Rodolfo Juarez
E aí, há diferença
entre fraude e fake?
O termo fraude remete a atividades enganosas, desonestas
ou fraudulentas realizadas com a intenção de obter vantagens financeiras,
ganhos pessoais ou causar prejuízo a terceiros, enquanto fake, que significa "falso" em inglês, é um
termo usado para denominar contas ou perfis usados na Internet para ocultar a
identidade real de um usuário, para proteger-se de spams, ou simplesmente
passar o tempo.
Infelizmente a fraude é um dos assuntos que
são foco das discussões entre os brasileiros após diversos escândalos
envolvendo empresas privadas e órgãos públicos, e muitas organizações têm sido
alvo de denúncias envolvendo desvio de conduta e desrespeito às leis.
Segundo o estudo detalhado da PwC’s
Global Economic and Fraud Survey realizado em 2022, 46% das organizações
pesquisada relataram ter sofrido fraude ou outros crimes econômicos nos últimos
24 meses
De fato, esses problemas são
responsáveis por grandes prejuízos às empresas, como danos à reputação e às
finanças das pessoa, das empresas e dos governos.
Por outro ou pelo mesmo lado, fake é
um neologismo de teor mentiroso, não genuíno nem verdadeiro, falso, que
dissimula suas reais intenções ou se mostra de uma maneira que não é. Quando
vem na forma de notícia, se chama fake news.
Fake é um neologismo que deriva do
inglês e tem sido largamente usado pela mídia embora não faça parte do acervo
formal da Língua Portuguesa. Fake é sinônimo de falso, mentiroso, mentira,
enganador, ilusório.
As eleições nos países com democracia
estabelecida como Estados Unidos e Brasil, e outros democracia disfarçada, como
Rússia e Venezuela, não têm conseguido se comunicar com os eleitores ficando,
depois de cada pleito, desconfianças suficientes para darem margem a protesto e
prejuízos para a própria democracia.
E por que relacionar frande e fake com
eleições?
Ora, o que aconteceu nos Estados
Unidos e no Brasil, logo depois de anunciado o resultado das eleições foi uma
ofensa à democracia, com os eleitores não aceitando, pacificamente, o resultado
das eleições.
Nos Estados Unidos, em 6 de janeiro de 2021, apoiadores do então presidente
Donald Trump invadiu o Capitólio numa tentativa de impedir que o Congresso
realizasse uma sessão conjunta para certificar a vitória do presidente eleito,
Joe Biden.
No Brasil, no dia 8
de janeiro de 2023, um invasão do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e
do Supremo Tribunal Federal, ficou marcado com atos de vandalismo e destruição,
em nove de uma insatisfação com o resultado das eleições de 2022.
Na Rússia, as poucas
notícias que se pode confirmar de lá, indicam que houve perseguição aos
adversários que poderiam fazer frene ao atual mandatário. A Venezuela, ao que
parece tentou copiar o modelo e, querendo aprimorar a cópia, foi mais agudo e
tornou adversários inelegíveis.
O resultado é que,
depois de anunciado, na madrugado de segunda-feira, dia 29 de julho, que
Nicolas Maduro, com 51,2%, havia vencido as eleições presidenciais, contra 44%
do principal opositor, Edmundo Gonzales, se estabeleceu uma onda de
desconfiança que se completa com as qualificações de fraude e fake.
São os venezuelanos,
desta feita, que não aceitam o resultado e ocupam as ruas das principais
cidades da Venezuela, aprofundando o caos em um país que, há pouco tempo,
estava em um degrau superior ao Brasil na escala dos países mais ricos.
Para se ter uma ideia, nos
anos 70, os venezuelanos tinham o maior poder de compra entre os países América
Latina - quase três vezes maior que o dos brasileiros -, segundo um índice da
OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Esse cenário
durou até a década de 1990.
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