segunda-feira, 19 de agosto de 2024

Como o paciente renal crônico que vive na Capital do Amapá é tratado (ou maltratado)

Rodolfo Juarez

Os tempos, que já estão muito mudados, cada vez mais acelera esse processo de mudança, pegando de surpresa aqueles que ainda estão esperando “os bons tempos voltarem”, os tempos em que as questões sociais e econômicas davam tempo para pensar.

Hoje em dia quem não sai da caixa fica que nem a historinha do sapo em água morna. Se acostuma com o ambiente e quando vai tentar escapar, já não tem mais forças e nem tempo.

Pois bem, as pessoas, mesmo aquelas que estão com mais de 70 anos, como eu, precisam encontrar o seu espaço que é novo, indefinido, às vezes perversos, mas sempre um espaço que serve para experimentar outros modos de conquista.

A aventura da vida continua cada vez mais exigente, mais surpreendente, mais cheia de segredos e, em consequência, desafios. Até mesmo os mais jovens, que ainda se espelham nos exemplos do passado, tem encontrado dificuldades para mudar o caminho e, até mesmo, o comportamento.

Os jovens de agora, em regra, aceitam, sem discutir, ordens maldadas, orientações erradas e comandos que sabem obrigar voltar ao começo, sem qualquer avanço ou, pelo contrário, retroceder tanto que, de repente, se encontra em um emaranhado de problemas de onde não sabe sair.

Se vê muito disso no serviço público, principalmente naqueles que deveriam dar as orientações para todos os passos dos mais jovens, em pleno tempo de aprendizagem e descobertas, mas que vêm suas forças recolhidas mesmo sabendo que o orientador, nada está orientando, mas retardando o aprendizado que lhe seria importante acumular para atende às necessidades daquela própria pessoa.

Eu tenho 78 anos de idade, 65 deles morando em Macapá, vendo desperdício de talentos por terceiros que, apenas por temer ver-se superado pelos que estão chegando, atuam no sentido de deixá-los em uma espécie de clausura intelectual, anulando suas ações de maneira paulatina, mas, com uma eficiência que aleija até mesmo os mais precavidos.

Neste momento estou em Belém, buscando melhorar a qualidade do resto da minha vida, em um sacrifício que faço porque o sistema de saúde do meu Estado não oferece o que todos os outros estados brasileiros já, há muito, ofertam aos seus cidadãos.

Macapá, como já disse várias vezes, não faz transplante de rim e não apoia, como devia, os seus cidadãos, mesmo aqueles que emprestaram toda a sua força de trabalho técnico ao Estado do Amapá.

É urgente providenciar condições para que se faça transplante de rim em Macapá. São mais de 900 paciente que fazem hemodiálise, a maioria extremamente carente de apoio, inclusive financeiro e que estão optando por encerrar a vida, amargurado e decepcionado com aqueles que poderiam lhe dar uma chance.

Eu estou atras desta chance, aqui no vizinho estado do Pará, colhendo detalhes de como um paciente renal crônico é tratado ou maltratado.

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