Rodolfo Juarez
Os tempos, que já
estão muito mudados, cada vez mais acelera esse processo de mudança, pegando de
surpresa aqueles que ainda estão esperando “os bons tempos voltarem”, os tempos
em que as questões sociais e econômicas davam tempo para pensar.
Hoje em dia quem
não sai da caixa fica que nem a historinha do sapo em água morna. Se acostuma
com o ambiente e quando vai tentar escapar, já não tem mais forças e nem tempo.
Pois bem, as
pessoas, mesmo aquelas que estão com mais de 70 anos, como eu, precisam
encontrar o seu espaço que é novo, indefinido, às vezes perversos, mas sempre
um espaço que serve para experimentar outros modos de conquista.
A aventura da vida
continua cada vez mais exigente, mais surpreendente, mais cheia de segredos e,
em consequência, desafios. Até mesmo os mais jovens, que ainda se espelham nos
exemplos do passado, tem encontrado dificuldades para mudar o caminho e, até mesmo,
o comportamento.
Os jovens de agora,
em regra, aceitam, sem discutir, ordens maldadas, orientações erradas e
comandos que sabem obrigar voltar ao começo, sem qualquer avanço ou, pelo
contrário, retroceder tanto que, de repente, se encontra em um emaranhado de
problemas de onde não sabe sair.
Se vê muito disso
no serviço público, principalmente naqueles que deveriam dar as orientações
para todos os passos dos mais jovens, em pleno tempo de aprendizagem e
descobertas, mas que vêm suas forças recolhidas mesmo sabendo que o orientador,
nada está orientando, mas retardando o aprendizado que lhe seria importante
acumular para atende às necessidades daquela própria pessoa.
Eu tenho 78 anos de
idade, 65 deles morando em Macapá, vendo desperdício de talentos por terceiros
que, apenas por temer ver-se superado pelos que estão chegando, atuam no
sentido de deixá-los em uma espécie de clausura intelectual, anulando suas
ações de maneira paulatina, mas, com uma eficiência que aleija até mesmo os
mais precavidos.
Neste momento estou
em Belém, buscando melhorar a qualidade do resto da minha vida, em um
sacrifício que faço porque o sistema de saúde do meu Estado não oferece o que
todos os outros estados brasileiros já, há muito, ofertam aos seus cidadãos.
Macapá, como já
disse várias vezes, não faz transplante de rim e não apoia, como devia, os seus
cidadãos, mesmo aqueles que emprestaram toda a sua força de trabalho técnico ao
Estado do Amapá.
É urgente
providenciar condições para que se faça transplante de rim em Macapá. São mais
de 900 paciente que fazem hemodiálise, a maioria extremamente carente de apoio,
inclusive financeiro e que estão optando por encerrar a vida, amargurado e
decepcionado com aqueles que poderiam lhe dar uma chance.
Eu estou atras
desta chance, aqui no vizinho estado do Pará, colhendo detalhes de como um
paciente renal crônico é tratado ou maltratado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário