Rodolfo Juarez
A população da
cidade de Macapá vive um momento especialmente estranho dando a impressão de
que vê importantes problemas jogados para debaixo do tapete, enquanto a
administração municipal faz festas e o principal gestor é apresentado, pelos
seus correligionários, como forte candidato a vencer as eleições de 2024, e
continuar no comando do município.
Pela ótica da
gestão atual do município de Macapá a população local, bem como os eleitores,
estão hipnotizados pelos festejos e festas que aproveitam qualquer motivo ou
data para colocar atrações nacionais em palcos diversificados e “intimar” os
funcionários da prefeitura, principalmente “os de contrato” e “os de cargo de
confiança” para garantir os aplausos e os “urras” como saudações ao ambicioso
candidato.
Enquanto isso,
tapumes antigos, colocados durante os primeiros dias do mandato do atual
prefeito, começam a cair, depois de vencido pelo tempo e um sopro mais forte do
vento.
O que se vê é o
abandono de bairros inteiros, como exemplo, o Bairro Ipê, com os moradores
tendo dificuldade para sair de casa ou lá chegar se tiver saído antes de uma
chuva. O lamaçal toma conta de regiões inteiras que tem o grito da população
abafada pela surdez da administração municipal.
Enquanto isso, a
praça em frente à abandonada Casa do Governador está sendo ocupada, isso mesmo ocupada, por moradores ocasionais e
permanentes, eventuais (ou não) consumidores de drogas, o que pode estar
contaminando a Praça do Côco, que virou, de um local absolutamente familiar,
para o qual foi projetado, construído e colocado em funcionamento, em um
ambiente onde há prestação de contas de facções, como o acontecido há poucos
dias, tendo como resultado a morte de dois jovens e lesão corporal entre outras
quatro pessoas, sendo um deles, um policial fardado.
Além de ser retrato
da violência urbana macapaense, se constata a permissão, por modificação na
fiscalização municipal, de um local que foi preparado para ser um ambiente para
deleite da população, que se transforma em arena de tiro com bala de verdade, deixando
como rastro, o pavor.
Logo adiante, outra
obra da qual foi anunciada a retomada e que não termina nunca: a restauração do
Trapiche Eliezer Levy.
Não tem sentido e
nem desculpa para que o local continue como está desde 2011. Afinal, são 13
anos de completo fechamento de todas as atividades.
Além de tudo isso,
funções urbanas são prejudicadas sistematicamente, como, por exemplo, o
trânsito de veículos motorizados ou não.
Dois eventos
realizados recentemente em Macapá, pelos administradores do município de
Macapá, chamaram a atenção, pelo lado negativo, da população: um na Praça Barão
do Rio Branco e outro na Praça do Mercado Central.
Na Praça Barão do
Rio Branco, que os administradores municipais chamam de “praça do barão”, o
fechamento, com um dia de antecedência de toda a região, dificultou a
circulação de veículos, inclusive ambulâncias, ignorando que ali adiante está o
principal hospital público do Estado, o Hospital Alberto Lima. Pois bem, nenhum
agente de trânsito por ali estava para orientar os condutores.
A Praça Teodoro
Mendes, que é a praça do Mercado Central, foi ocupada para o Forrozão do
Município e, para possibilitar o festejo, foram fechadas vias importantes que
transformaram o centro comercial de Macapá um emaranhado de dificuldades para
todos, inclusive para os que estavam a pé.
A administração
municipal precisa avançar em qualidade executiva e considerar a condição
política apenas na época das eleições. Assim, pode melhorar a satisfação da
população.
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