quinta-feira, 16 de maio de 2024

A saúde é direito de todos e dever do estado

Rodolfo Juarez

Desde o dia 25 de abril estou fora de Macapá em busca de condições para recuperar minha saúde uma vez que, em Macapá, não existe condições para que seja  tomada quaisquer das providências para transplante de rim.

O Estado do Amapá e o Estado de Roraima foram os dois estados brasileiros que, no ano passado, 2023, não realizaram um único transplante e, ressalte-se, todos os custos são financiados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Para se ter ideia da situação, entendo que todos os exames poderiam ser feitos em Macapá e o encaminhamento para uma das Unidades da Federação para fazer o procedimento do transplante do rim.

Como a Carta Magna, no art. 196, ordena que “a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”, acaba o Estado tendo que atender, mesmo de forma precária, às necessidades daqueles que precisam se submeter ao transplante de rim em Tratamento Fora de Domicílio.

Diante disso, muitas pessoas buscam alternativas que proporcionam mais estabilidade à rotina e mais qualidade de vida, e enxergam no transplante de rim uma solução. No entanto, é importante ressaltar que este procedimento não pode ser realizado em todas as situações, sendo necessário uma avaliação criteriosa junto a equipe responsável pelo tratamento do paciente.

O transplante de rim é considerado uma opção mais completa e efetiva para tratar pacientes portadores de doença renal crônica (DRC) em estágio avançado. O indivíduo recebe o novo rim mediante a doação de um órgão saudável, que será transplantado a fim de substituir o seu que não desempenha mais as funções necessárias. Como os rins sem função não são retirados (a menos que estejam causando infecções e outros danos à saúde), o receptor fica com três rins, porém, apenas o rim transplantado funciona normalmente. 

O transplante é indicado quando: a) o paciente sofre de doença renal crônica com insuficiência do órgão; b) está em diálise ou fase pré-dialítica; e c) o quadro é comprovadamente irreversível.

No momento estou em Belém do Pará fazendo os exames necessários para avaliação e decisão se teria condições orgânicas para suportar uma operação de transplante de rim.

Como disse antes, desde o dia 25 de abril estou em Belém, e já tenho retorno com a médica que a mim assiste para o dia 30 de agosto, ou antes, caso todos os exames demonstrem que tenho condições de entrar na fila de transplante e me submeter aos procedimentos operatórios.

Um dos principais entraves para o deslocamento é a disponibilidade da máquina de hemodiálise, uma espécie de negociação que precisa ser feita pelas autoridades do setor saúde do Estado do Amapá, com as autoridades do setor saúde do Estado do Pará ou de outra UF.

Espero participar de todo o processo e à medida que forem sendo vencidas as etapas, vou narrando o processo para todos os senhores que leem o que aqui escrevo possam acompanhar o desenvolvimento desse processo.

Estou confiante, mas essa confiança precisa ser estendida a todos os quase 900 pacientes que se submetem às sessões de hemodiálise três vezes por semana, cada sessão com duração de quatro horas, em Macapá e Santana.

 

quinta-feira, 9 de maio de 2024

As autoridades brasileiras não estão prepardas para enfrentar catástrofes

Rodolfo Juarez

Os agentes públicos brasileiros, principalmente do Poder Executivo, não estão suficientemente preparados para enfrentar as dificuldades da população com as catástrofes decorrentes de episódios debitados para a natureza.

Isso vem sendo constatado desde os episódios de queda de barreira, até às secas ou cheias decorrentes de questões climáticas, pelas diversas regiões geográficas que formam o território brasileiro.

A defesa civil não está suficientemente preparada e com orçamento para enfrentar essas catástrofes, muito embora a população se desdobre no sentido de oferecer ajuda e ajudar efetivamente. Entretanto, para que a ajuda seja eficaz seria necessário a Defesa Civil contar com estrutura capaz de servir de elo complementar ao esforço da população.

A Defesa Civil, em todos os lugares do território brasileiro, a cada episódio, identifica os tais “pontos críticos”, informa o Executivo (municipal, estadual ou nacional), mas, as providências necessárias não são tomadas por absoluta falta de controle e comando do órgão defensivo colocado a serviço da população no momento do desastre.

É assim nos episódios menores, como naqueles de grande vulto como aconteceu, recentemente na Amazônia Ocidental e, mais recentemente ainda, no Estado do Rio Grande do Sul, onde os dirigentes viram quase 80% do seu território ficar debaixo d’água.

Para atender esses casos são convocadas equipes que não estão treinadas para isso, como é o caso dos soldados e oficiais do Exército Brasileiro, dos soldados e oficiais da Força Nacional, das polícias municipais, estaduais e federal, com os seus respectivos equipamentos que estão disponíveis para outros serviços que não a ação de salvamento de pessoas e coisas devido às chuvas, enchentes, secas etc.

No afã de atender às necessidades de momento, vão lá os agentes, soldados e os oficiais cada qual com o seu comandante ou delegado, de forma improvisada e desajeitada, enfrentar um trabalho para o qual não recebeu treinamento.

Até mesmo os mais simples equipamentos usados pelos soldados, principalmente, são inadequados e impróprios, como é o caso que se viu agora, no Rio Grande do Sul, quando soldados do Exército Brasileiro remando com remos impróprios, contra a correnteza e sendo levado, para o sentido contrário, daquele que pretendiam, levados pela embarcação em que estavam.

O caso é muito sério!

É preciso encontrar uma equação que comporte as diversas variáveis que precisam sem conhecidas claramente, no sentido de terem o conhecimento e o treinamento suficiente para resolve-las no espaço de tempo que, na maioria das vezes, significa a perda de vidas ou de patrimônios que levaram anos para serem adquiridos.

O exemplo que as autoridades brasileiras deram, servem apenas para demonstrar erros que precisam ser eliminados, para que não haja o desperdício no meio de tanta boa vontade da própria população local e o resultado da solidariedade da população de todo o Brasil. 

quarta-feira, 8 de maio de 2024

A luta lutada até o final!

Rodolfo Juarez

Era a final da noite, do último dia do mês de abril, de 2024, quando uma das maiores guerreiras que conheci durante toda a minha vida, respirou pela última vez e partiu para sua viajem eterna, nem tendo tempo para o comentário que sempre fazia: “vou, mas contrariada!”

O cérebro usa até 25% do oxigênio do nosso corpo. Por isso, ele é o primeiro compartimento corporal a morrer quando paramos de respirar. E foi assim com minha mãe que, depois de 96 anos completados dois dias antes, no dia 28 de abril, aconteceu transtornando o pensamento de cada um dos filhos e de muitos dos outros parentes diretos ou por afinidade.

Minha mãe era muito querida pelo que representou durante toda a sua caminhada, seja pelos seus descendentes, seja por aqueles que, por afinidade, se identificaram com ela, com o que representava e o que cultivava na vida, distribuindo alegria, vitalidade e resiliência, e quando não pode mais mostrar o que gostava: a sua empatia e simplicidade, não se fez de rogada e partiu!

Viúva desde os 45 anos de idade, viveu mais 44 anos como esteio principal e referência de toda a família, representando o interesse de todos e sendo o elo importante entre as conquistas de cada um dos descendentes e as suas.

Em tese os médicos declaram a morte a partir do momento em que o coração de um paciente deixa de bater. Quando isso acontece, as funções cerebrais terminam quase de imediato e a pessoa perde todos os seus reflexos. Parece que a minha mãe não ofereceu aos médicos essa regra. Minha mãe despediu-se da vida com falência simultânea ou instantânea de todos os órgãos.

Minha mãe deixou muitos exemplos e ainda não deu tempo para medirmos o tamanho da falta que esse elo representa na vida de todos nós, filhos e filhas, netos e netas, bisnetos e bisnetas, tataranetos e tataranetas, amigos e amigas, conhecidos e conhecidas.

Há uma certeza que já está cristalizada: está fazendo e vai continuar fazendo muita falta.

Os motivos são tantos e as lembranças são tão variadas e de tantos momentos que, certamente, deixarão a sua memória viva. Muitos vão lembrar da disposição e o amor que tinha pela dança. Sabia dançar.

Agora, depois de noventa e seis anos, repousa nos braços do Senhor, mostrando que a vida não é só importante quando ainda estamos vivos. A vida é muito importe quando temos exemplos para deixar. Assim, todos trabalho para procurar igualar o comportamento de todos ao seu comportamento como exemplo para todos.

A benção minha mãe!

Obrigado pela criação, pelo amor que ensinou e a responsabilidade que a todos nós mostrou! 

segunda-feira, 29 de abril de 2024

Passos importantes rumo ao transpoante de rim

Rodolfo Juarez

Tive que “batalhar” mais de um ano, buscando um local para iniciar os procedimentos que podem me levar ao transplante (ou implante) de um rim e me permitir voltar à vida que tive até os 67 anos de idade, isso em 2014.

Desde junho daquele ano (2014), quando me foi extirpada a próstata, acometida de displasia prostática, uma patologia mais conhecida como Hiperplasia Benigna da Próstata (HPB), que ocorre quando as células da próstata se reproduzem de forma descontrolada, sobretudo, por ação da hormona masculina testosterona.

Este crescimento anormal provoca o aumento do volume da glândula prostática a tal ponto de prejudicar o funcionamento do rim, como no meu caso.

A função dos rins é, entre outras, filtrar o sangue para eliminar substância nocivas ao organismo, como amônia, ureia e ácido úrico. Os rins também atuam secretando substâncias importantes para a saúde dos indivíduos.

De dezembro de 2014 até fevereiro de 2019 os meus rins se mantiveram ativos, cumprindo a sua função orgânica, mas, a partir de março de 2019 fui diagnosticado com acúmulo de líquido no organismos, devido a ineficiência e a “preguiça” dos rins, sendo indicado o caso para hemodiálise, devido os rins não terem mais a capacidade de funcionar como filtro orgânico natural e as toxinas se acumularem ao ponto de prejudicar o meu modo de vida e, caso não fosse tomada a providência indicada, a morte seria enfrentada sem demora.

Primeiro entrei na lista do 4.º turno de pacientes fazendo hemodiálise, no Centro de Nefrologia Antônio Pinheiro Teles, no Hospital de Clínicas Alberto Lima, em Macapá e, no dia 18 de maio de 2020, fui transferido para a Clínica de Nefrologia Uninefro onde venho fazendo a hemodiálise três vezes por semana, quatro horas por vez.

Desde meados do ano passado, quando fui convencido pelo médico nefrologista, João de Barros Neto, escolhido como médico assistente para acompanhamento deste paciente, passei a buscar um local para fazer os exames e entrar na lista única de transplante no Brasil.

Lamentavelmente o Estado do Amapá não atende os seus naturais oferecendo qualquer tipo de transplante, o que obriga os pacientes e seus familiares a buscarem em outra Unidade da Federação o atendimento que é bancado pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Ressalte-se que apenas os estados de Amapá e Roraima não realizaram qualquer transplante em 2023.

Primeiramente me habilitei para os exames em Campo Largo, região metropolitana e Curitiba, no Estado do Paraná, não foi possível por falta da oferta de máquina de hemodiálise para pacientes em trânsito; o mesmo aconteceu na primeira tentativa em Belém do Para, no Hospital Ophir Loyola.

Na segunda tentativa em Belém, foi confirmada a disponibilidade da cadeira e da máquina de hemodiálise, na Clínica de Nefrologia Monteiro Leite, e marcada a consulta pré transplante para o Hospital Ophir Loyola, onde estou desde o dia 26 de abril com os exames agendados e as sessões de hemodiálise sendo realizadas as terças, quintas e sábados, das 11h00 às 15h00.

Devo ficar por aqui, no mínimo, até o dia 26 de maio, quando terei que voltar para Macapá e, se Deus permitir, levar na bagagem a estimativa da chamada para intervenção cirúrgica que procederá o transplante do rim.

quinta-feira, 18 de abril de 2024

As guerras, os gastos e o Dia do Índio

Rodolfo Juarez

O mundo deste ano, está muito complicado. O cenário internacional está mais uma vez abalado por conflitos armados. Mais de dois anos após o início da invasão da Ucrânia pela Rússia, o mundo está dividido e submetido em outro conflito, de Israel contra o Hamas, depois dos ataques dos grupos islâmicos a uma comunidade em festa no território israelense em 7 de outubro, se confere aos milhares o número de mortos e outro tanto de feridos.

À medida que bombardeios e ataques israelenses na Faixa de Gaza se ampliam, em diferentes partes do mundo algumas nuances começaram a aparecer em relação às posições assumidas no início do conflito.

A grande imprensa brasileira, ideologicamente comprometida, acaba não transmitindo a realidade dos acontecimentos e, apenas tão somente, os resultados informando o número de  mortos em determinado confronto e em determinado dia.

Falando sobre este assunto para uma plateia experimentada, sai de lá com a impressão de que as pessoas estão mais interessadas em saber o número de mortos do que, rezando ou orando, alertando para a necessidade de paz.

A quantidade de recursos financeiros e de matérias (que custaram muito dinheiro) é extraordinária, daria para acabar com as dificuldades de todos os brasileiros que passam fome ou não comem o suficiente. Daria para transformar todos os habitantes da Amazônia em preservadores da floresta, fiscais do solo e de subsolo, cuidar de toda a fauna regional.

Enquanto isso, o próprio Governo Federal se apoia em ONGs para fazer o que demonstra não ter vontade ou capacidade de fazer, gastando o dinheiro dos tributos arrecadados de todos os brasileiros, em propostas irreais e em ações improdutivas.

Ainda não compreendi a decisão de destruir máquinas, motores e equipamentos que são apreendidos nos que chamam de “garimpos ilegais”. Enquanto queimam esse equipamentos, pequenas prefeituras (são mais de 5 mil pequenas prefeituras em todo o Brasil) não conseguem comprar carrinho-de-mão.

A vida segue com justificativas policiais para questões sociais e econômicas, desvirtuadas pelo enfoque que é dado para os casos e as justificativas que são feitas para aqueles que ainda se interessam por essas violências injustificadas, a não ser pela necessidade de parecer bruto, porque assim, “têm” o respeito.

Também, enquanto isso, mesmo gastando uma fábula de dinheiro, os índios continuam passando os dias em dificuldades, vendo os seus filhos sucumbirem por diferentes males, com o governo dando o caniço, mas, fazendo questão de não ensinar a pescar. Assim a vida segue, a população indígena diminui de tamanho e, de vez em quando, uma tribo “misteriosamente” desaparece.

Mas tem o Dia do Índio e é hoje, dia 19 de abril.

Apesar da comunidade indígena ter um ministério em Brasília, nada melhorou a vida daqueles que aqui já estavam quando Cabral chegou em mil e quinhentos, aliás, pioraram as condições de vida de todos os índios que estão vendo suas tribos em dificuldades e, nem percebem, servindo de massa de manobra para justificar gastos que não se transforma em saúde, educação, melhoria da qualidade de vida.

A turma que está com a incumbência de cuidar dos habitantes que já estavam aqui antes de  mil e quinhentos deve botar a mão na consciência, pois, por mais incrível que pareça, o Exercito Brasileiro transmite mais segurança e confiança do que aqueles que estão no governo para cuidar dos índios.

Quem achar o contrário, que se explique!

  

terça-feira, 16 de abril de 2024

Fórum de Governadores da Amazônia edita a 27ª carta, a Carta de Rio Branco, sem novidades

Rodolfo Juarez

Nos dias 11 e 12 de abril, quinta e sexta-feira, estiveram reunidos, em Rio Branco, capital do Estado do Acre, 6 governadores (PA, AC, AP, MA, MT e RR) e 3 vice-governadores, representando os governadores do AM, RO e TO.

Asseverando consciência da adversidade da Região Amazônica, declaram que todos os estados enfrentam eventos climáticos extremos e que exigem a realização de investimentos significativos, regulares, conjuntos e integrados, por isso destacaram ações que devem ser realizadas nas três esferas de governo e demais segmentos sociais, como sejam:  

1. Implementar o avanço da infraestrutura logística e de transporte na região de forma sustentável com o uso das novas tecnologias disponíveis. Destacamos a importância da implementação das Rotas de Integração Sulamericanas que estão sendo articuladas pelo Ministério do Planejamento e Orçamento sob o conceito de infraestrutura verde.

2. Fortalecimento da estrutura de monitoramento e de poder de resposta integrado para aumentar a capacidade de enfrentamento dos eventos climáticos extremos. Ressaltamos a necessidade de integrar os esforços do Governo Federal na construção do Plano Clima-Adaptação, alinhando diretrizes regionais e considerando as particularidades estaduais.

3. Reconhecemos a necessidade de estruturar uma política pública moderna e abrangente que possibilite o aprimoramento dos Programas de Restauração Florestal na Amazônia.

4. Identificamos a necessidade de desatar os nós para acesso aos recursos nas diversas modalidades de financiamento climático, a partir do reconhecimento dos resultados das políticas estaduais e federais e das necessidades para superar os desafios climáticos na Amazônia.

5. É imprescindível fortalecer e estruturar a regularização fundiária enquanto veículo promotor de um ambiente jurídico territorial seguro para o desenvolvimento econômico de baixas emissões. Os avanços em infraestrutura digital para o compartilhamento de dados e informações ASSEMBLEIA GERAL DOS GOVERNADORES SAUS, Quadra 01, Lote 3 e 5, Bloco I, Sala 202, Sobreloja, Cep.: 70.070-010, Asa Sul, Brasília-DF 2 estratégicas de terras públicas traz condições para uma visão regional que embasa o ordenamento territorial na Amazônia, sendo cada vez mais importante o fortalecimento de recursos para a implementação da regularização fundiária em escala e com eficiência.

6. Priorização de investimentos na melhoria do ambiente favorável para o desenvolvimento e escalabilidade de negócios sustentáveis e empregos verdes com foco na bioeconomia.

7. Destacam a relevância de acompanhar os possíveis impactos da reforma tributária nos orçamentos estaduais, com foco na estrutura institucional e implementação de políticas públicas.

8. O consórcio reafirma a importância da COP-30 em Belém como a COP da floresta considerando a importância dela para o equilíbrio climático do planeta, conciliando as dimensões social, ambiental, cultural e econômica para a valorização da floresta viva. Por fim, reafirmamos nosso compromisso em seguir atuando de forma a garantir a proteção da região, bem como a promoção do desenvolvimento econômico ambientalmente responsável e socialmente inclusivo. Rio Branco, 12 de abril de 2024.

Assinaram a Carta de Rio Branco os governadores Helder Barbalho (PA), Gladson Cameli (AC), Clécio Luis (AP), Carlos Brandão (MA), Mauro Mendes (MT) e Antônio Garcia (RR). Assinaram também os vice-governadores Tadeu de Souza (AM), Sérgio Gonçalves (RO) e Laurez Moreira (TO)

  

quinta-feira, 11 de abril de 2024

Teatro das Bacabeiras, em Macapá, Estado do Amapá, um monumento esquecido!

Rodolfo Juarez

Alguns prédios públicos e praças públicas dão a impressão de que “nasceram” amaldiçoados. É o caso do prédio do Teatro das Bacabeiras, um prédio localizado no centro de Macapá e, mesmo sendo um dos teatros mais novos dentre todos os existentes nas capitais nortistas, está sem funcionar, abandonado e deixado de lado.

Os amapaenses, principalmente os de Macapá, que já estavam acostumados em colocar o teatro como a primeira alternativa para as grandes celebrações e eventos sociais, principalmente de formaturas de escolas superiores, sentem falta do glamour, da grandeza e da proximidade de um local com boas referências.

Fechado há mais de 3 anos, ninguém explica, mesmo aqueles dirigentes públicos que trabalham a cultura local, reclamam da situação e o prédio vai ficando para ser o centro das lamentações, pelo lado de fora, e por aqueles que passam pela Rua Cândido Mendes e cercanias.

Para você que está lendo essa crônica e gosta da cultura brasileira, defende os ambientes onde se desenvolve e se trabalha a cultura de forma direta, saiba que o Teatro das Bacabeiras, está localizado na Rua Cândido Mendes, n.º 368, no centro da cidade de Macapá. É uma instituição pública vinculada à Secretaria de Estado da Cultura que, ao que parece, no momento está de costas para o maior e melhor monumento cultural do Estado do Amapá.

O Teatro das Bacabeiras teve sua construção iniciada em 1984 e concluída em 1990. Caracteriza-se pela arquitetura moderna, estilo que o guarneceu de grande imponência, atribuindo-lhe especial destaque no patrimônio arquitetônico da cidade de Macapá.

Para sua inauguração, foi denominado de Cine Teatro de Macapá. Em 09 de março de 1992, passa a ser chamado de Teatro das Bacabeiras. Com traços italianos e capacidade para 705 pessoas (sentadas), foi inaugurado em 09 de março de 1990, com espetáculo teatral que reuniu vários grupos. Neste primeiro espetáculo, não foi cobrado ingresso.

O Teatro das Bacabeiras é o que mais se destaca na linha do descaso público, muito embora outros prédios, igualmente icônicos, também estejam literalmente abandonados, sem cuidados e tendendo a desaparecer.

É o caso do Macapá Hotel, um verdadeiro monumento à arquitetura amazônida que está deixado de lado por aqueles que deveriam melhor cuidas do patrimônio público. Mas não é só o Macapá Hotel, também entram nessa conta, entre outros, a Residência do Governador, a Escola Cândido Portinari (esta, com a reforma em fase de conclusão a mais de um ano).

Às vezes é preciso lembrar aos agentes públicos alguns de suas obrigações, principalmente aqueles encarregados, especificamente, da tomada de decisão localizada. O caso presente é de lembrar o agente público diretamente responsável. A lembrança é feita para aqueles que têm obrigações pública com a cultura do povo amapaense e, principalmente, com os elementos já instalados e que, sabem, se desgastam e precisam ser mantidos permanentemente.

Abandoná-los é uma atitude indesejada e inesperada! 

quarta-feira, 10 de abril de 2024

O paciente renal crônico continua invisível no Estado do Amapá

Rodolfo Juarez

Ainda persiste, sem qualquer movimentação do sistema de saúde do Governo do Estado e do Município de Macapá, a invisibilidade dos pacientes renais crônicos que estão em hemodiálise e tendo como última alternativa o transplante de rim, o que não é realizado no sistema de saúde amapaense.

Amapá e Roraima foram os únicos estados brasileiros que não realizaram transplante de rim em 2023 e não têm perspectiva de a realizar em 2024, mesmo sendo o transplante que mais é realizado no Brasil.

No Estado do Amapá, por não ter estatística oficial para informar quantos pacientes renais crônicos morrem por ano em Macapá e Santana, onde estão as clínicas de hemodiálise e de hemodiafiltração, a sociedade amapaense e brasileira não conhece o tamanho do problema que os pacientes renais crônicos enfrentam.

Pelas anotações que são construídas pelos próprios pacientes, não há dúvida de que o número de óbito é um dos maiores, senão o maior, originado pela falência dos rins que tem causas diversas.

Nem mesmo as medidas preventivas são tomadas. Os pacientes renais crônicos, antes de chegar a ter necessidade de fazer hemodiálise para sobreviver, precisariam ter os alertas feitos a partir de exames simples para detectar o nível de creatina no sangue e passar por controles que evitariam a necessidade de fazer hemodiálise e, como consequência, a necessidade do transplante de rim.

Todos os pacientes renais crônicos que residem no Estado do Amapá precisam sair daqui para entrar na fila de transplante. E, para isso, o paciente passa por um verdadeiro calvário que começa com a busca de uma estado, que não o Amapá ou Roraima, para iniciar os exames que o encaminharão para a fila única de transplante.

Aqui, no Amapá, a grande dificuldade para os pacientes renais crônicos, em hemodiálise, é conseguir uma máquina de hemodiálise para atendê-los na categoria “em trânsito”.

A fila do transplante é única. A modalidade de transplante que mais insere pacientes na fila única é a de transplante de rim, isso significa dizer que o paciente residente no Estado do Amapá, além da espera na fila para o transplante, ainda tem a espera por uma máquina de hemodiálise para o paciente em trânsito.

Conseguir a consulta é o primeiro passo, entretanto, não significa que o paciente vai chegar ao local para fazer essa consulta pois, por repetidas vezes, o estado onde o paciente tem a consulta marcada, não disponibiliza a máquina temporariamente, equipamento do qual a vida do paciente renal crônico depende.

As autoridades do setor de saúde do estado precisam encontrar os meios necessários para disponibilizar aos pacientes renais crônicos condições para que o transplante seja feito aqui, no Estado.

Os pacientes estão morrendo, e são muitos! Só não se sabe quantos! O número parece que não interessa ser divulgado e, ao contrário, dá a impressão que é escondido à sete chaves ou diluído entre outras causas de morte.

Está se tornando impossível aceitar que o Estado do Amapá seja um dos dois estados que não faz transplante de rim e não tenha uma linha direta com quaisquer dos outros estados que fazem o procedimento.

A saúde é um direito definido na Constituição Federal e em leis diversas, inclusive estaduais, mas, para os pacientes renais crônicos que vivem no Amapá, só resta “se virar”, abandonando tudo aqui, ou ficar recebendo negativas sucessivas de outros centros, inclusive centros vizinhos de Macapá.

terça-feira, 26 de março de 2024

Prêmio imerecido

Rodolfo Juarez

Está terminando o mês de março, mas não terminaram as dificuldades iniciadas no ano passado e que não contavam com o prolongamento da situação por tanto tempo.

É frequente se ter conhecimento das dificuldades que muitas famílias vêm enfrentando, a despeito da proposta do Governo Federal de tirar o Brasil da lista de países em que parte significativa da população passa fome.

Esse lugar comum de que o ano produtivo e calculado só começa depois do Carnaval, este ano não foi assim. Não se sabe se por ter sido o Carnaval ainda no começo de Fevereiro ou se as chuvas da terça-feira gorada deste ano, ainda continua a influenciar no desempenho dos governos, todos eles, que continuam voltados para as variações do clima devido à uma série de suposições, sobre as quais os próprios cientistas não se entendem, ou se pela morosidade nas tomadas de decisão que são temidas pelos executivos por imaginar que estão na mira dos órgãos de repressão e controle.

O Brasil e o Amapá precisam andar para frente. Apesar dos esforços, às vezes descontrolados, que são feitos, nada caminha para o que deveria ser o foco do momento que é a satisfação social e o controle financeiro.

A satisfação social, como é mais difícil de ser medida, se lateraliza com pesquisas de satisfação popular que têm outros objetivos e, por isso, sensível à manipulação, mesmo que inteligentemente disfarçada. Diferentemente da satisfação econômica que, necessariamente começa pelo desempenho produtivo, para depois, muito depois, chegar na satisfação das famílias.

É muito difícil conviver com o ambiente de guerra e morte de inocentes sendo empurrado para dentro do ambiente familiar, nas casa, apartamentos ou moradias sujeitas às intempéries que, todos os dias, vencem as autoridades que prometem, durante as campanhas políticas, resolver as questões dos residentes em cidades e no campo próximo.

O reflexo é a confiança dos jovens trabalhadores e trabalhadoras, e os próprios pais desses jovens, terem de que a única oportunidade de garantir um futuro seguro é um emprego público.

Sabem eles, também, que o emprego público só se torna possível em um país que tem o setor primário pujante e um setor secundário forte. É daí que vêm os salários que tem boa parte dele, o salário, transformado em tributos que são primeiro divididos entre os entes públicos para, depois, serem canalizados para o pagamento dos salários dos funcionários público.

Isso quer dizer que sem os tributos, não tem salário e, em consequência, não tem emprego. É a roda viva do momento.

Ainda se convive com tremendas desigualdades entre parte dos entes que não pagam de forma equilibrada, os seus próprios funcionários, com poucos deles, ganhando muito acima da média e a maioria deles recebendo salário de miséria e que já não dá para atender o que precisa para sobreviver de qualquer maneira, uma vez que, para sobreviver com dignidade é prêmio imerecido para poucos.

O compromisso que todos deveriam ter com o País e com as regras, inclusive a Constituição Federal, isso está completamente fora dos objetivos e para os mais descrentes, entranhado nos sucessivos arroubos e erros.

sábado, 23 de março de 2024

Federação das Indústrias do Estado do Amapá está momentanemente castrada

 

Federação das Indústrias do Estado do Amapá está castrada

Rodolfo Juarez

Há onze anos sem funcionar e há 24 funcionando na base do empurrão, a Federação das Indústrias do Estado do Amapá – Fieap está completamente inoperante, fazendo uma falta danada, em um momento no qual o setor industrial retoma a sua importância, direciona suas linhas e oferece emprego para muita gente em todo o Brasil, menos no Amapá.

E não adianta querer entender que o setor industrial amapaense pode ressuscitar sem uma organização sindical patronal forte, que tenha como contribuir nas discussões que visem a estrutura e sem a adequada utilização das novas tecnologias, todas elas íntimos das indústria que aqui projetam implantar.

Um quadro que está sem um dos lados, um cubo que está sem uma das faces e um cilindro que está com o seu corpo circular quebrado. Esse é o retrato da Federação das Indústrias do Amapá – Fieap, que tem presidente, mas não tem sede; tem diretoria, mas não dirige, e tem capacidade para desenvolvimento, mas não desenvolve.

Desde quando houve a intervenção ilegal nos departamentos regionais do SESI e do SENAI, ordenado pelos seus respectivos Conselhos Nacionais, e do Instituto Euvaldo Lodi (esse o nome do primeiro presidente da CNI) esta ordenada por ninguém, que a Federação foi perdendo a sua importância, castrada que foi, por aqueles que queriam fazer dela o seu cavalo de corrida.

A intervenção foi ilegal porque foi feito um arranjo em um dos incisos de um dos artigos do regimento interno de cada uma daquelas instituições regionalizadas, para no dia 31 de julho de 2013, violentarem uma luta de mais de 20 anos, de empresários e trabalhadores, e deixarem as empresas do setor industrial completamente órfãos dos bons serviços, educação e cuidados que prestavam para aquela camada sofrida de trabalhadores amapaenses.

Sem contar, evidentemente, com aqueles que trabalhavam na proópria Federação das Indústrias do Amapá e que foram colocados na rua sem receber, pelo menos, os seus direitos trabalhistas, considerando que não contribuíram para que o sistema chegasse ao estágio ao qual chegou.

Todos os que fizeram esse grande mal aos trabalhadores das indústrias locais, bem como com os donos das empresas do setor industrial, com as próprias empresas que ficaram, também, órfãos de defesas diretas de seus interesses, além daqueles que, há 20 anos, prestavam o seus serviços para o engrandecimento do setor industrial do Estado.

Agora, parece que a Fieap não faz falta. O que houve um complô engendrado para desmoralizar a instituição, seus dirigentes e trabalhadores.

Mas um dia essa organização sindical de grau superior vai voltar e retomar o seu caminho, para lutar pela recuperação do que perdeu nesse tempo junto com a população trabalhadora desse Estado.

Os departamentos regionais do SESI e do SENAI funcionam de forma ilegítima, atendem aqueles que não estão no rol dos seus objetivos e se transformaram em uma instituição pública, alimentada com o capital privado, aqueles que as empresas recolhem na folha de pagamento todos os meses: 1,5 % para o SESI e 1,0% para o SENAI. Uma montanha de dinheiro que desperta a voracidade de muitos, todas as vezes que sabe de quando, um e outro, tem em conta, aplicado ou disponível na corrente.

A esperança para a indústria local e para os que dela fazem o seu modo de ganho, é que o Sistema Fieap volte a funcionar, retome seu verdadeiro rumo, trabalhando para o desenvolvimento do Amapá e de seu povo.

 

terça-feira, 19 de março de 2024

19 de março: feriado em todo o Estado do Amapá

Rodolfo Juarez

A Lei Estadual n.º 667, de 16 de abril de 2002, tem sua emenda com o seguinte texto: O dia 19 de março, data da consagrada a São José, é considerado feriado estadual. Esta lei foi publicada no Diário Oficial do Estado do dia 11 de junho de 2002 e tem o seguinte texto:

“O presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Amapá. Faço saber que a Assembléia Legislativa do Estado do Amapá decreta e eu, nos termos do § 8º do Art. 107 da Constituição do Estado e alínea "j" do inciso II do Art. 19 do Regimento Interno, promulgo o parágrafo único do art. 1º da Lei nº 0667, de 16 de abril de 2002: Art. 1º - (...) Parágrafo único - O dia 19 de março, data consagrada a São José, é considerado feriado em todo o Estado do Amapá. Macapá-AP, 04 de junho de 2002. Fran Junior Presidente”. O projeto transformado em lei foi do ex-deputado Edinho Duarte.

A festividade do padroeiro da capital amapaense celebra, este ano, 263 anos de fé e devoção, a tradição religiosa vem desde a fundação da Vila de Macapá, em 1758. Já a construção da igreja dedicada ao santo, veio três anos depois, em 1761, quando se deu início ao festejo.

São José é o modelo perfeito do varão justo e nobre, cuja alma se eleva a Deus – forte e poderosa como o Cedro do Líbano. Igualmente é ele fiel e humilde no desempenho da tão delicada, bela e incomensurável incumbência de velar pela Sagrada Família de Nazaré.

São José tornou-se o exemplo vivo das virtudes da família e das modestas tarefas quotidianas, o guarda das almas castas e o protetor dos lares cristãos. Tanto quanto é possível a uma criatura humana, ele recebeu tais dons, juntamente com o mais que sublime encargo de ser esposo da Santíssima Virgem e o pai terreno do próprio Verbo de Deus encarnado.

Homem justo, temente a Deus, José aceitou dedicar sua vida pela salvação da humanidade, como protetor do Redentor da humanidade. Nobre carpinteiro (Mt 13,55), José viveu dignamente na simplicidade de uma vida modesta e pobre, como percebemos pela passagem do Evangelho em que leva Jesus Menino ao Templo para ser circuncidado, e Maria para o ritual da purificação, e oferece como sacrifício um singelo par de rolas, algo que era permitido apenas àqueles que não tinham condições de comprar um cordeiro (Lc 2,24).

Embora materialmente pobre, José era de linhagem real, da descendência do Rei Davi (Mt 1,1-16 e Lc 3,23-28). Alma pura e compassiva, mas viril; pai de família protetor e justo; homem de fé, obediente, um amigo dos anjos que lhe falavam em sonhos.

Quando lhe foi revelado em sonho o Mistério sobre a Criança que Maria trazia no ventre, imediatamente e sem questionar a tomou como esposa. Quando um anjo lhe apareceu novamente para avisá-lo do perigo que sua Sagrada Família corria, imediatamente deixou tudo o que possuía, bem como parentes e amigos, e partiu para um país estranho, onde permaneceu, aguardando pacientemente até que novamente o anjo do Senhor, no devido tempo, o instruiu a retornar (Mt 2,13-23).

Quando Jesus ficou no Templo, perdido dele e da mãe, José procurou-o com grande ansiedade, até encontrá-lo ao fim de três dias (Lc 2,48). Tratava Jesus com zelo e amorosamente, como seu próprio filho, e assim os habitantes de Nazaré repetiam constantemente em relação a Jesus: "Não é este o filho de José?" (Lc 4,22).

Ao fim de sua jornada neste mundo, José teve a mais bela e abençoada das mortes, amparado por Nosso Senhor Jesus, de um lado, e por Maria Santíssima de outro.

Quem poderia querer mais?

Por isso mesmo, São José é invocado em casos de doença, junto aos agonizantes, mas também em casos de problemas familiares, além de, claro, na luta pela castidade e contra os pecados da impureza. 

quinta-feira, 14 de março de 2024

O Novo Marco do Saneamento Básico e os municípios amapaenses

Rodolfo Juarez

O final do mês passado e o começo deste mês vem sendo marcado pelo interesses de se discutir o Marco Regulatório para o Saneamento Básico, introduzido no meio administrativo-jurídico por meio da Lei 14.026/ 2020 e que traz importantes e relevantes inovações.

 O Marco Regulatório do Saneamento Básico altera as regras para a prestação de serviços no setor, promovendo a ampliação da participação de empresas do setor privado neste mercado, com o objetivo último de universalizar o acesso ao saneamento para toda a população brasileira

Está definido que cabe a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico  (ANA) o papel de criar as normas para todas as esferas da administração pública – municipal, estadual e federal – e contribuir na padronização das regras do setor.

O novo marco traz relevantes inovações: institui a obrigatoriedade de os contratos preverem metas de desempenho e de universalização dos serviços; adota, como princípio, a regionalização dos serviços de saneamento; promove mudanças obrigatórias no comportamento dos dirigentes municipais.

A definição legal informa que o saneamento básico abrange o conjunto de serviços públicos, infraestruturas e instalações operacionais de abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana, manejo de resíduos sólidos, drenagem e manejo das águas pluviais urbanas.

O Novo Marco Legal tem como intuito viabilizar a universalização dos serviços de saneamento básico até 31 de dezembro de 2033, assegurando o atendimento a 99% da população com água potável e de 90% da população com coleta e tratamento de esgoto.

Assim, objetiva uniformizar regras, definir padrões da atividade regulatória e da formulação de políticas públicas, bem como aumentar a competição, sendo obrigatória a abertura de licitação.

A prestação desses serviços com intenção de atender as finalidades precípuas de universalização e qualificação obedece, no Novo Marco Legal, a diretrizes assentadas em princípios fundamentais e legais, divididos nos eixos temáticos de universalização, efetiva prestação do serviço, regionalização, governança, proteção e políticas públicas.

Existem dois pressupostos relevantes que devem ser levados em consideração na prestação dos serviços de saneamento básico. O primeiro deles se refere ao caráter essencial da atividade, ligado à consecução de direitos fundamentais de segunda e terceira dimensão, isto é, a direitos sociais (saúde, alimentação, moradia adequada, dentre outros.) e a direitos ligados à proteção do meio ambiente, sob uma perspectiva intergeracional.

O segundo aspecto é que o saneamento básico é uma atividade econômica, que, embora possa ser segmentada e subdelegada a prestação de determinados elementos constitutivos, constitui monopólio natural.

Os prefeitos municipais dos dezesseis municípios do Estado do Amapá precisam trabalhar muito para cumprir as suas tarefas que são as questões de saúde e de melhoria na qualidade de vida.

Não dá para esperar mais e nem para errar mais. É preciso agir com técnica e urgência. 

quarta-feira, 13 de março de 2024

14 de março, Dia Mundial do Rim, um dia de luta para os Pacientes Renais Crônicos - PRCs

Rodolfo Juarez

Nesta quinta-feira, dia 14 de março, será comemorado o Dia Mundial do Rim, um evento anual, criado há 19 anos pela Sociedade Internacional de Nefrologia (ISN) e a Federação Internacional de Fundações do Rim (IFKF) e instituído com o objetivo de informar a população sobre as doenças renais, com foco na prevenção e na incorporação de práticas saudáveis.

Segundo dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia, a prevalência da doença renal crônica no mundo é de 7,2% para indivíduos acima de 30 anos e 28% a 46% em indivíduos acima de 64 anos. No Brasil, a estimativa é de que mais de dez milhões de pessoas tenham a doença.

No Estado do Amapá, apesar da indisponibilidade de estatísticas oficiais ou divulgação de dados pelas secretarias de saúde do Estado ou de quaisquer dos Municípios, a estimativa é  de que, o número de pacientes renais crônicos, apenas aqueles que estão fazendo hemodiálise, se aproxime bastante do primeiro milhar.

A doença renal crônica é uma diminuição lenta e progressiva (durante meses ou anos) da capacidade dos rins de filtrar os resíduos metabólicos do sangue. As causas principais apontadas pela comunidade médica são diabetes e pressão arterial alta. O sangue se torna mais ácido, anemia se desenvolve, os nervos são prejudicados, o tecido ósseo se deteriora e o risco de aterosclerose aumenta.

Classificar a doença renal crônica significa considerar os estágios da doença e uma maneira de qualificar sua gravidade. Por isso, a doença renal crônica pode ser classificada em 5 estágios, segundo a Taxa de Filtração Glomerular (TFG) medida em mL/min/1,73m2 em: Estágio 1, TFG normal > 90; Estágio 2: TFG entre 60 e 89; Estágio 3: entre 30 e 59; Estágio 4: entre 15 e 29; e Estágio 5: TGP <15.

A doença renal crônica (DRC) é a deterioração da função renal de longa duração e progressiva. Os sintomas desenvolvem-se lentamente e nos estágios avançados incluem anorexia, náuseas, vômitos, estomatites, disgeusia, noctúria, esgotamento, fadiga, prurido, diminuição da acuidade mental, contrações musculares e cãibras, retenção hídrica, desnutrição, neuropatia periférica e convulsões.

O diagnóstico baseia-se nos exames de laboratório de função renal e, algumas vezes, em biópsia renal. O tratamento é primariamente direcionado para a doença subjacente, mas inclui manejo de líquidos e eletrólitos, controle da pressão arterial, tratamento da anemia, vários tipos de diálise e transplante renal.

O Estado do Amapá é um dos dois estados brasileiros que não realizaram um transplante sequer, durante todo o ano de 2023 e por todos os anos anteriores. Esta situação obriga aos pacientes renais crônicos residentes no Amapá a terem de procurar outros centros para se habilitar à fila de transplante.

Um atraso injustificável e que submete os pacientes renais crônicos a negativas de outros estados e, nem isso, provoca nas autoridades de saúde do Estado do Amapá pelo menos a vontade de resolver a questão, uma vez que não buscam alternativas que possibilitem a sobrevivência dos pacientes renais crônicos, no momento por aqui, condenados a dialisar três vezes por semana, durante 4 horas por vez, até a chegada da morte.

quinta-feira, 7 de março de 2024

Mulher de todos os anos

Rodolfo Juarez

Hoje, dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, vou conversar comigo mesmo e com vocês que observam o cotidiano sem esquecer o que já está catalogado na história de cada um, construída por caminhos, a maioria das vezes desejados ou abertos por cada um de nós.

Hoje vou evidenciar uma mulher, guerreira de nascimento, mãe que criou, na verdadeira acepção da palavra, 12 filhos permitindo que todos desenvolvessem as suas própria habilidades, orientando para que encontrasse o conceito de vida que mais se adaptasse aos desejos e necessidades de cada um.

Uma mulher que nasceu ribeirinha, no interior do município de Afuá, filha de ribeirinhos autênticos, se casou aos 16 anos, sustentou o casamento até a morte do seu companheiro, marido e cúmplice, quando ficou com a responsabilidade de continuar a criação dos maiores, provavelmente a missão mais complicada, e dos menores que sabia necessitar preservar para não perder.

Para ter sucesso na missão que sabia precisar executar com qualidade, essa guerreira, viúva desde os 45 anos de idade, assumiu o comando da grande família com o rigor necessário, mas emoldurado por inúmeras gotículas de amor e acabado com doses generosas de paciência, compreensão e um poder de orientação difícil de ser praticada e que, entretanto, o fez com a sabedoria que tirou dos ensinamentos da própria vida.

Depois dos 45 anos de idade ainda teve tempo de se tornar empresária, garantindo a sua independência social e financeira, garantindo a sua manutenção e, ainda, se responsabilizando pelos filhos que não estavam com a vida definida e que, por isso, precisavam de orientação, proteção e amparo.

Os filhos e filhas que ainda não haviam completado o ensino superior precisaram dela em Belém do Para. E lá vai ela para a cidade das mangueiras fixar residência mudando, mais uma vez, o seu modo de vida, justificada a decisão pela necessidade de continuar a orientação dos filhos órfãos de pais, que entendia ela, ter que fazê-los a sentir menos a falta do pai.

Aos 88 anos começou a sentir o peso da idade. Passou a reduzir o ritmo de trabalho à medida que os anos se somavam à sua idade. Um procedimento mais social do que de saúde passou a dotar dentro dos limites da possibilidade.

Enquanto teve força lutou bravamente, excursionou, dançou e extravasou a sua alegria e vontade. A dança era um dos seus fortes. Em uma comemoração de aniversário, isso depois dos 88, dançou a noite inteira e teve como pares os filhos, netos e bisnetos

Com 93 anos voltou para Macapá onde está no momento. Diz sentir a falta dos filhos que não estão por aqui e, também, dos filhos que estão aqui em Macapá.

Essa mulher é minha mãe. A dona Raimunda Pureza Juarez ainda faz questão de estar perto de todos. Ela quer estar perto dos filhos, netos, bisnetos e tataranetos, depois de lutar e vencer a luta das guerreiras especiais, mais valentes que os adversários da vida, o símbolo da família e a referência de todos.

Minha mãe, você é a minha baliza, minha referência de amor, de respeito, de vida e de tantas coisas importantes para todos nós, filhos, netos bisnetos e tataranetos da mulher de todos os anos. 

terça-feira, 5 de março de 2024

A invisibilidade do Pacirnete Renal Crônico no Estado do Amapá

Rodolfo Juarez

O Dia Mundial do Rim é celebrado na segunda quinta-feira do mês de março. Este ano, portanto, será no dia 14 deste mês.

Instituído com o objetivo de informar a população sobre as doenças renais, com foco na prevenção e na incorporação de práticas saudáveis, cuidar dos rins tem se revelado um dos problemas de saúde pública de difícil compreensão por parte das autoridades administrativas encarregadas de gerenciar as necessidades da estrutura hospitalar e dos pacientes que dela dependem.

Segundo estimativa da Organização Internacional Word Kidney Day, 10% da população mundial (850 milhões de pessoas) tem alguma doença renal crônica, que se não for tratada, pode ser fatal. 

Os rins são dois órgãos localizados em ambos os lados da coluna vertebral. Sua principal função é remover os resíduos e o excesso de água do organismo. O problema é que, muitas vezes, por falta de prevenção, as pessoas podem descobrir problemas renais em fases muito avançadas das lesões.

A Doença Renal Crônica (DRC), perda progressiva e irreversível da função dos rins, é a mais grave delas. No Brasil, segundo dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), o número de pacientes com DRC avançada é crescente e, atualmente, mais de 140 mil pacientes realizam diálise no país.

No Estado do Amapá as últimas informações oficiais datam de 2020 e 2021 Em 2020, foi divulgado que o setor de nefrologia do Estado realizou mais de 43 mil sessões de hemodiálise no atendimento de 497 pacientes com problemas renais.

Naquele ano o Estado contava com duas clínicas de nefrologia: uma no Hospital das Clínicas Alberto Lima (Hcal), em Macapá, e a Clínica da Vida Lourival Duarte Brandão, que funciona no complexo do Hospital Estadual de Santana.

O outro dado é de 2021, do dia 25 de novembro, que destacou o início do atendimento de pacientes renais crônicos com hemodiafiltração. Destaca a nota que o atendimento foi possível devido a um convênio firmado entre o Governo do Estado e a clínica Uninefro, onde o procedimento está sendo realizado. A paciente renal crônica fora Maria Monteiro Gama, então com 53 anos, a primeira paciente atendida pelo procedimento.

Estima-se que o número de pacientes renais crônicos residentes no Estado do Amapá, atualmente, supere 650 e o Estado continuam sendo uma das poucas unidades da Federação que não faz o transplante, única terapia que prevê a solução do problema do paciente.

 Os 3 Estados com maior número de brasileiros que aguardam por um transplante estão no Sudeste. São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais reúnem, juntos, 56% dos pedidos em todo o país. No Sul, o Paraná lidera, com 3.536 pessoas na fila. No Nordeste, a Bahia tem o maior volume, com 3.296 registros. No Centro-Oeste, Goiás tem 2.018 solicitações. Por fim, no Norte, o Pará conta com 1.573 pedidos. Os estados de Roraima e Amapá não registraram casos de transplante, nem pedidos no SNT.

Os desafios enfrentados pelos sistemas de saúde nos últimos anos, quer seja por eventos globais, como a pandemia da Covid-19, ou por catástrofes locais, como enchentes, desabamentos, desastres ambientais, demonstraram a necessidade de todos os setores da sociedade estarem preparados para o inesperado. E isso, especialmente, para proteger e cuidar dos mais vulneráveis. Quando esses eventos acontecem, os pacientes com doenças renais estão entre os que apresentam maior vulnerabilidade.

Na área da saúde renal, esse tema conversa também com os grandes desafios a serem enfrentados no nosso país. Entre os pacientes com doença renal crônica, aqueles que são socialmente mais vulneráveis acabam tendo o diagnóstico em fases mais avançadas.

Nesses casos, para os pacientes e seus familiares, o próprio diagnóstico da doença renal é um desafio inesperado.

sábado, 2 de março de 2024

Os canais de drenagem da cidade de Macapá/AP estão na fase do "enxuga gelo".

Rodolfo Juarez

Grande parte da discussão nacional, especialmente aquele realizado em Brasília, influencia fortemente na discussão local, em Macapá, onde se concentra, segundo Censo do IBGE 2022, a maior parte da população do Estado, em torno de 60,39%.

Um dos assuntos relevante para a população do Amapá desde sempre, está, outra vez, sendo debatido e levado para audiências públicas, em fóruns nacionais, objetivando encontrar soluções ou medidas alternativas para que não haja pioria na qualidade de vida da população que já não compreende as dificuldades alegas pelo setor público na oferta de melhores condições na qualidade de vida citadina.

Está na boca do povo a pergunta: Quanta custa a realização das obras de macrodrenagem na cidade de Macapá?

Pois bem, as obras de macrodrenagem então na ordem do dia porque desde 2020, vai fazer quatro anos, quando foi aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo presidente da República, no dia 15 de julho de 2020, a Lei que modernizou o ambiente regulatório nacional de saneamento, adicionando segurança jurídica e previsibilidade necessária à atração de investimentos privados.

O Novo Marco Legal do Saneamento é uma atualização da Lei n.º 11.445 de 2007, que vem no bojo da Lei 14.026/2020 e visa alavancar até R$ 700 bilhões em investimentos para melhorar os serviços de saneamento básico e a sua distribuição para a população, por meio de empresas privadas.

Na escala de atendimento de saneamento básico - distribuição de água tratada, coleta, transporte e tratamento de esgoto doméstico, e coleta, transporte e destino final do lixo urbano -, a população do Estado do Amapá está em penúltimo lugar.

A previsão para todo o Brasil, é um investimento de R$ 700 bilhões, parte desse dinheiro deve vir da iniciativa privada, como exemplo se pode citar a empresa CSA Equatorial que é a concessionária de água tratada, para as populações dos municípios amapaenses, depois de receber essa atribuição da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico

Tudo isso, entretanto, só pode ser implantado se tornando atraente para a iniciativa privada.

E quando isso acontece? Acontece quando se conhecer a planta de nível de cada uma das sedes municipais dos municípios do Estado. Isso mesmo, uma planta que, pelo menos Macapá, Santana e Porto Grande já tiveram nas gavetas e, infelizmente, por lá ficaram e perderam-se divididas em pedacinhos pelas traças ou a formiga do desleixo.

A planta de nível é fundamental para a definição da profundidade dos canais de drenagem, definição dos greides das vias (ruas, avenidas e travessas), e da altura do piso das residências, fabricas e lojas

O que se está fazendo hoje com relação à falta de drenagem é, o que no dito popular, se chama “enxugar gelo”, pois, a água não sobe, a água só desce, mas é preciso saber conduzir as águas da chuva para os receptores e os técnicos do governo e das prefeituras, todos eles, ou não sabem o que fazer, ou estão limitados ao que os olhos vêm.