quinta-feira, 1 de agosto de 2024

Eleições na Venezuela: fraude ou fake?

Rodolfo Juarez

E aí, há diferença entre fraude e fake?

O termo fraude remete a atividades enganosas, desonestas ou fraudulentas realizadas com a intenção de obter vantagens financeiras, ganhos pessoais ou causar prejuízo a terceiros, enquanto fake, que significa "falso" em inglês, é um termo usado para denominar contas ou perfis usados na Internet para ocultar a identidade real de um usuário, para proteger-se de spams, ou simplesmente passar o tempo.

Infelizmente a fraude é um dos assuntos que são foco das discussões entre os brasileiros após diversos escândalos envolvendo empresas privadas e órgãos públicos, e muitas organizações têm sido alvo de denúncias envolvendo desvio de conduta e desrespeito às leis.

Segundo o estudo detalhado da PwC’s Global Economic and Fraud Survey realizado em 2022, 46% das organizações pesquisada relataram ter sofrido fraude ou outros crimes econômicos nos últimos 24 meses

De fato, esses problemas são responsáveis por grandes prejuízos às empresas, como danos à reputação e às finanças das pessoa, das empresas e dos governos.

Por outro ou pelo mesmo lado, fake é um neologismo de teor mentiroso, não genuíno nem verdadeiro, falso, que dissimula suas reais intenções ou se mostra de uma maneira que não é. Quando vem na forma de notícia, se chama fake news.

Fake é um neologismo que deriva do inglês e tem sido largamente usado pela mídia embora não faça parte do acervo formal da Língua Portuguesa. Fake é sinônimo de falso, mentiroso, mentira, enganador, ilusório.

As eleições nos países com democracia estabelecida como Estados Unidos e Brasil, e outros democracia disfarçada, como Rússia e Venezuela, não têm conseguido se comunicar com os eleitores ficando, depois de cada pleito, desconfianças suficientes para darem margem a protesto e prejuízos para a própria democracia.

E por que relacionar frande e fake com eleições?

Ora, o que aconteceu nos Estados Unidos e no Brasil, logo depois de anunciado o resultado das eleições foi uma ofensa à democracia, com os eleitores não aceitando, pacificamente, o resultado das eleições.

Nos Estados Unidos, em 6 de janeiro de 2021, apoiadores do então presidente Donald Trump invadiu o Capitólio numa tentativa de impedir que o Congresso realizasse uma sessão conjunta para certificar a vitória do presidente eleito, Joe Biden.

No Brasil, no dia 8 de janeiro de 2023, um invasão do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal, ficou marcado com atos de vandalismo e destruição, em nove de uma insatisfação com o resultado das eleições de 2022.

Na Rússia, as poucas notícias que se pode confirmar de lá, indicam que houve perseguição aos adversários que poderiam fazer frene ao atual mandatário. A Venezuela, ao que parece tentou copiar o modelo e, querendo aprimorar a cópia, foi mais agudo e tornou adversários inelegíveis.

O resultado é que, depois de anunciado, na madrugado de segunda-feira, dia 29 de julho, que Nicolas Maduro, com 51,2%, havia vencido as eleições presidenciais, contra 44% do principal opositor, Edmundo Gonzales, se estabeleceu uma onda de desconfiança que se completa com as qualificações de fraude e fake.

São os venezuelanos, desta feita, que não aceitam o resultado e ocupam as ruas das principais cidades da Venezuela, aprofundando o caos em um país que, há pouco tempo, estava em um degrau superior ao Brasil na escala dos países mais ricos.

Para se ter uma ideia, nos anos 70, os venezuelanos tinham o maior poder de compra entre os países América Latina - quase três vezes maior que o dos brasileiros -, segundo um índice da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Esse cenário durou até a década de 1990.

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