempenha mais as funções necessárias. Como os rins sem função não são retirados (a menos que estejam causando infecções e outros danos à saúde), o receptor fica com três rins, porém, apenas o rim transplantado funciona normalmente. 

O transplante é indicado quando: a) o paciente sofre de doença renal crônica com insuficiência do órgão; b) está em diálise ou fase pré-dialítica; e c) o quadro é comprovadamente irreversível.

No momento estou em Belém do Pará fazendo os exames necessários para avaliação e decisão se teria condições orgânicas para suportar uma operação de transplante de rim.

Como disse antes, desde o dia 25 de abril estou em Belém, e já tenho retorno com a médica que a mim assiste para o dia 30 de agosto, ou antes, caso todos os exames demonstrem que tenho condições de entrar na fila de transplante e me submeter aos procedimentos operatórios.

Um dos principais entraves para o deslocamento é a disponibilidade da máquina de hemodiálise, uma espécie de negociação que precisa ser feita pelas autoridades do setor saúde do Estado do Amapá, com as autoridades do setor saúde do Estado do Pará ou de outra UF.

Espero participar de todo o processo e à medida que forem sendo vencidas as etapas, vou narrando o processo para todos os senhores que leem o que aqui escrevo possam acompanhar o desenvolvimento desse processo.

Estou confiante, mas essa confiança precisa ser estendida a todos os quase 900 pacientes que se submetem às sessões de hemodiálise três vezes por semana, cada sessão com duração de quatro horas, em Macapá e Santana.

 

quinta-feira, 9 de maio de 2024

As autoridades brasileiras não estão prepardas para enfrentar catástrofes

Rodolfo Juarez

Os agentes públicos brasileiros, principalmente do Poder Executivo, não estão suficientemente preparados para enfrentar as dificuldades da população com as catástrofes decorrentes de episódios debitados para a natureza.

Isso vem sendo constatado desde os episódios de queda de barreira, até às secas ou cheias decorrentes de questões climáticas, pelas diversas regiões geográficas que formam o território brasileiro.

A defesa civil não está suficientemente preparada e com orçamento para enfrentar essas catástrofes, muito embora a população se desdobre no sentido de oferecer ajuda e ajudar efetivamente. Entretanto, para que a ajuda seja eficaz seria necessário a Defesa Civil contar com estrutura capaz de servir de elo complementar ao esforço da população.

A Defesa Civil, em todos os lugares do território brasileiro, a cada episódio, identifica os tais “pontos críticos”, informa o Executivo (municipal, estadual ou nacional), mas, as providências necessárias não são tomadas por absoluta falta de controle e comando do órgão defensivo colocado a serviço da população no momento do desastre.

É assim nos episódios menores, como naqueles de grande vulto como aconteceu, recentemente na Amazônia Ocidental e, mais recentemente ainda, no Estado do Rio Grande do Sul, onde os dirigentes viram quase 80% do seu território ficar debaixo d’água.

Para atender esses casos são convocadas equipes que não estão treinadas para isso, como é o caso dos soldados e oficiais do Exército Brasileiro, dos soldados e oficiais da Força Nacional, das polícias municipais, estaduais e federal, com os seus respectivos equipamentos que estão disponíveis para outros serviços que não a ação de salvamento de pessoas e coisas devido às chuvas, enchentes, secas etc.

No afã de atender às necessidades de momento, vão lá os agentes, soldados e os oficiais cada qual com o seu comandante ou delegado, de forma improvisada e desajeitada, enfrentar um trabalho para o qual não recebeu treinamento.

Até mesmo os mais simples equipamentos usados pelos soldados, principalmente, são inadequados e impróprios, como é o caso que se viu agora, no Rio Grande do Sul, quando soldados do Exército Brasileiro remando com remos impróprios, contra a correnteza e sendo levado, para o sentido contrário, daquele que pretendiam, levados pela embarcação em que estavam.

O caso é muito sério!

É preciso encontrar uma equação que comporte as diversas variáveis que precisam sem conhecidas claramente, no sentido de terem o conhecimento e o treinamento suficiente para resolve-las no espaço de tempo que, na maioria das vezes, significa a perda de vidas ou de patrimônios que levaram anos para serem adquiridos.

O exemplo que as autoridades brasileiras deram, servem apenas para demonstrar erros que precisam ser eliminados, para que não haja o desperdício no meio de tanta boa vontade da própria população local e o resultado da solidariedade da população de todo o Brasil. 

quarta-feira, 8 de maio de 2024

A luta lutada até o final!

Rodolfo Juarez

Era a final da noite, do último dia do mês de abril, de 2024, quando uma das maiores guerreiras que conheci durante toda a minha vida, respirou pela última vez e partiu para sua viajem eterna, nem tendo tempo para o comentário que sempre fazia: “vou, mas contrariada!”

O cérebro usa até 25% do oxigênio do nosso corpo. Por isso, ele é o primeiro compartimento corporal a morrer quando paramos de respirar. E foi assim com minha mãe que, depois de 96 anos completados dois dias antes, no dia 28 de abril, aconteceu transtornando o pensamento de cada um dos filhos e de muitos dos outros parentes diretos ou por afinidade.

Minha mãe era muito querida pelo que representou durante toda a sua caminhada, seja pelos seus descendentes, seja por aqueles que, por afinidade, se identificaram com ela, com o que representava e o que cultivava na vida, distribuindo alegria, vitalidade e resiliência, e quando não pode mais mostrar o que gostava: a sua empatia e simplicidade, não se fez de rogada e partiu!

Viúva desde os 45 anos de idade, viveu mais 44 anos como esteio principal e referência de toda a família, representando o interesse de todos e sendo o elo importante entre as conquistas de cada um dos descendentes e as suas.

Em tese os médicos declaram a morte a partir do momento em que o coração de um paciente deixa de bater. Quando isso acontece, as funções cerebrais terminam quase de imediato e a pessoa perde todos os seus reflexos. Parece que a minha mãe não ofereceu aos médicos essa regra. Minha mãe despediu-se da vida com falência simultânea ou instantânea de todos os órgãos.

Minha mãe deixou muitos exemplos e ainda não deu tempo para medirmos o tamanho da falta que esse elo representa na vida de todos nós, filhos e filhas, netos e netas, bisnetos e bisnetas, tataranetos e tataranetas, amigos e amigas, conhecidos e conhecidas.

Há uma certeza que já está cristalizada: está fazendo e vai continuar fazendo muita falta.

Os motivos são tantos e as lembranças são tão variadas e de tantos momentos que, certamente, deixarão a sua memória viva. Muitos vão lembrar da disposição e o amor que tinha pela dança. Sabia dançar.

Agora, depois de noventa e seis anos, repousa nos braços do Senhor, mostrando que a vida não é só importante quando ainda estamos vivos. A vida é muito importe quando temos exemplos para deixar. Assim, todos trabalho para procurar igualar o comportamento de todos ao seu comportamento como exemplo para todos.

A benção minha mãe!

Obrigado pela criação, pelo amor que ensinou e a responsabilidade que a todos nós mostrou!