quinta-feira, 31 de outubro de 2024

As vitórias e as derrotas políticas têm sempre motivo identificável.

Rodolfo Juarez

Olhando os números resultantes das eleições municipais de 2024 no Estado do Amapá, quando o MDB elegeu o prefeito de Macapá com um índice eleitoral que tornou o candidato motivo curiosidade de todos os analistas políticos do Brasil.

Essa demonstração de aprovação, pelos eleitores macapaenses, do desempenho do administrador, tem um motivo básico: o esforço para aceitar e acertar.

Ninguém pode ignorar, em uma democracia, um resultado desta monta, superior a 85% e obtido, mesmo tendo os seus adversários apoio de importantes agentes políticos, campeãs de voto nas eleições regionais recentes, inclusive do governador do estado que venceu as eleições de 2022 no primeiro turno de votação.

Não tivesse o prefeito de Recife sido reeleito com 78,11% e o prefeito de Macapá reeleito com 85,08%, as atenções para o eleitorado macapaense seriam ainda maior. Recife com um contingente de mais de 1,2 milhões de eleitores aptos, quando comparado os pouco mais de 310 mil eleitores aptos em Macapá, leva vantagem, afinal é mais de 5 vezes maior. Isso, certamente, inibiu o resultado obtido na disputa em Macapá, do contrário a repercussão nacional teria sido, ainda maior.

É claro que as eleições são reflexo instantâneo do desempenho dos candidatos e dos aliados. O candidato que tiver o que mostrar, decorrente do que fez de concreto, em regra leva vantagem sobre aqueles que tiver dificuldade para apresentar o que fez.

As eleições municipais são um laboratório para tudo do político: paciência, compreensão, imposição, plástica nos resultados, bons resultados e simpatia. Quem não contar com esses predicados, não se candidate, pois, vai perder ou vai experimentar decepções.

Refletindo sobre os apoiadores, se pode dizer que esses importantes personagens na política tiveram, de um lado, facilidade para mostrar as obras que fizeram e influíram, diretamente, na vida de, pelo menos, uma parte da população; e de outro, tiveram dificuldade por não atuar na parte executiva nas ações que influenciam na vida da população.

Assim, os candidato que buscava a reeleição, havia uma condução objetiva do que iria apresentar na campanha, do outro lado, não.

O principal exemplo está na execução do projeto da Feira Agropecuária do Amapá, na Fazendinha. Os transtornos que os eleitores passaram para ir e voltar do Feira da Fazendinha, que aconteceu no final de agosto e começo de setembro, consolidaram um desconforto que foi refletida na hora do exercício do voto.

Também, enquanto o prefeito anunciava a construção de um teatro municipal, o Teatro das Bacabeiras ficava abandonado, sem qualquer explicação da Secretaria de Cultura para a inatividade, pouco interessando o motivo que poderia ser alegado.

A lição fica para ser estudada e, se aprendida, que não se sustente os erros.

 

segunda-feira, 28 de outubro de 2024

As lições deixadas em 2022 e 2024 precisam ser aproveitadas para 2026

Rodolfo Juarez

Realizadas as eleições municipais de 2024, o tribunais regionais eleitorais já trabalham na solução das pendências, administrativas e jurídicas, que ficaram para traz, e elaboram a solenidade de diplomação dos eleitos, prefeitos e vice-prefeitos, e vereadores que precisa acontecer antes do final do ano.

Diplomados os eleitos, as pendências sub-judice que porventura persistirem, aguardarão as decisões dos tribunais superiores para o seja declarado o caso encerrado.

Mas os organizadores das eleições de 2026, quando serão realizadas as Eleições Regionais e a Eleição Nacional, já começam a trabalhar no começo do ano de 2025 para estar tudo organizado um ano antes do pleito de 2026, com a atenção e a certeza de que será mais uma tarefa difícil, importante e que precisa ser tranquila, para demonstrar para o mundo que o resultado reflete, fielmente, a vontade da maioria dos eleitores brasileiros que, naquele momento, representarão toda a população brasileira.

As dificuldades criadas pelos participantes e os organizadores na eleição de 2022, aparecerão como fantasmas fazendo relembrar o que de muito ruim foi registrado no antes, no durante e, principalmente, no depois das eleições, quando houve episódios com autoridades dando respostas atravessas para eleitores como o viralizado “perdeu mané” ou o criminalizado “oito de janeiro”.

Desde o começo a população brasileiro e o eleitor brasileiro precisam ser convencidos a terem calma, muita calma.

Trabalhar essa calma deve ser uma tarefa prioritária e assim enfrentada desde os primeiros dias da preparação das eleições gerais e nacional de 2026, pois, “empurrar com a barriga” ou ignorar as influências, ainda vivas, daquelas eleições é correr riscos desnecessários e alegações que, mesmo razoáveis, podem prejudicar o pleito e desanimar o eleitor.

A impressão que ficou é de que as eleições municipais serviram para acalmar os ânimos, muito devido à paciência e firmeza da ministra Carmem Lúcia e do ministro Nunes Marques, vice-presidente do TSE. Os dois não deram ouvidos aos exageros, principalmente com relação aos questionamentos que poderiam ser feitos e que foram abafados pela confiança tranquilizadora que, os dois, demonstravam no trato de cada detalhe da eleição.

Os eleitores fizeram a sua parte, quase 80% da totalidade compareceu para votar em 2024, demonstrando que continuam acreditando que a melhor maneira de exercer a sua influência na melhoria das condições de vida do povo brasileiro é a democracia.

Não a democracia na interpretação de um ou de outro, mas a democracia como referência de que o povo está no comando.

E ainda dá para acreditar nisso!

A barreira interposta, pelo povo, entre os exageros de um lado e do outro foi suficientemente resistente e conseguiu manter os dois extremos longe um do outro, mesmo com cada um tentando, de variadas formas, atingir o outro, mesmo sem razão ou sem qualquer compromisso com a base de tudo – o bem-estar da população. 

quinta-feira, 24 de outubro de 2024

Nada se fala (ou faz) sobre medidas preventivas para evitar a doença renal no Amapá

Rodolfo Juarez

Chegou a mil a contagem dos pacientes renais crônicos no Estado do Amapá. Um número que continua crescendo devido o aumento da população, a modernização das condições para o diagnóstico médico e o conhecimento dos sintomas mais relevantes por parte das famílias, dos médicos clínicos-gerias, dos paramédicos e dos socorristas.

Não se fala nada, entretanto, das medidas preventivas que se aplicam ao caso, ou de campanhas preventivas que possam evitar se chegar no estágio final da doença que, sem alternativa médica, restam as sessões de hemodiálises para que o paciente tenha a qualidade de vida adequada à situação e com isso prolongado responsabilidades, custos e sacrifícios das famílias e do contribuinte.

No processo preventivo para o enfrentamento à falência parcial ou total dos rins ganha importância o conhecimento do TFG, Taxa de Filtração Glomerular, um indicador da função renal que mede a quantidade de sangue filtrada pelos rins para formar a urina. É um parâmetro importante para a detecção, avaliação e tratamento de doenças renais, como a DRC - Doença Renal Crônica. 

A TFG é calculada a partir de uma amostra de sangue, que é analisada em laboratório para dosar a creatinina ou a cistatina C. O cálculo também leva em conta a idade, o sexo e a etnia do paciente, porque esses fatores influenciam no cálculo. 

Um valor normal de TFG para adultos e jovens é de 90 a 120 mL/min/1,73 m². A TFG diminui naturalmente com o envelhecimento. 

Por isso, a TFG é um indicador importante para o acompanhamento da função renal de pacientes que apresentem os sintomas da doença renal ou que tomam medicamentos tóxicos  e que sobrecarregamos rins. Quanto menor a TFG, pior o estágio da doença renal. 

Entretanto, para fechar o diagnóstico os profissionais médicos recomendam e pedem a realização de outros exames complementares, outros tipos de exames de imagem e, até, biopsia quando considerado necessário. A doença renal crônica (DRC) é classificada em cinco (ou seis) estágios, de acordo com a Taxa de Filtração Glomerular (TFG):

Estágio 1: TFG normal (≥ 90 mL/min/1,73 m 2)

Estágio 2: TFG de 60 a 89 mL/min/1,73 m 2

Estágio 3a: TFG de 45 a 59 mL/min/1,73 m 2

Estágio 3b: TFG de 30 a 44 mL/min/1,73 m 2

Estágio 4: TFG de 15 a 29 mL/min/1,73 m 2

Estágio 5: TFG < 15 mL/min/1,73 m 2 

A doença renal crônica (DRC) reduz a capacidade dos rins de remover resíduos e excesso de água do organismo. A classificação em estágios ajuda a estruturar o melhor tratamento para cada paciente, o que, em regra, embora recomendado expressamente, não tem essa prática desenvolvida ou prometida pela área média pública, pelo menos no Amapá.

Resta, então, aos que detectarem o problema nos rins nos estágios iniciais, adotar um estilo de vida saudável, uma alimentação especial e tomar as medicações adequadas, para evitar ou retardar o agravamento da doença. 

Os laboratórios de análises clínicas usam mg/dL como unidade de media para a Creatinina. A creatinina, uma substância produzida pelos músculos e eliminada pelos rins, é outro indicador importante da função renal.

A relação entre as unidades de medida mg/dL e mL/min/1,73m2 é devido a clearence de creatinina ser calculada usando ambas as formas.

Os valores considerados normais de creatinina no sangue são: para homens, 06 a 1,30 mg/dL e para mulheres: 0,5 a 1,1 mg/dL. O paciente renal crônico (DRC), no estágio 5, tem sua creatinina em torno de 10 mg/dL.

Que tal propor, todos, uma procedimento preventivo no sentido de evitar essa avalanche de doentes renais em hemodiálise. Uma campanhas de esclarecimentos com a participação dos governos federal, estadual e municipais.

segunda-feira, 21 de outubro de 2024

Os riscos nas paguas das baias formadas no arquipelago do Marajo na foz do rio Amazonas

Rodolfo Juarez

O recente episódio registrado com uma embarcação autorizada a fazer transporte de passageiros e carga nos trechos Macapá-Belém e Belém- Macapá revela que continua a carência de fiscalização das autoridades portuárias, quando da liberação dessas embarcações para fazer a viagem.

Ninguém, com mínima informação, ignora as dificuldades nas travessas das 3 baias que estão no curso da vigem para Belém, saindo de Macapá, ou para Macapá, saindo de Belém.

Não é possível que a fiscalização, no momento da saída das embarcações para as viagens, não perceba os excessos, principal como motivo de risco para os passageiros e tripulantes na travessia das baias e na manobrabilidade das embarcações quando precisar fazer uma manobra para desviar de outra embarcação ou de um obstáculo natural ou eventual.

A Capitania dos Portos, vinculada à Marinha do Brasil, que poderia ser mais previdente na autorização da “largada da embarcação”, tem permitido a superlotação só denunciada depois dos desastres ocorridos.

Sabe-se que, nem Macapá, nem Santana, onde estão os principais pontos de largada para a viagem no trecho Macapá-Belém, como também o Porto do Sal, um dos pontos de largada para a viagem no trecho Belém - Macapá, estão autorizados a prestar estes serviços de forma precário, isto é, “como só tem tu, vai tu mesmo”.

Enquanto isso os passageiros, a maioria viajando porque precisa viajar, apesar de não aceitar os riscos, e em decorrência da negligência daqueles que deveriam minimizá-los, se submetem à riscos perfeitamente evitáveis.

É incomparável o tratamento que se dá para a navegação aérea saindo e chegando em Macapá, com o tratamento que se dá para a navegação fluvial saindo ou chegando a Macapá.

Os acidentes têm se repetido e as mortes, por afogamento em decorrência de naufrágios de embarcações de passageiros e carga, estão aí clamando por mais segurança, mais responsabilidade, mais respeito.

É importante considerar que os passageiros de embarcações fluviais, precisam serem vistos. Afinal de contas, são pessoas que, igualmente, precisam sair de Macapá ou Santana e voltar para aqueles terminais, em segurança. Não é razoável aceitar o mínimo oferecido até agora, mas a suficientes para que os passageiros e os familiares dos passageiros fiquem tranquilos e possam transformar a viagem em um momento que não de terror.

É preciso agir!

Chega de riscos para os passageiros. Isso tem que melhorar, não podemos esperar um novo grande desastre para reclamar.

 

quinta-feira, 17 de outubro de 2024

Regras para uso do rio Amazonas e os rios do Estado do Amapá

Rodolfo Juarez

Ainda podemos contar com 55 dias de verão amazônico, período sem chuva e com as condições ideais para a execução de obras abertas, além de ser o restante do período para a execução de obras de infraestrutura como dragagem dos canais, alongamento do sistema de drenagem e melhoria no sistema de coleta de esgoto, o setor que mais tem sido objeto de descuido dos administradores, bem como aumento da capacidade de distribuição de água potável.

A água potável precisa de aumento na captação, no tratamento e na distribuição para a cidade de Macapá, onde apenas em torno de 50% da população está recebendo a oferta de água tratada.

O Estado do Amapá precisa encontrar uma regulamentação local, logicamente sem contrariar a regulamentação da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA).

A ANA é a entidade 

A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) é a entidade federal que cuida dos recursos hídricos do Brasil. A ANA é responsável por: 1) Acompanhar a situação dos recursos hídricos; 2) Coordenar a Rede Hidrometeorológica Nacional; 3) Regular o uso da água; 4) Implementar a Política Nacional de Recursos Hídricos; 5) Implementar a Política Nacional de Segurança de Barragens; 6) Implementar a Política Nacional de Saneamento Básico; e 7) Prestar serviços públicos de irrigação e adução de água bruta 

A ANA foi criada em 2000 pela Lei n° 9.984. A agência é vinculada ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima e conta com o pacote completo do setor. Para o Amapá, onde há abundância de água bruta e o principal manancial, aquele que atende a capital Macapá e o município de Santana, onde estão ¾ da população residente, pode detalhar, para melhor compreensão, um sistema próprio que, mesmo dentro das normas da Agência, pode ser tornar mais eficiente, principalmente na fiscalização, na captação, tratamento e distribuição de água.

A Agência Nacional de Águas (ANA) tem como missão implementar e coordenar a gestão compartilhada e integrada dos recursos hídricos e regular o acesso à água, promovendo o seu uso sustentável em benefício da atual e futuras gerações.

O rio Amazonas, o Rio Matapi, o Rio Jari, o Rio Amapari, o Rio Araguari, o Rio Oiapoque, para citar apenas estes, estão sem políticas de uso do manancial e da sua condição de via para deslocamento de pessoas.

Esses e outros rios de água doce, precisam ter proteção legal que possibilite o uso sem que haja depredação de suas condições atuais e futuras.

É premente a necessidade atual de as Câmaras Municipais e a Assembleia Legislativa do Estado debruçarem-se sobre esse tema e definir as regaras que estão esparsas ou simplesmente não existem.

As embarcações fluviais apresentam peculiaridades que só podem ser equalizadas a partir do poder legislativo local, do contrário, caso não sejam tomadas essas iniciativas, os receptores (os grandes rios), que também são os mananciais, terão sua qualidade abalada substancialmente, devido ao esgoto sanitário lançado, in natura, pelos embarcados, tripulantes e passageiros.

segunda-feira, 14 de outubro de 2024

O Governo do Estado do Amapá prometeu transplante de órgão para início de 2019. Até agora nada...

Rodolfo Juarez

O Estado do Amapá nunca fez e não faz transplante de rim, pois não tem estrutura para isso. O Amapá envia os pacientes renais crônicos e de transplante para Belém, onde tem uma base, Fortaleza e para as capitais dos estados do Sul do Brasil.

Em 2012, a Fundação Pró-Rim esteve presente no IV Seminário dos Renais Crônicos e Transplantados do Amapá, quando foi discutido a importância da implantação de um hospital para transplante no estado do Amapá 

Em 2014, a Promotoria da Saúde do Amapá acionou o estado para que credenciasse um hospital público ou particular para realizar transplantes de rim. 

A lista de espera de pacientes por um órgão é baseada em critérios técnicos, como tipagem sanguínea, compatibilidade de peso e altura, compatibilidade genética e critérios de gravidade. 

Em 2018 um jornal local chamava a atenção com a manchete: “Amapá capacita profissionais para identificarem doadores de órgão” trazendo na retranca da manchete: “Com profissionais especializados, transplantes poderão ser feitos no Amapá a partir de 2019 e a espera dos amapaenses para os procedimentos se tornará menor”.

A notícia referida dizia o seguinte: o Governo do Amapá começou a implantação de uma comissões para identificar potenciais doadores de órgãos na rede pública e privada de saúde. Para isso, foi iniciado, no dia 20 de março de 2018, no auditório da Promotoria da Infância, em Macapá, a capacitação de profissionais que atuarão nas unidades hospitalares em busca de possíveis doadores.

Com a identificação de doadores, o Amapá poderá ser incluído no Sistema Nacional de Transplante (SNT) de captação/doação de órgãos, tendo a população local, como prioridade nos transplantes.

A capacitação está sendo promovida pela Central Estadual de Transplantes (CET) e se estenderá até o próximo dia 22 (de março).

Durante os três dias, os profissionais terão ampla visão do processo doação/transplante, com profissionais experientes palestrando sobre o assunto e que integram o SNT – Sistema Nacional de Transplante. Entre os temas tratados estão, legislação brasileira, diagnóstico de morte encefálica, entrevista familiar, aspectos operacionais e éticos de doação e transplante de órgãos e tecidos.

Para o diretor do CET (da época), Eduardo Cardoso, o Amapá tem um grande potencial de doares e a capacitação dos profissionais é um passo importante para que o trabalho seja iniciado no Estado.

Durante o encontro disse o diretor: “O estado captador do órgão, tem prioridade de transplante dentro do seu próprio território e essa é a importância de manter profissionais especializados na área”.

Os palestrantes vieram do Rio Grande do Sul, do Ceará e do Pará, que são estados que já têm experiência com a captação e doação de órgãos. Segundo o chefe da equipe de transplantes da Santa Casa de Porto Alegre, Valter Garcia, a intenção é que o serviço esteja implantado até o início de 2019 no Amapá.

Disse Valter Garcia: "Há alguns anos, nós chegamos a iniciar esse trabalho aqui, mas acabou sendo deixado de lado. Agora, estamos retomando e, de acordo com o que já foi conversado, a pretensão é que no começo do ano que vem, já se comece a fazer transplantes de córnea e rim, pelo menos".

Os pacientes constatam que nada aconteceu.

quinta-feira, 3 de outubro de 2024

O eleitor, o grande esquecido do processo eleitoral

Rodolfo Juarez

Está acontecendo uma profunda modificação na forma como os eleitores estão participando do processo eleitoral. Acredito até que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) precisa iniciar estudos - se ainda não foram iniciados -, para motivar o eleitor, o grande esquecido do processo.

Está acontecendo uma revolução social da qual o cidadão, como eleitor, tem encontrado dificuldades para achar motivação capaz de fazê-lo animar-se e contribuir para a melhoria d e sua participação em eleições.

Sem essa oportunidade para contribuir para a melhoria do processo, o eleitor, na qualidade de expectador ou de convidado, ou, ainda, obrigado a votar, também se defende como pode, ou como um desafio à queles que os vêm ignorando ao longo do tempo.

Urnas eletrônicas, leis novas, mas, confusas, que precisam ser ajustadas ou trocadas a cada eleição. Linguagem atual, procedimentos que nem todos compreendem ou, mesmo, entendem, acabam afastando muitos homens e, principalmente, muitas mulheres do processo em que estão habilitados mais de 155 milhões de pessoas como eleitores e eleitoras.

A abstenção é a resposta que os eleitores e as eleitoras estão dando aos organizadores das eleições no Brasil, sejam as eleições gerais, quando são eleitos o presidente, os senadores, os deputados federais, os governadores e os deputados estaduais ou distritais, ou as eleições municipais, como as que acontecem no próximo domingo, quando vão, os eleitores e eleitoras, eleger os prefeitos e os vereadores dos municípios brasileiros que superam o cardinal de 5.600.

A campanha, com os candidatos apresentando propostas que não têm condições de torna-la realidade, orientados por marqueteiros de pouca inspiração ou responsabilidade com a eleição, se torna enfadonha, mesmo com tamanho reduzido e que deixar o rádio, principalmente, e a TV, ainda com algum prestígio, vendo reduzir a sua audiência, ainda mais quando, em geração nacional apresenta destempero de candidatos, inclusive com cadeiradas que, sem dúvida, demonstra que o processo eleitoral não evoluiu e nem caminha no rumo da evolução.

Os organizadores das eleições, todas elas, precisam mostrar, claramente, para o eleitor que ele não está caminhando para levar cadeirada, muito embora saiba que está colocado em um ambiente do processo, mas, sem qualquer proteção. No tom atual, recebe punição severa se não for votar, implicando, inclusive, no seu futuro, no caso de assumir cargo público.

A regra geral atual, por exemplo, não pune o candidato que dá cadeirada e muito menos o partido que o escolheu para ser seu candidato na eleição. A indicação desse rumo não reflete o que o eleitor espera dos organizadores.