Rodolfo Juarez
Desde o dia 25 de
abril estou fora de Macapá em busca de condições para recuperar minha saúde uma
vez que, em Macapá, não existe condições para que seja tomada quaisquer das providências para
transplante de rim.
O Estado do Amapá e
o Estado de Roraima foram os dois estados brasileiros que, no ano passado,
2023, não realizaram um único transplante e, ressalte-se, todos os custos são
financiados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Para se ter ideia
da situação, entendo que todos os exames poderiam ser feitos em Macapá e o
encaminhamento para uma das Unidades da Federação para fazer o procedimento do
transplante do rim.
Como a Carta Magna,
no art. 196, ordena que “a
saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas
sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos
e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção,
proteção e recuperação”, acaba o Estado tendo que atender, mesmo de forma
precária, às necessidades daqueles que precisam se submeter ao transplante de
rim em Tratamento Fora de Domicílio.
Diante disso, muitas
pessoas buscam alternativas que proporcionam mais estabilidade à rotina e mais
qualidade de vida, e enxergam no transplante de rim uma solução. No entanto, é
importante ressaltar que este procedimento não pode ser realizado em todas as
situações, sendo necessário uma avaliação criteriosa junto a equipe responsável
pelo tratamento do paciente.
O transplante de rim é
considerado uma opção mais completa e efetiva para tratar pacientes portadores
de doença renal crônica (DRC) em estágio avançado. O indivíduo recebe o novo
rim mediante a doação de um órgão saudável, que será transplantado a fim de
substituir o seu que não desempenha mais as funções necessárias. Como os rins
sem função não são retirados (a menos que estejam causando infecções e outros
danos à saúde), o receptor fica com três rins, porém, apenas o rim
transplantado funciona normalmente.
O transplante é indicado quando: a) o paciente sofre de doença renal
crônica com insuficiência do órgão; b) está em diálise ou fase
pré-dialítica; e c) o quadro é comprovadamente irreversível.
No momento estou em Belém do Pará fazendo os
exames necessários para avaliação e decisão se teria condições orgânicas para
suportar uma operação de transplante de rim.
Como disse antes, desde o dia 25 de abril
estou em Belém, e já tenho retorno com a médica que a mim assiste para o dia 30
de agosto, ou antes, caso todos os exames demonstrem que tenho condições de
entrar na fila de transplante e me submeter aos procedimentos operatórios.
Um dos principais entraves para o
deslocamento é a disponibilidade da máquina de hemodiálise, uma espécie de
negociação que precisa ser feita pelas autoridades do setor saúde do Estado do
Amapá, com as autoridades do setor saúde do Estado do Pará ou de outra UF.
Espero participar de todo o processo e à
medida que forem sendo vencidas as etapas, vou narrando o processo para todos
os senhores que leem o que aqui escrevo possam acompanhar o desenvolvimento
desse processo.
Estou confiante, mas essa confiança precisa
ser estendida a todos os quase 900 pacientes que se submetem às sessões de
hemodiálise três vezes por semana, cada sessão com duração de quatro horas, em
Macapá e Santana.
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