quinta-feira, 24 de outubro de 2024

Nada se fala (ou faz) sobre medidas preventivas para evitar a doença renal no Amapá

Rodolfo Juarez

Chegou a mil a contagem dos pacientes renais crônicos no Estado do Amapá. Um número que continua crescendo devido o aumento da população, a modernização das condições para o diagnóstico médico e o conhecimento dos sintomas mais relevantes por parte das famílias, dos médicos clínicos-gerias, dos paramédicos e dos socorristas.

Não se fala nada, entretanto, das medidas preventivas que se aplicam ao caso, ou de campanhas preventivas que possam evitar se chegar no estágio final da doença que, sem alternativa médica, restam as sessões de hemodiálises para que o paciente tenha a qualidade de vida adequada à situação e com isso prolongado responsabilidades, custos e sacrifícios das famílias e do contribuinte.

No processo preventivo para o enfrentamento à falência parcial ou total dos rins ganha importância o conhecimento do TFG, Taxa de Filtração Glomerular, um indicador da função renal que mede a quantidade de sangue filtrada pelos rins para formar a urina. É um parâmetro importante para a detecção, avaliação e tratamento de doenças renais, como a DRC - Doença Renal Crônica. 

A TFG é calculada a partir de uma amostra de sangue, que é analisada em laboratório para dosar a creatinina ou a cistatina C. O cálculo também leva em conta a idade, o sexo e a etnia do paciente, porque esses fatores influenciam no cálculo. 

Um valor normal de TFG para adultos e jovens é de 90 a 120 mL/min/1,73 m². A TFG diminui naturalmente com o envelhecimento. 

Por isso, a TFG é um indicador importante para o acompanhamento da função renal de pacientes que apresentem os sintomas da doença renal ou que tomam medicamentos tóxicos  e que sobrecarregamos rins. Quanto menor a TFG, pior o estágio da doença renal. 

Entretanto, para fechar o diagnóstico os profissionais médicos recomendam e pedem a realização de outros exames complementares, outros tipos de exames de imagem e, até, biopsia quando considerado necessário. A doença renal crônica (DRC) é classificada em cinco (ou seis) estágios, de acordo com a Taxa de Filtração Glomerular (TFG):

Estágio 1: TFG normal (≥ 90 mL/min/1,73 m 2)

Estágio 2: TFG de 60 a 89 mL/min/1,73 m 2

Estágio 3a: TFG de 45 a 59 mL/min/1,73 m 2

Estágio 3b: TFG de 30 a 44 mL/min/1,73 m 2

Estágio 4: TFG de 15 a 29 mL/min/1,73 m 2

Estágio 5: TFG < 15 mL/min/1,73 m 2 

A doença renal crônica (DRC) reduz a capacidade dos rins de remover resíduos e excesso de água do organismo. A classificação em estágios ajuda a estruturar o melhor tratamento para cada paciente, o que, em regra, embora recomendado expressamente, não tem essa prática desenvolvida ou prometida pela área média pública, pelo menos no Amapá.

Resta, então, aos que detectarem o problema nos rins nos estágios iniciais, adotar um estilo de vida saudável, uma alimentação especial e tomar as medicações adequadas, para evitar ou retardar o agravamento da doença. 

Os laboratórios de análises clínicas usam mg/dL como unidade de media para a Creatinina. A creatinina, uma substância produzida pelos músculos e eliminada pelos rins, é outro indicador importante da função renal.

A relação entre as unidades de medida mg/dL e mL/min/1,73m2 é devido a clearence de creatinina ser calculada usando ambas as formas.

Os valores considerados normais de creatinina no sangue são: para homens, 06 a 1,30 mg/dL e para mulheres: 0,5 a 1,1 mg/dL. O paciente renal crônico (DRC), no estágio 5, tem sua creatinina em torno de 10 mg/dL.

Que tal propor, todos, uma procedimento preventivo no sentido de evitar essa avalanche de doentes renais em hemodiálise. Uma campanhas de esclarecimentos com a participação dos governos federal, estadual e municipais.

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